Curimataí a Santa Bárbara

Cachoeira de Santa Rita: principal atrativo da Travessia
A região do entorno do Parque Nacional das Sempre Vivas é bastante extensa e repleta de possibilidades. São travessias e circuitos; sejam dentro do Parque ou conjugadas com áreas de particulares na sua faixa de amortecimento.

Este é o caso da rota Curimataí (Distrito de Buenópolis) até a Vila de Santa Bárbara (município de Augusto de Lima); ambas localidades situadas no centro-norte de MG. Estivemos no trecho no feriado da independência 2017...

Tanto o Distrito de Curimataí quanto a Vila de Santa Bárbara se localizam na borda oeste do Espinhaço, de modo que norte-sul é o sentido predominante dessa Travessia. Percorre no seu início terras do Parna Sempre Vivas; para a partir da localidade rural de Santa Rita cortar terras particulares; percorrendo o trecho final da conhecida Trilha do Algodão.

Nada mais é que um antigo caminho, um misto de trilha (65%) e estradinha vicinal (35%), ainda utilizados por locais. Totaliza pouco mais de 50 km, cujos destaques são ricas flora e fauna, visual aberto e a belíssima Cachoeira de Santa Rita. Nossa pernada por lá foi no modo tranquilo, pra aproveitar o feriadão prolongado...

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1. Relato Dia 1: De Curimataí ao Rio Preto
2. Relato Dia 2: Cachoeira de Santa Rita
3. Relato Dia 3: Do Rio Preto à Barragem Caída
4. Relato Dia 4: Da Barragem Caída à Santa Bárbara
5. Serviço: Infos sobre a Rota, Acessos e Outras Dicas

1. Relato Dia 1: De Curimataí ao Rio Preto

Cláudia, Vanja, Stephanie, Douglas, Daniel, Cida, Priscilla  e eu deixamos BH beirando 01h00 do dia 7 de setembro. Pelo trajeto fomos embarcando amigos para a pernada. Em Sete Lagoas embarcou o Paulo; em Curvelo a Juliana e o Renato DF embarcou em Augusto de Lima. Viagem tranquila pouco depois das 7h00 desembarcamos no Distrito de Curimataí.

Após perguntar pra alguns moradores chegamos até a casa da Dalva, com quem havia combinado um cafezinho antes do início da Travessia. Também foi o tempo para nos inteirarmos do Distrito; que estava em festa naqueles dias. Nos enrolamos no café e na prosa na casa da Dalva e quando vimos o relógio beirava às 9h00! Despedimos da Dalva e tomamos o sentido da Cachoeira de Curimataí.

Cachoeira de Curimataí com pouca água
Deixamos as cargueiras no nosso resgate junto ao Rego de Curimataí e demos um pulinho na Cachoeira apenas para conhecimento. O riacho estava com pouca água, mas mesmo assim estava bonito.

Uma senhora e duas moças lavavam roupas no lugar, um hábito antigo, bonito e interessante do interior. Apenas algumas fotos do lugar e retornamos à pracinha junto ao Rego de Curimataí.

Lavagem de roupa na Curimataí
Cargueiras nas costas, por volta de 9h10 iniciamos nossa pernada. O tempo estava totalmente aberto, nos indicando um dia de forte calor.

Esse trecho inicial é o mesmo da rota que segue para Inhaí. Trata-se de uma estradinha vicinal, inicialmente plana e em estado razoável.

Percorremos rapidamente esse trecho inicial e entramos à esquerda pouco antes da Cachoeira do Simão, quando a estradinha bifurca. Iniciamos a subida do Morro para o Curral de Pedras.

Com o forte calor vamos caminhando lentamente subida acima. Em torno de 9h40 passamos pelo curso d'água que abastece a Cachoeira do Simão, marcando nossa entrada nas terras do Parque Nacional das Sempre Vivas.

O ponto de água estava mirrado fruto da seca que assolava a região. Abastecemos e tocamos pra cima pela estradinha cascalhada e com muitas erosões...

O histórico Curral de Pedras ou da Contagem
Depois de vencer os 300 metros de aclive sob o forte sol chegamos às 10h40 até uma boa sombra, já nas proximidades do Curral de Pedras. Fizemos uma parada para descanso e lanche.

Beirando às 11h00 caminhei alguns metros e cheguei até à bifurcação para o Curral, à esquerda da estradinha. Deixei a mochila por ali e aproveitei para revisitar o histórico e significativo lugar que fica a poucos metros da rota e está por ali desde o século XVIII...

Cerca de 15 minutos depois já estava de volta na estradinha e reagrupados retomamos a caminhada.

Ignoramos uma saída à direita da estradinha e tomamos uma trilha-atalho que segue margeando uma capoeira; pois precisávamos nos abastecer naquele que seria o último ponto de água por um longo trecho da pernada. É a subida da Água Fria; uma das fontes que formam a Cachoeira do Simão lá embaixo.

A trilha-atalho nos levou às 11h30 até a fonte de água, que fica à esquerda da trilha, dentro da capoeira. Ao chegar no local o rego estava praticamente seco! Subi alguns metros pela capoeira acima e encontrei melhores pontos para abastecer.

Foi uma demora danada, pois a água era muito pouca. Aquilo nos atrasava, até que com a ajuda da Juliana decidimos abastecer nos próprios pequenos poços formados no rego, pois a água estava límpida e circulante.

