Giro pelo Parque Estadual dos Três Picos

Picos Menor, Médio, Maior e Capacete
vistos do Vale de acesso aos Três Picos:
A Serra do Mar localizada na porção sul-sudeste do Brasil é pródiga em paisagens impactantes, apesar da intensa ocupação humana em seus meandros.

Escarpas espetaculares e encostas ainda recobertas por densa mata atlântica deixam até mesmo os mais sisudos de queixos caídos.

Talvez o maior símbolo dessa região seja a Serra dos Órgãos, localizada no Estado do Rio de Janeiro; um lugar de beleza cênica e um dos berços do Montanhismo brasileiro.

Porém, toda essa grandiosidade da Serra dos Órgãos muitas vezes acaba por nos ofuscar de um outro recanto igualmente rico e de beleza similar localizado nos seus arredores.

Trata-se do Parque Estadual dos Três Picos, que abrande áreas de alguns municípios vizinhos à Serra dos Órgãos, como Cachoeiras de Macacu, Nova Friburgo e a própria Teresópolis. Dentre os vários núcleos do Parque, sobressai a região dos Três Picos, que é marcada por um conjunto de rochas gigantescas; não sendo exagero afirmar que se trata de uma das mais fascinantes paisagens do Brasil...

► Confira ao final desse relato informações gerais sobre Parque Estadual dos Três Picos; Travessia Vale dos Deuses-Vale do Frade; Picos Menor, Médio, Cabeça de Dragão e Caixa de Fósforo

Havia bons anos que não voltava à região dos Três Picos. A cada visita à Serra dos Órgãos sempre batia uma saudade imensa do lugar quando visualizava à leste o destacado conjunto dos Três Picos.

E a oportunidade de zerar a saudade chegou ao participar de mais uma etapa do Projeto 12T Trilhando. Nosso objetivo era realizar a Travessia Vale dos Deuses e Vale do Frade; além de visitar os Picos Cabeça de Dragão, Caixa de Fósforo; e se o tempo colaborasse chegar até o Pico Menor e Pico Médio.

Rota realizada e disponibilizada no Wikiloc
Além de possibilitar estudar e visualizar a região, você poderá baixar este tracklog (necessário se cadastrar no Wikiloc); e inclusive utilizá-lo no seu GPS ou smartphone (necessário instalar aplicativo). Recomendamos que utilize esta rota como fonte complementar dos seus estudos. Procure sempre levar consigo croquis, mapas, bússola e outras anotações que possibilitem uma aventura mais segura. Melhor planejamento, melhor aproveitamento. Recomendável que leia este relato para melhor compreender esta rota.
Pratique a atividade aplicando os Princípios de Mínimo Impacto


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Relato Dia 1


Deixamos Belo Horizonte na noite do dia 17 de junho e depois de uma madrugada mal dormida e um trajeto 'encrespado' somente chegamos em Nova Friburgo às 8h00 daquele sábado, dia 18 de junho.

Meus planos era que a essa altura já estivéssemos caminhando, mas a realidade nos mostrava que estávamos antes do centro da cidade e doidos pra tomar um café. Paramos em uma padaria, tomamos um rápido café e às 8h25 reembarcamos com destino ao Parque Estadual dos Três Picos.

Cruzamos a cidade, tomamos a RJ 130 e depois a Estrada para a Fazenda Instituto Ibelga. Serpenteamos o Vale dos Três Picos e já passava das 9h30 quando desembarcamos pouco acima da Pousada dos Paula, na estrada de acesso ao Parque; onde havia uma casinha com uma área suficiente para as manobras da van.

Estacionamento
Ajeitamos as tralhas e às 9h50 começamos a caminhada pela estradinha morro acima. O sol já estava alto e aquele horário tardio era mais um desafio a encarar. Fomos subindo em grupos e logo acima passamos pelo acesso ao Camping da Sandra, à nossa esquerda.

A estradinha do Parque segue pela direita através de uma porteira. Poucos metros mais e chegamos a uma área onde há uma pequena terraplenagem.

