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Altar avolumada na tarde de sábado |
Uma das vantagens do Trekking pelo Espinhaço é ter a possibilidade de juntar caminhos diversos e por em prática uma variante. Isto permite se afastar de rotas mais congestionadas; porém o mais interessante é ampliar o conhecimento acerca de uma área; e constatar que de fato, o Espinhaço é um grande presente! Nesse sentido, em novembro de 2024 realizamos a rota Lapinha x Intendente via Capão do Filipe.
Diferente da rota mais ao Norte Via Bicame, a passagem pelo Capão trata-se da junção de parte da Rota Clássica da Lapinha x Tabuleiro até os limites do PE do Intendente. Nessa altura, a variante para o Intendente toma o sentido Norte, percorrendo a área conhecida por Capão; região aonde estão as primeiras nascentes do Rio Preto. Passado por essas, a rota galga e despenca pela encosta Norte da Serra do Intendente, alcançando o Córrego do Teodoro e finalizando na região da Rabo de Cavalo x Peixe Tolo.
Dia 1
Viagem tranquila sentido Lapinha da Serra, passava das 7h30 quando desembarcamos em frente a Capelinha do arraial naquela fria e nublada manhã de 15 de novembro; uma sexta feira, feriado nacional. Enquanto ainda ajeitávamos as tralhas, um fino e enjoado chuvisco começou a esfriar nossas cabeças.
Sem nos importar com a insistência daquele chuvisco enjoado - essa possibilidade faz parte da vida do praticante de caminhadas - logo nos pusemos em marcha, A princípio, aquele tempo fechado, mais o chuviscar não geravam preocupações, afinal as previsões do tempo não indicavam chuvarada para aqueles dias. Sim, poderia ocorrer, mas de modo isolado e sem grandes insistências.
Tomando a rota clássica sentido Tabuleiro, rapidamente margeamos a represa e por volta de 8h30 já meávamos o primeiro morrote da trilha. Em dias quentes, este é um trecho em que o suor normalmente se faz presente. Não porém naquele dia, pois a temperatura era agradável e propícia a caminhadas.
A essa altura passamos a observar à nossa esquerda na encosta da Serra da Lapinha variadas quedas d'água temporárias. Isto nos indicava que naquela madrugada ocorrera uma chuva de média a forte intensidade naquela região. O solo bastante úmido também denunciava o ocorrido. Logo isto nos parecia bom; pois poderia nos indicar que a eventual chuva prevista para a tarde daquela sexta feira poderia ter se antecipado no horário.
Trecho amplamente conhecido por todos nós, sem demoras passamos pela Santinha e viramos o morrote, adentrando na região do Muro de Pedras; no vale superior das nascentes do Mata Capim. Aquele chuvisco enjoado permanecia indo e vindo. O ponto de trilha mais baixo do trecho apresentava bastante lamacento!
Ao chegarmos no ponto de água no afluente do Mata Capim em torno das 10h00, constatamos que a água corria mais forte! Tivemos que cruzar pelas matações para já não meter o pé na jaca logo naquela manhã. Coletar água também foi complicado, uma vez que apresentava muito cisco ao se deslocar.
Sem demora prosseguimos e o tempo fresco favorecia a caminhada. O panorama seguia o mesmo: o chuvisco ora diminuía; ora cismava de vir mais forte! Observávamos também muitas nuvens baixas e carregadas; somado a relativo calor... Bom, quem observa um pouquinho a climatologia sabe que isto pode não ser um bom sinal.
Àquela altura, focava somente em duas situações! A primeira era que, frente às quedas d'água temporárias na Serra da Lapinha; e ao volume de água no Mata Capim; havia a possibilidade real do Parauninha se encontrar um pouco rebelde naquela manhã. Isto poderia nos atrasar um pouco; ou até mesmo atrapalhar nossos planos para aquela sexta feira.
Mas só indo ver! Prosseguimos a jornada e pouco antes das 11h00 chegamos ao Parauninha. A água estava em nível mais elevado; porém não em níveis que impedissem transposição. Era coisa pra no máximo coxas dos mais baixinhos, como eu!
Relaxados, e aproveitando a ausência do chuvisco, fizemos parada para uma boquinha e afins. Cerca de meia hora após tratamos de tirar botas e calças pra cruzar o Parauninha. Sem sobressaltos!
Logo ao iniciar a suave subida pós Parauninha, o chuvisco retornou um pouco mais forte. E aí não teve jeito: logo se transformou numa senhora pancada de chuva, daquelas derramadas, suficientes pra molhar até a alma!