Era meio dia e fazia um calor de rachar quando retomamos a caminhada. Subimos um lance com lageados. Logo à frente, quando a trilha se estabilizou e havia uma sombra fizemos nova parada para aglutinação às 12h20. Dez minutos depois retomamos a pernada. Tomamos a trilha da direita, ignorando o atalho que segue para Inhaí.

Subimos um lance, ignoramos a outra variante que segue para Inhaí e seguimos mais à direita em direção a uma porteira; aonde chegamos às 12h40; cerca de 1.100m de altitude.

Nesses arredores tomaríamos o sentido sudeste-sul; enquanto a rota pra Inhaí segue para Leste. Estávamos com sol a pino e sem sombras por perto; mas a partir daquele ponto não enfrentaríamos mais subidas...

Esse ponto da porteira é o último em que se tem uma visão aberta do vale à oeste nos arredores de Curimataí. A Serra na região do Pastinho já se faz presente para o Sul, porém a vista não é alongada. Para o leste é possível ver os morros que acompanham a rota para Inhaí... Já para o Norte é possível observar a Capetinga!

Com essa lua era uma festa quando se via uma sombra
Seguimos pela trilha arenosa sentido sul e cortando um campo sujo. Em suave declive logo saímos em um campo aberto. O lugar é muito bonito; com as encostas da Serra do Rio Preto à leste!

Como o calor estava demais, às 13h00 topamos com uma sombra à margem da trilha e nem pensamos duas vezes: paramos novamente pra refresco. Lugar lindo, com uma mancha de capoeira à nossa direita.

Por volta de 13h20 retomamos a pernada no mesmo sentido sul; direção em que a vista é mais ampliada. Da trilha avistamos um curral em meio as árvores à nossa esquerda. Passamos reto e seguimos em declive pelo campo.

Aproximamos do raso vale; ponto de escoamento de água, com um filete de árvores e mais úmido. Por ali há normalmente outro ponto de água. Às 13h30 chegamos ao lugar e para nossa surpresa tudo estava seco! Ainda bem que havíamos nos abastecido lá atrás...

Seguimos a pernada e a partir desse ponto passamos a percorrer campos rupestres, com trilha arenosa entre uma infinidade de afloramentos rochosos! A trilha tornou-se mais marcada, uma vez que juntou-se com aquela que parece vir do curral observado pouco acima. A trilha segue em nível e sem variações! Observamos ao longe e ao sul vários focos de queimadas!

Por volta de 14h00 descemos um lance mais acentuado e passamos por alguns lajeados onde também há sinais de água; porém tudo estava seco. Adiante e após curto aclive chegamos até uma bifurcação. Tomamos a trilha da direita, pois a da esquerda contorna o morrote.

Após um afunilamento as trilhas se encontram. O visual para o sul se abre e já é possível observar áreas próximas ao Rio Preto. O lugar é muito bonito! Novamente observamos vários focos de incêndio; sendo um deles bem próximo, conforme a origem da fumaça!

Entre as matações passamos a percorrer um declive que nos levou bem próximo ao pequeno cânion por onde desce um magro afluente do Rio Preto. Sob sol forte demos uma guinada para o leste.

Procurávamos uma sombra à beira da trilha para descanso. Adiante encontramos umas árvores esparsas e fizemos uma parada para lanche às 14h30. Dá-lhe água para refrescar...

Somente às 15h00 retomamos a pernada. Logo à frente cruzamos uma porteira e um ponto de água. Até me surpreendi com o volume do rego d'água, uma vez que tudo pela região apresentava muito seco. Imaginava que este também estaria, por isso não esperei chegar até ali para descansar... Incrível essa natureza...

Percorremos a parte superior do mini cânion beirando uma capoeira. O visual é fechado e imediatamente subimos um curto porém forte aclive. A trilha se alarga bastante e volta para o sentido sul! A vegetação muda para um misto de cerrado. Surgem algumas sombras para aliviar o calorão; graças às árvores de maior porte!

À nossa direita abrem-se vistas para o Vale do Rio Preto e morros à sua esquerda e ao norte; um conjunto muito bonito! Infelizmente havia um foco de incêndio nas proximidades da Cachoeira de Santa Rita, na margem direita-norte do Rio Preto.

Pocinhos no Rio Preto na altura do acampamento
Mas há vários outros rio acima ou abaixo
Continuamos pela trilha batida e pontualmente às 15h30 aproximamos do Rio Preto; altitude em torno de 1.000m. Era por ali o nosso ponto de pernoite!

Infelizmente haviam sinais de queimada pelos arredores. Percorri a trilha que sobe a margem direita do rio para observar o estado da melhor área para acampamento. Voltei e informei: estava tudo sapecado pelo fogo recente!

Douglas explorou a margem esquerda, porém é ruim devido aos afloramentos. Até pensei em caminhar mais um pouco e sair até às áreas planas adiante, mas estávamos bem desgastados. Então, o jeito era ficar por ali, na junção da trilha com o Rio Preto; na sua margem direita.

Ali às margens do rio pelo menos poderíamos refrescar com fartura. Além do mais ficaríamos mais próximos à Cachoeira da Santa Rita que visitaríamos no dia seguinte. E assim, com um pouco de dificuldade em ajeitar os pontos armamos acampamento!

O restante do dia foi dedicado aos afazeres normais, com longo tempo para refresco no Rio Preto. O rio é raso nesse ponto, não permite nadar, mas é suficiente para se refrescar. Claro, subindo o rio há bons poços para nadar; bem como descendo o curso e enfrentando a vegetação logo se chega a uma cachoeira.

Mas àquela altura estávamos satisfeitos. No mais, jantamos, proseamos bastante e depois cama, pois o cansaço da viagem da ida e do caminhar sob sol forte era grande...