Trata-se do Estacionamento; local que o Parque Estadual determinou ser o último ponto aonde os visitantes podem chegar com seus automóveis.

Poderíamos ter chegado até ali com a van, mas como essa área é relativamente recente não sabia do seu real estado. De certa forma tinha razão, pois constatei que teríamos problemas ao passar pela apertada porteira metros abaixo!

Vale dos Três Picos. Caledônia ao fundo
Sempre subindo a estradinha, fizemos uma curva para a esquerda e ao despontar adiante abriu-se à nossa frente o magnífico conjunto dos Três Picos.

O tempo aberto nos proporcionou um deleite: não se discute a beleza e imponência do lugar. É de cair o queixo, pode acreditar!

Ao voltar o olhar para leste, o grande Vale que ficava para trás, emoldurado ao fundo pelo Morro da Caledônia é espetacular!

Sobressai ainda o Morro do Gato, um ponto importante e bastante próximo que a essa altura parece ficar pequeno diante da grandiosidade dos Três Picos... Todo esse visual me fez agradecer em silêncio tamanha beleza!

Três Picos e Capacete vistos do Vale do Toledo
Foto: R. Oliveira
Mais umas três curvas de estradinha morro acima e chegamos às 10h25 no acesso ao Refúgio Mascarin, à nossa esquerda. Fizemos uma paradinha para aglutinação e já sentíamos o calor das rochas dos Três Picos, tamanha a proximidade.

Agora juntos, cruzamos a porteira da direita e passamos a caminhar por terreno menos íngreme, porém por trilha bem marcada.

Menos de 10 minutos de caminhada e chegamos à velha porteira do Vale do Toledo. Após cruzá-la saímos em pasto gramado, com trilha bem marcada.

À nossa direita e à média distância um curral velho. Belas araucárias e várias rochas espalhadas pelo pasto ao sopé de um morro completava a paisagem. Lugar muito bonito, daqueles para se ficar horas sem fazer nada!

A velha placa de sinalização
Rapidamente chegamos à bifurcação à esquerda que leva para os Três Picos. Por lá ainda está de pé a velha placa de identificação.

Como o tempo estava lindo naquele dia, decidi que iríamos visitar os Picos Médio e Menor. Sabemos todos que muitos passam por ali e não tem oportunidade daquele visual aberto; logo não poderíamos perder a chance.

Tomamos então a trilha da esquerda em detrimento àquela que sobe morro acima em direção ao Vale dos Deuses. A intenção era esconder as cargueiras no mato e claro, subirmos os picos de modo leve.

Sortudos, avistamos um Senhor em um recanto próximo e então à direita da trilha. Solicitei autorização para deixarmos por ali nossas cargueiras. Autorização concedida, varamos a cerca e deixamos as tralhas na varanda da agradável casinha.

Placa que identifica a bifurcação na trilha para o
Menor e Médio. A tal Face Leste é a mais
tradicional via de escalada dos Três Picos;
com 700m pelo Pico Maior
Foi aberta em 1974.
Às 10h55 iniciamos a caminhada rumo aos picos Menor e Médio. Na verdade se trata de uma mesma montanha, com dois cumes; porém, preferimos manter a tradição nomeando-os separadamente!

De modo leve seguimos em bom ritmo e em grupos. A trilha bem marcada não oferece riscos de desvios e segue na direção sul.

No trecho inicial cruzamos um rego d'água, uma porteira e novo rego d'água. A vegetação ao redor é de capoeira, que vai se encorpando à medida que se ganha altura.

Desde o trecho observamos alguns escaladores na longa missão da Face Leste do Pico Maior de Friburgo.

Continuando a pernada, às 11h20 passamos pela bifurcação à direita que leva à face leste do Pico Maior. Caminhando pela esquerda, às 11h30 chegamos a uma fonte de água que desce pelas rochas já em meio a mata mais densa. Paramos para nos abastecer, afinal ali era a última fonte de água para quem deseja subir os picos Médio e Menor.