Tomamos a antiga trilha que levava para o Tabuleiro e serpenteamos aquela beira de capoeira sob um chuvão! Sem muito o que fazer, apressamos para não nos gelar na chuva; modos que em pouco tempo nos aproximamos da conhecida Carrasqueira. Pois bem, assim como veio; aquele pancadão de chuva foi embora!
Beirava 13h00 e aproveitamos para ajeitar as tralhas, tirar as capas de chuva e descansar um pouco ali naquele belo mirante do Três Irmãos. A despeito da recente e forte pancada de chuva; agora até um olho de sol teimou em surgir! Pura ilusão, pois o tempo seguia carregado! Até mesmo o visual dos Três Irmãos e do Breu estavam prejudicados.
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Os Três Irmãos com capuz |
Por volta de 13h30 retomamos a caminhada pela trilha velha. Pouco acima, tomamos um desvio equivocado e na preguiça do retorno, cortamos caminho e interceptamos a velha Estradinha Norte x Sul pouco adiante da antiga saída para o Zé de Olinta.
Ali foi só se manter na estradinha plana tendo o Cruzeiro dos Tropeiros como referência. Este é um Mirante muito bonito, mas naquela ocasião nem fomos ao lugar, exceto o animado Oliver. Metros adiante; e à esquerda, ignoramos a saída que leva para o Rio de Pedras. Logo a seguir, igualmente fizemos com a saída à direita que leva a algumas casas e vai desaguar lá no Zé da Olinta.
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Cruzeiro dos Tropeiros Ao fundo, prenúncio de chuva forte na região |
Nos mantendo na cota de mil quatrocentos e pouco, margeamos uma capoeira pela esquerda e começamos a descer suavemente. Percorremos a ferradura no interior de outra matinha-capoeira. Na sua parte final ignoramos nova saída à esquerda. Ao despontar já demos de cara com o ponto de acampamento no Capão logo adiante e abaixo, aonde antigamente era uma casa de morador.
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Chegando no Capão Nuvens carregadas |
Em campo aberto a estradinha nos levou até o lugar, que parece se manter do mesmo modo há anos. As construções encontram-se precárias, algumas correndo risco de queda; enquanto outras já se foram. Algumas peças antigas de caminhão e muita madeira velha espalhada compõem o lugar.
Ali, pouco depois das 15h00 e sob aragem, procuramos espalhar nossas barracas. O terreno um pouco inclinado, capim alto e úmido, muito esterco de gado, restos de madeira e afins trataram de dificultar um pouco as coisas. Mas como éramos um grupo experimentado nesses traquejos, sem muita demora nos instalamos.
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Pernoite no Capão |
Alguns animados ainda foram tomar banho no afluente do Rio Preto que corre logo abaixo junto ao fiapo de mata ciliar. Preferi recusar e o resto da tarde foi dedicado ao ócio, fazer as coisas com calma e dormir cedo. O chuvisco ainda insistiu em ir e voltar algumas vezes, mas sinceramente dormi tão bem que nem vi se choveu forte a noite...
Dia 2
Pelos planos iniciais, aquele seria um dia que teríamos tempo para circular ali naquele lugar alto com alguns belos miradores; e escolher qual rota nos levaria lá para a região da Cachoeira do Altar. Porém, o dia amanheceu completamente sem visual: neblina por todos os lados e indicativo de ocorrência de chuvas. Então restava não inventar moda e seguir apenas uma opção que nos levasse em segurança até o desejado destino.
Pouco depois das 8h00 da manhã e sem indicativo de abertura no clima, iniciamos nosso caminhar entre as brumas do Intendente. Cruzamos o afluente do Rio Preto e a seguir ignoramos as várias trilhas de vaca que saem à esquerda rumo Norte e Transamante. Tendemos a Nordeste por discreta trilha, buscando cruzar as primeiras águas do Rio Preto. Cruzadas sem dificuldades, embora tudo estivesse liso, margeamos um filete de capoeira e atingimos a trilha discreta Nordeste x Sudoeste.
Numa guinada em 90 graus, cruzamos o filete de capoeira e tomamos a trilha Nordeste-Leste, que bem marcada segue a encosta esquerda do Rio Preto. Ali, ponto culminante da jornada daquele dia, fui tentando fazer contato com nosso ponto de almoço no dia seguinte. Buscava informar que, apesar do tempo carrancudo e enrolado, estávamos na trilha, tudo estava bem e que estaríamos lá, conforme combinado.