2. Relato Dia 2: Cachoeira de Santa Rita

O segundo dia amanheceu parcialmente nublado, mas com indícios de calorão. Aquele seria um dia mais tranquilo, dedicado somente a visitar e curtir a Cachoeira de Santa Rita; ou então os poços do Rio Preto. Assim, manteríamos nossas barracas em ponto fixo ali no Rio Preto. Levantamos e cumprimos os afazeres normais sem pressa...

A ida até a Cachoeira de Santa Rita não tem trilha definida; é uma caminhada curta porém entre capins e matações, com muitos arbustos espinhentos. Desse modo, enquanto parte dos amigos permaneceram às margens do Rio Preto para curtir seus poços, outra parte de nós iríamos enfrentar o mato pra ir na Santa Rita!

Vale do Rio Preto nas imediações da Santa Rita
Com o sol já brilhando quente, pouco depois das 9h15 deixamos o acampamento voltando pela trilha que havíamos chegado no dia anterior.

Éramos eu, Douglas, Renato, Paulo, Daniel, Cláudia e Juliana. Os outros amigos optaram em permanecer nas imediações do Rio Preto, onde subindo o curso d'água há vários poços pra curtição.

Cerca de dez minutos pela trilha batida rumo norte e saímos à esquerda. A partir desse ponto não há trilha, apenas capins, matações, afloramentos, enfim, uma caminhada mais exigente!

Poção no Rio Preto
Fomos descendo em direção ao leito do Rio Preto pelo visual. Tranquilamente vencemos os obstáculos e às 9h45 chegamos até às margens do Rio Preto. O local é um grande e bonito poço. Muito amplo, ideal para umas braçadas. Fizemos algumas fotos e retomamos a caminhada.

Sempre pela margem direita do Rio, fomos afastando do leito escolhendo as melhores passagens entre a vegetação. Ascendemos um morrote pra observarmos o melhor trajeto a seguir. Do alto do morrote foi possível contemplar toda a beleza do leito do Rio Preto!

Descemos o morrote pela sua ponta direita e desviando das moitas de espinheiros chegamos novamente até às margens do Rio Preto às 10h15. Trata-se de um amplo lajeado, com uma pequena, porém bonita queda d'água à esquerda; seguida de um bom poço. As águas do Rio Preto descem entre as rochas e pelo lajeado. Lugar simplesmente espetacular!

Decidimos não parar por ali e continuar a descida até o topo da Cachoeira de Santa Rita, nosso grande objetivo do dia. Seguimos margeando o curso d'água e a certa altura fomos pulando pedras. Á nossa esquerda o belíssimo paredão, coisa linda. À direita a capoeira de cerrado. Por volta de 10h35 chegamos ao topo da Cachoeira de Santa Rita.

Queda vista da parte alta da Santa Rita
Acredite: o lugar é simplesmente espetacular; daqueles em que chegamos e soltamos um espontâneo uau!!! Acho a Cachoeira de Santa Rita a queda mais bonita de todo o Parque Nacional das Sempre Vivas.

Trata-se de uma queda única no Rio Preto; despencando a aproximadamente uns 35-40 metros, formando um belo poço logo abaixo.

Poço da Santa Rita vista desde o seu topo
Os arredores são preservados, com vegetação mais densa. Muitas rochas de variados tamanhos completa a parte alta; inclusive amplo lajeado ao lado da queda. Desde o seu topo vê-se a continuação do curso do Rio Preto, bem como um morrote norte muito bonito.

Permanecemos no topo por cerca de meia hora, tempo curto diante de tamanha beleza e testar os nervos à beira do paredão...

Por volta de 11h00 optamos em descer até o poço inferior da Santa Rita. Decidi refazer o trajeto de tempos atrás, contornando o lado direito e descendo entre a capoeira. Do topo fomos pulando as rochas para o leste e a certa altura iniciamos a curva norte-oeste; claro, tudo sem trilha definida.

Queda da Santa Rita. Foto nenhuma dimensiona a beleza desse lugar...
Fomos descendo entre a capoeira e nos apoiando nas árvores. Cipós, espinheiros, pirambeiras... Ultrapassamos até nos aproximar do poção. Ali foi necessário muito cuidado para vencer o degrau final...

Enfrentamos um bocado de dificuldade nessa descida. Em algum dos pontos anteriores certamente havíamos tomado a vertente errada. Isto me fez arrepender ter optado em passar por ali. Deveria ter ido pelo outro lado, apesar do degrau que também há por lá...

Somente às 11h30 chegamos ao poço inferior. A vista da queda é igualmente magnífica! Permite passagem por trás da queda, porém devido ao volume de água impossível permanecer sob a queda. Há um pequeno poço, seguido de outro e logo abaixo o maior deles; amplo, ideal para braçadas... Com o sol a pino foi tudo perfeito...

É um chuveirão, impossível ficar embaixo...
Por volta de 13h30 começamos a deixar o lugar. Ao contrário da descida, fizemos a subida pela margem esquerda do Rio Preto. Há um degrau em rocha logo no início, mas subindo é tranquilo.

Por entre a mata ciliar contornamos umas rochas com caminhos de animais silvestres, varamos uns cipós e pronto, às 13h45 chegamos novamente na parte superior da Santa Rita.

Como o leito rochoso do Rio Preto estava raso, aproximamos do curso d'água através de uma rocha; e num ponto estreito cruzamos o rio num pulo. Fizemos a subida pelo leito rochoso às margens do rio e às 14h00 já estávamos naquela primeira queda que havíamos chegado quando da ida.