Uma das lajes inclinadas. Sobe por aderência
Rapidamente retomamos a caminhada, agora por trilha bem mais íngreme; acentuando o ganho de altura. Demos uma guinada para o oeste e encontramos com alguns caminhantes que retornavam dos picos. Passamos por outros dois que estavam descansando na subida, aproveitando a sombra da matinha.

Em poucos minutos chegamos à primeira rocha inclinada em que se sobe por aderência. Alguns passaram mais rápido, outros nem tanto. Então nos alcançou os dois rapazes que estavam sentados à margem da trilha.

Trocamos ideias e se tratavam de dois trekkers de Friburgo. Nos juntamos e fomos subindo em conjunto. Pouco acima passamos por outra laje similar à primeira. Trecho sem dificuldade a quem já está acostumado a trilhas, sem precipícios às margens...

Esse é o trecho mais chato no acesso ao Pico
Menor. Infelizmente a imagem não mostra
toda a realidade. Mas em setembro 2016 foi
instalada uma via ferrata no trecho, 
facilitando a subida. Foto: R. Oliveira
Mais alguns metros de trilha íngreme e chegamos a um degrau em rocha. Com o auxílio de uma fixa corda velha subimos sem dificuldades.

Na verdade é um degrau comum, sem precipício por perto; e com várias árvores para apoio; não sendo indispensável o uso de corda. Impossível não se impressionar com a grandiosidade da rocha do Pico Menor à nossa direita!

Continuando a subida, ignoramos uma discreta saída à esquerda que segue para um mirante próximo e colamos definitivamente à grande rocha do Pico Menor.

Passamos por uma pequena lapa que bem pode servir para um abrigo de emergência e fomos contornando a base do Pico Menor.

A trilha ruim, rodeada por vegetação e moitas de capim; e desgastada pelo uso encarregava de minar as forças e tornar a subida bastante lenta. Mas até então nenhuma grande dificuldade fora encontrada.

Vista oeste desde o Pico Menor:
Maior do Frade, Branca de Neve,
Mulher de Pedra, dentre outros.
Ao fundo a Serra dos Órgãos
Contornando a base do Pico Menor, às 12h55 chegamos ao início da subida final. Dali pra cima era como subir para o céu. E veio o primeiro obstáculo.

Ocorre que a vegetação que recobre essa face do Pico é rasa e com o desgaste resultante do uso, os tufos de vegetação simplesmente despencaram, restando um lance de alguns metros de rocha pelada (Confira Atualização ao final da postagem).

Ajeita daqui, ajeita de lá fomos subindo. E nesse ponto a longa corda de 40 metros do nosso amigo de Friburgo nos deu uma ajuda e tanto.

Vencido o trecho continuamos a subida da face sudoeste do Pico Menor. Um degrau acima do outro; sempre agravado pela fraca vegetação beira trilha e sem apoio em alguns pontos; enfim, é um trecho exigente!

Aproximamos do cume do Menor onde há uma rocha final para transposição. Com louvor às 13h40 vencemos esse último trecho de escalaminhada e botamos os pés no topo do Pico Menor.

Vista leste desde o Menor. Destaca o Caledônia
O topo do Pico Menor é pequeno e irregular. Uma rocha única e com pouca vegetação, com um ponto inferior que se torna um ótimo mirante.

Estando por lá, foi só contemplar a vista espetacular, sem muita prosa! É realmente um lugar divino, visual amplo e ao longe!

Também estavam no topo alguns outros aventureiros, inclusive uma menina de poucos anos acompanhada de seu pai!

Alguns de nós iríamos ao Pico Médio, então tratamos logo de descer a rocha final do Menor e interceptar a trilha que circunda o topo do pico em direção ao Médio. Outra parte dos amigos preferiu ficar curtindo o visual por ali mesmo...

Pico Menor visto após a descida da rocha para o
Pico Médio. A imagem dá impressão de maior
inclinação que de fato o é!
Caminhamos alguns metros e chegamos àquela tão falada laje que separa o Pico Menor do Pico Médio. Um corda de aventureiros que estavam no Pico Médio já estava instalada por lá.