Feito o contato, prosseguimos pela trilha; já perdendo altura. Estávamos pela encosta Norte da Serra do Intendente. Num descuido passei uma discreta bifurcação e só percebi o erro pouco adiante! Naquele topo adiante há um mirante do Rio Preto muito bonito, mas naquele dia não compensava ir até lá, afinal não se via nada com aquele neblinão.
Ao perceber o erro, perguntei se alguém havia visto um pequeno poço beira trilha metros atrás. Resposta positiva, tomei então um curto atalho para interceptar a trilha logo abaixo. Isto gerou muitas risadas e desconfianças... Natural, afinal a pergunta que fiz pareceu totalmente sem propósito para um dia fechado.
Naquele ponto, curiosamente há um buraco que desde que conheci aquele lugar está lá. E enche de água em dias de chuva. Ficou marcado pelo capote fenomenal de um amigo muitos anos atrás. É portanto, uma referência pessoal.
Interceptada a trilha, rapidamente vamos perdendo altura. Trilha batida, com muita pedra solta e lajeados, afinal estamos no Espinhaço. É um misto de lances em nível, descidas curtas, degraus! A lamentar somente a ausência de visual/ pois aquele trecho é de fato muito bonito! Com êxito, pouco depois das 10h00 finalizamos o trecho da decida da Serra.
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O máximo visto durante a descida da Serra Do lado de lá é o Cânion do Rio Preto |
Beiramos uma rocha com uma bela árvore e por ali fizemos uma parada para descanso e aglutinação. Sem combinar com São Pedro, logo chegou também para refrescar o descanso uma pancada de chuva caprichada! Ajeita daqui, esconde dali... O jeito foi reiniciar a caminhada; afinal não se tinha mais roupa a molhar mesmo!
A partir desse ponto a trilha batida não apresenta dificuldade. Descida suave pela extremidade esquerda de capoeira. Adiante tomamos à esquerda na trilha; inverso que antigamente fazíamos para sair lá pra direção da Cachoeirinha do Sossego. Sinceramente nem sei se isto ainda é possível. Comecei a observar sinalização da rota das cachoeiras em Conceição.
Adiante, no interior da capoeira cruzamos um afluente do Ribeirão Teodoro com suas águas avermelhadas. Logo adiante outro rego d'água. Ali, foi só se manter na trilha batida, cruzar a matinha molhada e despontar em trecho aberto entre os afloramentos, já na região da Cachoeira do Altar. A chuva forte já havia passado e uma aragem ameaçava instalar. E era por ali mesmo, naquele sábado nublado, por volta de 11h40 da manhã que também nos instalaríamos...
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A coloração do afluente do Teodoro |
Até aquele momento, nossa jornada estava abaixo das expectativas. A previsão do tempo não havia se concretizado; o visual estava prejudicado, já havíamos tomado chuva no lombo; e não era de se admirar até um pouco de frio... Enfim, o que de positivo havia era que no geral estávamos todos bem.
Como era ainda bem cedo e por algumas razões físicas e pessoais, alguns amigos decidiram emendar a caminhada e já finalizar a jornada lá embaixo no Camping da Dulce junto a Rabo de Cavalo; pernoitando por lá. Experimentados que eram, tudo certo!
Assim, enquanto parte do grupo desceu para finalizar a jornada; eu e outra parte dos amigos preferiu permanecer lá em cima junto ao Teodoro; afinal, se há oportunidade, nada melhor que mais um dia um pouco mais afastado da civilização.
E aquela foi uma tarde proveitosa no ócio. Na verdade naquela tarde o sol não saiu. Mas também não choveu mais. Isto permitiu visitar a Cachoeira do Altar, margear o Teodoro e aproveitar o tempo com bate papo com os amigos e muitas risadas.
Os planos para aquele segundo dia eram bons. Visitaríamos o Mirante do Rio Preto ainda lá em cima no alto da Serra do Intendente. Desceríamos e teríamos a tarde inteira para curtir o Córrego Teodoro com seus poços, a Cachoeira do Altar e até próximo a garganta da Rabo de Cavalo. E para quem se animasse seria possível até visitar o Mirante do Peixe Tolo.
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Em dias normais escorre um filete por ali Nesse momento já havia diminuído o volume |
Quase nada disso foi possível, uma vez que os ribeirões estavam nervosos naquela tarde. Inclusive se tivéssemos descido a serra por outra trilha - uma das outras opções que descem a serra mais ao Norte - certamente teríamos tido sérios problemas para cruzar o Córrego Teodoro e seus afluentes. Até mesmo as drenagens temporárias estavam agitadas naquele feriadão. Logo, nossa decisão inicial naquela manhã ainda lá no alto da serra mostrou-se certeira. Ao final e no geral, foi um dia proveitoso e coroado com ótima noite de sono!