Uma das várias quedas e poços no Rio Preto
Com aquele calorão fizemos outra parada para curtir o lugar. A pequena queda e o poço amplo e diverso forma um belo conjunto. Dei uma circulada pelos arredores, em especial na parte alta onde as águas chegam tranquilas.

Na verdade o Rio estava com pouca água se comparado ao período das chuvas; mas como é um rio coletor, havia um bom volume!

Renato e a Arquitetura Cupinzeira:
olha o tamanho. Renato deve ter mais de 1,90m!!!
Depois de aproveitar o lugar iniciamos retorno rumo ao acampamento às 14h30. Ao contrário da ida, traçamos uma rota retilínea até a trilha que percorremos no dia anterior. Varando mato e desviando de espinheiros às 15h00 interceptamos a trilha.

Dali, seguimos rumo sul em direção ao acampamento, aonde chegamos às 15h30. Por lá, as amigas que permaneceram no Rio Preto estavam como as mulheres ricas da TV...

O restante do dia foi como o anterior, dedicado ao ócio. Passou a cavalo por ali o antigo proprietário das terras; que nos fez dar umas boas risadas. Havia ido coletar umas sempre vivas, é claro! Coitado, até hoje o governo ainda não o indenizou...

O ócio prosseguia, exceto para o Douglas e o Renato, que animados ainda fizeram um ataque até um morro mais ao sul pros lados de Santa Rita; somente retornando com o escuro da noite!

Nós outros ficamos por ali, satisfeitos com o isolamento do ambiente. Porém escutamos uma música que vinha de uma casinha no outro lado do Rio Preto. Certamente alguém estava passando o fim de semana por ali... No mais foi uma noite tranquila, proveitosa e sob o clarão da lua!

3. Relato Dia 3: Do Rio Preto à Barragem Caída

O terceiro dia amanheceu nublado; com nuvens baixas, mas sem neblina. Aquele seria um dia mais longo, pois a caminhada apesar de incluir um trecho em estradinha era mais esticada! Mas estávamos descansados o suficiente para isto! Assim, desarmamos acampamento, tomamos nosso café e nos pusemos a postos!

Abre a porteira, Cida! É possível ver o morrote visitado pelo
Douglas/Renato no dia anterior
Pouco antes das 8h00 deixamos as margens do Rio Preto. Seguimos a trilha arenosa entre capoeira rala e em nível. Às 8h15 cruzamos um riachinho - Córrego Santa Rita - para logo à frente, cruzar uma porteira. Metros adiante há uma cava quando cruzamos um braço do Santa Rita. Haviam alguns paus para facilitar a passagem.

Ciclo natural da vida...
Após o Córrego Santa Rita saímos em campo aberto. Nesse ponto havia uma árvore seca e caída, formando um conjunto bucólico, com alguns ipês floridos por perto.

Também é o ponto onde cerca de 1 km à nossa esquerda há um poção de areia muito bonito, no próprio Santa Rita. Como a jornada era longa naquele dia nem cogitei um ataque ao lugar.

Seguimos em nível e adiante cruzamos um pequeno brejo; para imediatamente começarmos a subir, tendo uma casinha à esquerda da trilha logo mais à frente.

Aproximamos da casa e alguns amigos foram pegar uns limões. Cruzamos uma porteira e desembocamos na antiga estradinha vicinal.

Em aclive ignoramos uma saída à esquerda que também leva ao Poço de Areia e mais à frente fizemos o mesmo com uma saída à direita que leva até a "casinha da música" próxima ao Rio Preto. Perto de 8h40 passamos por um ponto de água com rala matinha ciliar... A caminhada segue em aclive pela estradinha puro cascalho, com vista ampliada no rumo Norte. Visual encantador...

Serras do Tigre e Capão da Onça à sudeste
Sem alterações, pouco adiante optamos pela estradinha da direita, mas a saída da esquerda também se encontrará logo adiante. Cada um no seu ritmo, seguimos em grupo. Caminho próximo à Stephanie que vai me contanto as peripécias do seu bichano. Amante dos felinos fico entretido com as histórias...

O trecho em aclive acentuado se finda e estamos deixando as terras do Parque Nacional das Sempre Vivas. Mais alguns metros e em suave declive tocamos sempre reto, ignorando saídas à direita e esquerda, para às 9h00 cruzarmos uma porteira grande e um ponto de água.

Serra do Galho à Nordeste
Por estradinha em discreto aclive, a vegetação dos arredores vai mudando, passando para um campo mais seco; com raminescências de cerrado.

Por volta de 9h20 cruzamos outra porteira e imediatamente após ignoramos uma saída em estradinha à direita, prosseguindo à esquerda. Terreno nivelado, vamos observando entre arbustos a bonita Serra do Galho à nordeste.

Capelinha de Santa Rita
Mais alguns passos e às 9h45 chegamos até à Igrejinha de Santa Rita. Os amigos que caminharam na dianteira estavam lá no pátio da Capelinha. Não fui até lá e somente acenando reagrupamos.

Seguimos sob sol forte pela estradinha do bairro Santa Rita. Ignoramos um atalho que nos pouparia 1 km mais ou menos e tocamos até a Casa e Bar da Dona Geralda, aonde chegamos às 10h00!

Casa e Bar da Dona Geralda
Com aquele sol a pino chegamos loucos atrás de água; pois a partir daquele ponto fontes de água seriam mais escassas. Como Dona Geralda mantém um barzinho, um refrigerante também não seria nada mal...

Mas receptivos como só eles logo nos convidou para adentrar à sua casa e nos ofereceu uma dobradinha... Daniel caiu pra dentro... Eu fiquei com vontade, mas estava empanturrado com pão... Dona Geraldo abriu o barzinho e saiu uns refrigerantes.

Abastecidos de água e refrescados, por volta de 10h40 deixamos a casa da Dona Geralda. Despedimos do seu esposo que esticava um couro de boi pelo terreiro-curral, cruzamos a porteira e pegamos a estradinha no sentido oeste; a mesma que segue para Curimataí. A partir desse ponto entrávamos na rota da Trilha do Algodão...

Seguimos pela estradinha até a trifurcação, logo depois de uma porteira. Ali entramos na trilha; um alívio. Mas arenosa que só e sob aquele sol quente é por demais desgastante. Fomos beirando uma cerca e imprimimos um ritmo acelerado. Já ao final do vale dei por mim e alertei que não precisávamos nos apressar tanto...

Cumprimos o trecho plano, subimos curto aclive e passamos por um trecho de cascalho. Numa rara sombra fizemos uma parada para descanso às 11h20. Retomamos a caminhada uns 20 minutos depois. Percorremos o trecho arenoso até que adiante deixamos a trilha mais batida em favor de uma discreta saída no sentido sudoeste.

Vista Nordeste: focos de incêndio...
Trecho muito bonito, ponto culminante de toda a travessia; em que é possível observar o lado leste onde ficam a Serra do Tigre e do Capão da Onça; bem como trechos ao norte de onde viemos; além é claro da Serra do Lamarão à oeste. Para o sul amplas áreas de campos...

Após curto aclive entramos em área de campo com vista sudoeste se alargando. Logo topamos com fumaça, sinal de foco próximo. Não demorou e encontramos com um rapaz à cavalo.

Tocamos em declive e logo abaixo o fogo consumia o campo às margens da trilha. Sorte que era um pequeno foco e parecia ser colocado para renovação de pastagens.

Gadão na descida para o Vale do Riacho da Areia
Tocamos adiante e em bom ritmo aclive abaixo. Por volta de 12h20 passamos por um ponto de água; aliás esta é uma região úmida, com alguns pontos de água, apesar da secura da época.

Topamos com um gadão que nos observava curioso. A trilha logo se nivelou e às 12h30 aproveitamos uma sombra à direita da trilha pra descansar. Realmente o sol não estava pra brincadeiras...

Beirava 13h00 quando retomamos a caminhada, que segue em nível e quase apagada entre a vegetação mista de cerrado e campos.

Estávamos na influência do Riacho da Areia; margeando pela sua esquerda; a aproximadamente 80 metros do curso d'água. Cortamos toda a encosta 'non stop' e às 13h35 numa guinada para o oeste em declive sombreado chegamos até o Riacho da Areia. Nos estatelamos nas sombras para novo descanso e abastecimento.

Veredas de Buritis
O sol estava mesmo quente, modos que somente por volta de 14h00 retomamos a caminhada pelo vale, agora pela margem direita do Riacho da Areia; que ajuda a formar os grandes poços junto aos buritizeiros.

Entrávamos na área das veredas de buritis. Região linda à base da pequena Serra do Lamarão. Pela trilha marcada porém discreta vamos cruzando o vale e devido ao calorão tivemos que fazer curta parada numa sombra...

Região muito bonita
Aproximamos de uma cerca por volta de 14h40 e tomamos a variante mais próxima das veredas. Seguimos umas trilhas de vaca que nos rendeu uma rota mais suja que aquela mais à direita; porém sem grandes novidades. Em torno de 15h00 vencemos o Vale dos Buritis com aquela bela e marcante vista: os buritis às margens de um lago...

Fiquei na rabeira e os amigos seguiram trilha adiante. O trecho é bem marcado entre o cerrado e às 15h15 chegamos até a estradinha junto à passagem do Riacho da Areia.

Ali tocamos para o norte pois queríamos acampar próximo à Represa Caída, local que ainda preserva uns poços propícios para banho.

Restos do que sobrou da antiga represa...
Em cinco minutos chegamos até o lugar onde há uma casinha fechada. Estávamos muito desgastados devido ao calorão daquele dia. Foi um trajeto em torno de 22 km sob um sol de rachar; então nada mais justo que descansar.

Minutos após a nossa chegada uma camihonete com turistas esteve por lá. Muito simpáticos logo retornaram pela estradinha sentido Curimataí.

Instalados nas proximidades da casinha, o restante da tarde foi dedicado ao descanso, refresco e afazeres normais. Aproveitei para circular pelo leito da antiga barragem que caiu a alguns anos atrás. Bonito lugar! Ali na região, a alguns quilômetros no sentido norte há outra bonita vereda beirando a estrada que segue para Curimataí.

Por do sol - foto amadora
Naquela tarde assistimos a um bonito por do sol! Depois, preparo do jantar! Após, ficamos papeando até bem mais tarde. De onde estávamos observávamos focos de incêndio ao sul e ao norte; relativamente próximos ao nosso acampamento. Aliás, incêndios foram uma constante por todo o trajeto até então. No mais, cama, sob a lua que brilhou forte novamente...

4. Relato Dia 4: Da Barragem Caída à Santa Bárbara

O último dia da nossa pernada amanheceu como no anterior: nublado! Levantamos cedo e ajeitamos as tralhas com rapidez, modos que em torno de 7h40 deixamos a região do nosso pernoite.