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Imagino que muitos já curtiram esse lugar. Na ocasião, impossível! |
Dia 3
O terceiro e último dia amanheceu como os anteriores: nublado! Mas sem chuva. Aquele dia previa descida até a Rabo de Cavalo e se alguém desejasse, poderíamos esticar até o Peixe Tolo. Sem pressa ajeitamos as tralhas.
Passava das 8h40 quando deixamos a região da Altar. Trilha batida e ampla, sem dificuldades fomos percorrendo o trecho. O sol até ameaçou sair, algo bastante mentiroso praquele domingo. Pouco antes das 10h00 adentramos no Camping da Dulce.
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Pras bandas do Peixe Tolo naquele domingo |
Aquele tempo enrolado logo tratou de nos trazer os benditos chuviscos. Visitar a Rabo de Cavalo sem chance: estava com volume de água muito elevado. Visitar o Peixe Tolo também seria inviável. Logo, tudo isso foi suficiente para ajeitarmos as tralhas e darmos a pernada por encerrada. Então foi só aguardar o saboroso almoço no lugar...
Por volta de 14h00 deixamos o lugar e iniciamos caminhada em direção ao Estacionamento da Rabo de Cavalo. No caminho observamos que nosso resgate estava chegando. Mesmo assim seguimos pela estradinha pois não sabíamos ao certo se o resgate conseguiria cruzar o Córrego na passagem molhada. Nesse momento fui ajeitar um incômodo na mochila e acabei ficando um pouco para trás dos amigos.
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Altar na manhã daquele domingo |
Mas deu tudo certo e encontrei o resgate no Estacionamento. Embarquei e alcancei os amigos na altura da passagem molhada. Cruzado o lugar, ao ajeitar a mochila no bagageiro notei que estava sem meu aparelho celular. Retornei lá próximo a Dulce para procurar e só o encontrei caído no gramado do estacionamento da Rabo de Cavalo. Tudo certo, retornei e embarquei. Pouco antes das 20h00 desembarcamos em BH; colocando ponto final na úmida Pernada da República.
Embora todos nós praticantes de Trekking devamos saber que faz parte do jogo devido ao clima; esta foi uma pernada com aproveitamento abaixo do previsto. Mas nem por isso a classifico como menos exitosa. Além de permitir ampliar conhecimento de área a vários amigos, mais uma vez a circunstância molhada nos valeu para nos alertar que, sob certas condições, melhor um feijão com arroz que invenção de moda! Muito grato sempre aos amigos pela gentileza da companhia. Inté!
Serviço
Travessia com aproximadamente 38 km ligando o arraial da Lapinha da Serra, município de Santana do Riacho; ao Parque Estadual da Serra do Intendente - Núcleo Rabo de Cavalo-Peixe Tolo; município de Conceição do Mato Dentro. Essa quilometragem inclui ambos atrativos finais. Excluindo-os, a rota totalizará em torno de 32 km.
Aproximadamente 55% dessa rota percorre áreas do Parque Estadual da Serra do Intendente, UC localizada na região Central de Minas Gerais. Utiliza em seu trecho inicial a mesma rota clássica da Rota Lapinha x Tabuleiro até a região da Ana Benta. Após essa região no Vale do Parauninha, o trajeto toma ruma Norte em definitivo, percorrendo a área do Capão do Filipe; nas proximidades das nascentes do Rio Preto.
A partir desse ponto, galga a Serra do Intendente, perdendo altura pela sua banda Norte. Por fim, aproxima do Ribeião Teodoro, curso onde estão as cachoeiras do Altar e Rabo de Cavalo. E dá por encerrada prolongando até o Cânion do Peixe Tolo.
As trilhas são mistas, apresentando consolidação por todo o trecho; não existindo trechos técnicos para transposição. Muito embora na região do Capão possa apresentar curtos trechos com trilha suja e um pouco confusa em alguns pontos, normalmente não se trata de rota complicada. Como opcional, a descida da Serra do Intendente apresenta pelo menos duas rotas: uma mais próxima ao topo do Cânion do Rio Preto; outra mais próxima ao topo do Cânion do Peixe Tolo.
Para realização dessa rota é recomendável comunicar ao PE da Serra do Intendente as suas intenções.
Como Chegar - De carro - Referência Belo Horizonte
Ida: Rodovia MG 10 até Serra do Cipó. Prolongamento até Santana do Riacho. Estrada rural da Lapinha
Retorno: Estrada rural do Núcleo Peixe Tolo do PE do Intendente até Conceição do Mato Dentro. Rodovia MG 10 até BH.