Aquele seria um dia de caminhada rápida, totalmente por uma estradinha vicinal. Mas essa é uma estradinha em que não transita automóveis, pois está em péssimo estado. Em alguns pontos não passa de dois sulcos no terreno; ou carcomida pela erosão.

Vista Oeste na descida para Santa Bárbara
Tomamos a estradinha rumo sul e às 7h50 cruzamos o Riacho da Areia. Pouca água escorria por ali e cruzamos o ponto sem dificuldades. Após a porteira saímos em campo aberto, local com presença de gado.

Seguimos rumo oeste, com o baixio pós Serra do Espinhaço já observado. Percorremos suave declive, tendo uma casinha fechada à direita da estradinha; escondida pela vegetação.

Sem alterações, às 8h40 chegamos até às ruínas do que outrora fora uma residência. Atualmente está cainda ao poucos, tendo o gado como seus usufrutuários.

Fizemos uma parada e aproveitamos para apanhar laranjas no terreiro da casa. Há vários pés da bela fruta por lá; além de mangueiras e jabuticabeiras. As laranjas não estavam doces, eram aquele tipo caipira, um pouco azeda e bastante ácidas. Mas essas frutas fazem sucesso nas trilhas e devoramos várias...

Às 9h00 retomamos a pernada, cruzando logo abaixo um bom ponto de água. A passagem estava larga, modos que foi preciso pular a cerca de arame farpado e cruzar o riachinho num ponto imediatamente acima. Na passagem da cerca quase rasguei os fundilhos; mas ao final deu tudo certo! 

De volta à trilha, e pra variar sob sol forte, tomamos um curto atalho à direita e em nível. Não demorou e interceptamos novamente a estradinha. Seguimos entre capoeira de cerrado e logo à frente fizemos uma paradinha para ajeitar a mochila da nossa amiga Cláudia.

Retomados, cruzamos uma tronqueira e fiquei na rabeira, fechando a bendita, que estava de difícil fecha; dura pra diacho! Logo a estradinha entrou em forte declive, com a presença de muitas rochas, cascalho e erosões. Trecho chato de caminhar.

Mas sem percalços tocamos pra baixo. Vamos descendo em grupos, com o Douglas puxando a dianteira e desaparecendo das nossas vistas... Com calma sigo conversando com o Paulo sobre as labutas da engenharia civil. Tantas histórias; rimos um pouco...

Barragem Santa Bárbara
Cada vez mais próximos do final dao trekking, às 10h35 passamos pelo acesso do poço superior da Barragem de Santa Bárbara. Uma precária sinalização indicava que o Douglas estava por ali. Gritei mas sem resposta descemos alguns metros e chegamos às 10h40 na Barragem de Santa Bárbara.

Nos espalhamos por ali para descanso e lanche. É um ponto agradável, com a represa formando um grande e calmo poço. Na sequência do riacho há a parte superior da Cachoeira de Santa Bárbara; com muitas rochas. É um lugar agradável e misto, mas não fomos até lá...

À essa altura o sol sapecava geral; embora não fizesse tanto calor como nos outros dias. Poucos se animaram a entrar na água. A Cláudia que parece uma sereia reclamava de resfriado, julgo fruto das lavagens de cabelo dos dias anteriores... Sobrou para o Daniel e o Renato fazer as honras! Em instantes Douglas chegou até nós e disse ter entrado no poço acima...

Depois de um tempo que já estávamos ali na Barragem um outro grupo de caminhantes passou por ali; segundo informaram estavam percorrendo a Trilha do Algodão. A Cida aproveitou a carona e desceu para a Vila de Santa Bárbara com eles. Nós permanecemos mais um tempo pela Barragem...

Deixando a Barragem
Somente às 11h50 pegamos as cargueiras e seguimos para a Vila de Santa Bárbara. A trilha no sentido norte em declive é larga e com alguma sinalização, de modo que sem dificuldades vencemos o trecho.

Pontualmente às 12h20 botamos os pés na histórica Vila de Santa Bárbara. Admiração pelo prédio da Antiga Fábrica e pela pracinha florida e bem cuidada. Claro, não faltou a foto do êxito.

Bonita praça na Vila de Santa Bárbara
Depois seguimos para a Pousada Sombras do Espinhaço. Antes, na beira da rua encontramos uma Tamarindeira carregada. Coletamos alguns tamarindos, que estavam deliciosos. Depois corremos para a Pousada, onde chegamos às 12h40.

Ajeitamos as tralhas e nosso resgate já estava por lá. Mas antes do retorno iríamos almoçar, afinal 4 dias no mato nos deixa com saudade s de uma comida mais elaborada.

Aliás, acho que a vontade era tanta que demoramos uma meia hora pra chegar no consenso do almoço; mesmo tendo reservado com antecedência...

Nós outros na Vila de Santa Bárbara
Almoçados, fizemos hora ali na Pousada. Somente às 14h25 embarcamos no nosso resgate e tocamos para BH. Deixamos o Renato novamente em Augusto de Lima e a Juliana em Curvelo.

Na sequência viemos até a Parada Maquiné, já na BR 040; onde fizemos uma paradinha para esticar as pernas. Embarcados novamente logo despedimos e deixamos o Paulo no Posto da PRF de Sete Lagoas.

Na continuação para BH enfrentamos um congestionamento monstro na 040. Isto atrasou nossa viagem; modos que somente chegamos em BH beirando às 21h00.

Amigos, obrigado outra vez pela companhia, gentileza e paciência! Inté!

5. Serviço: Informações sobre a Rota, Acesso e Outras Dicas

Travessia com início em Curimataí, Distrito de Buenópolis e final na Vila de Santa Bárbara, município de Augusto de Lima; ambas localidades na borda oeste do Espinhaço, na região centro-norte de Minas Gerais. Totaliza aproximadamente 50 km, incluindo eventuais ataques à cachoeira de Santa Rita e Barragem Quebrada.

Apesar de percorrer terras movimentadas o trajeto da Travessia apresenta baixa variação altimétrica; partindo e finalizando na cota de 600m de altitude; com ponto culminante a quase 1.300m na virada dos campos em direção ao Riacho da Areia; a cerca de 30 km do início da Travessia.

A vegetação da região é um misto de campos rupestres e cerrado.  Hidrograficamente possui no Rio Preto seu principal curso d'água, destacando ainda o Riacho da Areia.

É um misto de trilhas e estradinhas vicinais; que se intercalam. No início e até a subida da Água Fria é o mesmo trajeto da rota Curimataí-Inhaí, uma estradinha em péssimo estado.

A partir desse ponto desloca-se para o sul, iniciando o trecho em trilhas, que cruzará o Rio Preto e se estenderá até após o Córrego de Santa Rita. Todo esse trecho se localiza dentro das terras do Parque Nacional das Sempre Vivas.

A partir do Córrego de Santa Rita chega-se na região do bairro Santa Rita; utilizando das estradinhas vicinais locais. Esse trecho há circulação de automóveis, pelo menos na região da Capelinha e até a saída para Monjolos.

A estradinha permanece até a saída para Curimataí, quando inicia novo e longo trecho em trilhas. Passa a percorrer o mesmo trecho da Trilha do Algodão; virando para o Lamarão e Veredas; indo até a região da represa caída. A partir desse ponto retorna estradinha precária até Santa Bárbara.

Portanto, excetuando o trecho em Santa Rita, os outros trechos de estradinhas são precários, não havendo circulação de automóveis. Na verdade são restos do que um dia foi uma estradinha; e em alguns pontos não passam de dois sulcos no terreno.

Além do visual aberto, o principal atrativo dessa Travessia é a belíssima Cachoeira de Santa Rita. É um lugar que justifica a pernada. Mas também destacam-se a Cachoeira de Curimataí, o histórico Curral de Pedras, uma construção do século XVIII; os outros poços do Rio Preto, o Poção do Santa Rita; as Veredas de Buritis; as Barragens e a Cachoeira em Santa Bárbara.

O Parque Nacional das Sempre Vivas

O Parque Nacional das Sempre Vivas foi criado em dezembro de 2002 e compreende terras nos municípios de Olhos d’Água, Bocaiúva, Buenópolis e Diamantina, na região centro-norte do Estado de Minas Gerais. Seu nome deriva da presença abundante das sempre vivas pelos campos da Unidade.

Está dentro da cadeia do Espinhaço Mineiro, apresentando relevo movimentado; o assim chamado mar de morros. A vegetação constitui-se de cerrado, campos de altitude e predominantemente campos rupestres. Hidrograficamente separa as bacias do Jequitinhonha e São Francisco; sendo importante manancial de nascentes que abastecem esses dois grandes rios. É habitat de muitas espécies animais e vegetais; sendo algumas endêmicas.

Nesses 15 anos desde a criação ainda não foi implantada uma sede própria, centro de visitantes ou portais de acesso-controle dentro da Unidade de Conservação. O escritório do Parque Nacional das Sempre Vivas funciona na cidade de Diamantina.

Também é via Diamantina-São João da Chapada-Macacos o acesso por estrada de terra até o alojamento; antiga construção de fazenda; localizado na porção sul do Parque. É basicamente destinado a dar suporte a brigadistas.

Como uma área bastante extensa e que antigamente era utilizada para criação de gado, assim como garimpagem em alguns pontos, é natural que existam trilhas e caminhos por vários pontos do Parque Nacional das Sempre Vivas. A principal rota da Unidade é entre Curimataí (distrito de Buenópolis) e Inhaí (distrito de Diamantina). 

Mas há várias outras rotas pelo Parque. Para Sudoeste há aquelas que ligam Curimataí a Santa Rita (trecho que percorremos); e a Sede-Santa Rita Via Ranchão. Para o norte a principal vertente é aquela que deságua em Pé de Serra; ou então pras bandas do Inhacica. Para o Sul há a saída para Macacos. 

Distâncias aproximadas
Cidade referência: Belo Horizonte

Belo Horizonte a Curimataí: 300 km; sendo 38 km em estrada de terra
Buenópolis a Curimataí: 40 km, sendo 38 km em estrada de terra
Santa Bárbara à rodovia BR 135: 12 km
Santa Bárbara a Augusto de Lima: 28 km
Santa Bárbara a Buenópolis: 27 km
Santa Bárbara a Belo Horizonte: 280 km
Belo Horizonte a Diamantina: 300 km
Belo Horizonte a Olhos D'Água: 420 km
Belo Horizonte a Bocaiúva: 380 km

Como chegar e voltar - de ônibus
Cidade referência: Belo Horizonte

Ida: Viação Transnorte até Buenópolis → Táxi até Curimataí
Volta: Táxi da Vila Santa Bárbara até Augusto de Lima → Empresa Gontijo de Augusto de Lima até Belo Horizonte

► Confira nas empresas de ônibus horários e frequências
► Há ônibus de linha rural ligando Buenópolis a Curimataí. Porém os horários e frequências são escassos e somente de segunda à sexta.
► Não há mais linhas de ônibus ligando Augusto de Limas, ou Buenópolis ou mesmo a BR 135 à Vila de Santa Bárbara.