Obs.: Início e final em pontos distintos e distantes. Necessário planejar logística.
Como Chegar - De ônibus - Referência Belo Horizonte
Ida: ônibus Viação Saritur até Santana do Riacho. Táxi até arraial da Lapinha.
Retorno: táxi do Núcleo Peixe Tolo do PE do Intendente até Conceição do Mato Dentro. Ônibus Viação Serro até BH.
Obs.: Horários de ônibus escassos. Consulte as empresas sobre horários e frequências.
Considerações Finais
► Unidade de Conservação - Parque Estadual da Serra do Intendente. O Parque não oferece sistema de reservas, cobrança de ingresso, pernoite ou cobrança de uso de trilhas; pois não há infraestrutura implantada. Quando visitamos unidades que se encontram nessas condições é recomendável que mantenhamos contato com a Unidade e avisemos das nossas intenções. É importante que a Unidade tenha ciência de quem está caminhando pelas terras do Parque, pois isto poderá ser orientado; além de gerar estatísticas, estudos e melhorias.
► Trilhas e Trajeto: Predomina o sentido Sul x Nordeste. Sombreamento em aproximadamente 5% do trajeto; ou seja, pouco. Entre Lapinha e Capão trilha ampla; inclusive trecho final de antiga estrada vicinal. Do Capão até o Teodoro há trilha consolidada; porém há pontos que requer atenção. Do Teodoro até Rabo de Cavalo e Peixe Tolo, trilha ampla. Nesses locais há trechos de pula pedras.
► Experiência em Trekking: Recomendável não ir solo realizar essa trilha, em especial se apresentar pouca experiência em Trekking. O trajeto requer conhecimento e dedicação; e para praticantes com nenhuma ou pouca experiência pode não ser tão óbvio quanto parece. Procure iniciar a atividade sempre no primeiro horário.
► Logística de Acesso: Início e final em pontos distintos e distantes. Necessário programar sua logística, seja de carro ou de ônibus. Dependendo do modo escolhido a rota a fazer à pé pode se alongar em alguns quilômetros. Os acessos às localidades inicial e final se dão somente por estrada de terra, quase sempre em condições sofríveis, em especial no período chuvoso.
► Camping - Estrutura: Não há estrutura de camping no PE Serra do Intendente. Não há pontos comerciais pela rota; exceto no ponto inicial na Lapinha; onde também há camping e pousadas. Na parte final na região da Rabo de Cavalo e Peixe Tolo há restaurante e camping próximos, que atendem mediante reserva. No Distrito do Itacolomi, cerca de 8 km da Rabo de Cavalo, há comércio.
► Água: Há pontos de água pela rota, sendo bem distribuídos por todo o trecho. Inicie sempre abastecido e use purificador!
► Exposição ao Sol: Intensa. Use protetor solar.
► Época de realização: O melhor período para realização é de abril a setembro; que é a época mais seca na região. Porém é quando as águas das cachoeiras estão mais geladas e em menor volume; bem como as fontes de água escasseiam. Mas é mais seguro, uma vez que sob chuva forte a rota pode se inviabilizar, pois há córregos e rios importantes a serem cruzados.
► Segurança - Escape: Até a região do Capão, recomendável retornar ao início da trilha em Lapinha. A partir do Capão, seguir para o final da trilha. Na região do Capão, com sorte pode conseguir algo, uma vez que há vicinais na região que ligam casas de moradores à rodovia MG 10. Tenha em mente que em circunstâncias adversas os deslocamentos podem ser longos. Não há estrutura de busca e resgate seja no PE Serra do Intendente ou nos arredores. Não há sinal constante de telefonia celular pela rota - exceto em pontos específicos após na região a partir do Capão. Obviamente não há terminais telefônicos.
►Segurança: Ao praticar Trekking prefira utilizar calças compridas e camisetas com mangas longas. Isto oferece maior proteção frente à vegetação e eventuais insetos; além de minorar a ação do sol.
► Atenção: Ambientes naturais abrigam insetos e animais selvagens ou peçonhentos. Isto é natural; é normal. Portanto, seja ao caminhar ou ao assentar esteja sempre atento. Ao manusear vestuário e equipamentos verifique com atenção se não há presença desses animais ou insetos. Também esteja atento quanto a presença de animais selvagens de grande porte; evitando assustá-los.
► Cash: recomendável em espécie; muito embora já seja comum utilização de Pix.
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► Pratique a atividade aplicando os Princípios de Mínimo Impacto
Bons ventos!
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