Como chegar e voltar - de carro
Cidade referência: Belo Horizonte

Ida: BR 040 até o Trevão → BR 135 até logo após Buenópolis → Estrada de Terra da BR 135 até Curimataí
Volta: Ligação Santa Bárbara à BR 135 → BR 135 até o Trevão → BR 040 até Belo Horizonte

► Início e final se dão em pontos distintos e distantes. Fique atento.

Considerações Finais

► Unidade de Conservação - Parque Nacional: Não há sistema de reservas, cobrança de ingresso, pernoite ou uso de trilhas no Parque Nacional das Sempre Vivas; pois não há estrutura e a Unidade não é oficialmente aberta à visitação. Para visitar a Unidade é necessário contatar a Administração e solicitar autorização no Escritório em Diamantina (38-3531.3266). A Unidade exige o preenchimento de formulários, termo de responsabilidade e lista de caminhantes para eventualmente e segundo critérios próprios emitir autorização. É importante que a Unidade tenha ciência de quem está caminhando pelas terras do Parque, pois isto poderá ser orientado; além de gerar estatísticas, estudos e melhorias. Os funcionários são muito gentis, dedicados e solícitos. Então, façam o favor: não visite o Parque Nacional das Sempre Vivas sem obter autorização!

► Trilhas e Trajeto: Predomina o sentido Norte-Sul. Sombreamento em aproximadamente 5% do trajeto. Há subidas (trecho inicial) e descidas (trecho final). Trecho com estradinhas vicinais no início, meio e final. Restante do trecho com trilhas antigas, ora bem marcadas, ora pouco marcadas. Há pontos com trilhas se cruzando e algumas bifurcações importantes; requerendo atenção na navegação.

► Logística de Acesso: Como em toda Travessia, a logística de acesso-regresso costuma ser a parte mais complicada para o caminhante; pois quase sempre se tratam de pequenas localidades em que transporte público é escasso ou simplesmente não existe. Dependendo do dia e horário, essa situação pode exigir a contratação de serviços de táxi ou então combinado com amigos; ou então restando a alternativa de se fazer longos trechos à pé por estradinhas vicinais. Portanto, avalie bem antes de realizar a travessia para não correr riscos de ter que ficar mais um dia no mato sem ter se programado! No caso dessa travessia há certa facilidade pois os pontos de início e final se encontram na borda oeste do Espinhaço, separados por aproximadamente 25 km em estrada de terra e estado piorado. Já a estradinha de terra no trecho BR 135-Curimataí encontra-se em bom estado.

► Camping: Não há estrutura de camping no Parque Nacional das Sempre Vivas ou na rota da Travessia. Na localidade de Santa Rita é possível acampar na casa da Dona Geralda. Eventuais outros acampamentos serão no estilo natural. Não faça fogueiras e traga todo o seu lixo de volta!

► Água: Há pontos de água pela rota, não sendo necessário transportar grandes quantidades enquanto se caminha. Mas no tempo da seca algumas fontes desaparecem; requerendo abastecimento sempre em carga máxima. Além é claro do Distrito de Curimataí e da Vila de Santa Bárbara; aonde se deve abastecer; fontes perenes estão no (1) Subida do Curral de Pedras; (2) Região do Rio Preto em pelo menos 3 pontos distintos; (3) Bairro de Santa Rita; (4) no Riacho da Areia e na Vereda de Buritis em vários pontos; (5) Fonte do Casebre; (6) Ribeirão e Barragem Santa Bárbara.
Fique atento e use sempre purificador!

► Exposição ao Sol: Intensa. Use protetor solar.

► Época de realização: O melhor período para realização dessa travessia é de abril a setembro; que é a época mais seca na região. Porém é quando as águas das cachoeiras estão mais geladas e em menor volume.

► Tempo e Sentido para realização: Em 3 dias seria o formato ideal; suficientes para se caminhar com calma e curtir os atrativos sem pressa. Mas é possível realização em 2 dias de caminhada mais apressada; com pernoite em Santa Rita. Quanto ao sentido da Travessia, nossa opinião é que Curimataí-Santa Bárbara é o sentido mais proveitoso.

► Segurança: É uma travessia que permite duas principais rotas de escape. Na parte inicial é possível retornar à Curimataí. Na região de Santa Rita é possível sair sentido estrada de Curimataí e BR 135. Porém, tenha em mente que em qualquer uma dessas opções as rotas são longas, mesmo que em estrada de terra. Não há estrutura de busca e resgate nem no Parna Sempre Vivas ou nos arredores.
Não há sinal de telefonia celular pela rota; nem obviamente terminais telefônicos.

► Atenção: Ambientes naturais abrigam insetos e animais selvagens ou peçonhentos. Isto é natural e normal. Portanto ao manusear suas roupas e equipamentos verifique com atenção e rigor se não há presença desses animais ou insetos; evitando acidentes. Também fique atento quanto a presença de animais selvagens de grande porte; e evite assustá-los.

► Cash: leve dinheiro trocado e em espécie. Pequenas localidades não aceitam cartões ou cheques.

► Carta Topográfica: Curimataí, Diamantina


► Pratique a atividade aplicando os Princípios de Mínimo Impacto

Bons Ventos!

2 تعليقات

  1. excelente relato. save se na barragem de santa bárbara passa 4x4? obrigado

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    1. Olá Ricardo, pelo que observei na última passagem infelizmente não era possível transposição.
      Gde abraço, obrigado pelo comentário

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