Nossos amigos de Friburgo também instalaram sua longa corda e fomos descendo sem dificuldades. A rocha tem excelente aderência e com aquele tempo seco foi mamão com açúcar!

Em minutos já estávamos do outro lado e encarando a subida íngreme que leva ao topo do Pico Médio. É um trecho com alguns degraus que requer atenção, mas igualmente com louvor às 14h15 já estávamos no topo; ao mesmo tempo que alguns escaladores atingiam o topo do vizinho Pico Maior de Friburgo! 

Topo do Pico Médio.
Picos Maior do Frade, Branca de Neve,
Anta, Cabritos, Mulher de Pedra etc
Ao fundo Serra dos Órgãos
Vale dos Três Picos, destacando o Morro do Gato
Ao contrário do Pico Menor, o topo do Pico Médio é bem grande. Intercalam rochas e trechos com capins, oferecendo vários pontos estratégicos para contemplação em todas as direções; inclusive um ponto bem abrigado em que cabem algumas poucas barracas.

Mas o destaque é o visual aberto desde o topo! Ao norte destaca a proximidade do Pico Maior e do Capacete, dois gigantescos e impressionantes blocos rochosos; além da Cabeça do Dragão mais ao longe.

A Caixa de Fósforo bem próxima à noroeste parece brincar de equilibrista! À leste o Morro da Caledônia sobressai sem concorrentes...

À oeste, toda a beleza do Vale do Frade, rodeado pelos seus inúmeros picos. Ao sul um mar de morros que bem poderia ser Minas Gerais. À sudoeste e um pouco distante, destaque para a Serra dos Órgãos, inconfundível como sempre!

O Pico Médio é daqueles lugares para se ficar horas a curtir e brincar de identificar pontos distantes...

Pico Menor e Caledônia vistos desde o Pico Médio
Parciais do Pico Maior e Capacete vistos
desde o Pico Médio
Na ocasião não tínhamos todo esse tempo, então por volta de 14h40 começamos a deixar o Pico Médio. Despedimos dos nossos amigos de Friburgo e fizemos o mesmo e único acesso da ida, chegando às 14h50 novamente no Pico Menor.

De lá, foi só agrupar os amigos e despencar ladeira abaixo da face sul do Pico Menor. Passamos pelo trecho mais complicado da trilha, quando foi preciso colocar uma corda para descenso!

Passamos ainda pelo degrau da velha corda fixa e pelas rochas simples sem problemas. Cumprindo a mesma rota da ida, pouco antes das 17h00 chegamos até o recanto aonde havíamos deixado nossas mochilas.

Fazia uma tarde linda,  com os últimos raios atingindo os Três Picos; e uma linda lua já nos dava boas vindas... Mas não tivemos muito tempo para contemplação, afinal tínhamos que chegar até o camping no Vale dos Deuses; preferência antes do anoitecer...

Tralhas nas costas, retomamos a caminhada sentido Abrigo e Camping do Parque Estadual dos Três Picos. Pouco acima do Vale do Toledo interceptamos uma velha estradinha com sinais de recente conserto e fomos ganhando altura. Com mata preservada nos arredores, aos poucos vamos seguindo em direção ao Vale dos Deuses.

O Abrigo de Montanha (foto dia seguinte)
A subida com suas curvas judia um pouco e o caminho largo tornou-se bem cansativo. Sem grandes paradas atingimos o nivelamento da estradinha, que se transforma em um caminho gramado.

Cruzamos uma porteira trancada pela passagem ao seu lado esquerdo e chegamos às 17h35 no Núcleo de Montanha do PE dos Três Picos, em pleno Vale dos Deuses.

Cumprimentamos alguns rapazes que estavam no pedaço e rapidamente percorremos alguns metros de trilha larga em meio à matinha. Na bifurcação tomamos a direita, cruzamos um rego d'água numa pontinha de madeira e pontualmente às 17h40 botamos os pés no camping.

Ainda com a cargueira nas costas quase tive um treco: o Camping estava superlotado! Havia por lá seguramente muito mais que umas 40 barracas. Uma multidão se aglomerava nas poucas mesas de madeira existentes por ali. O burburinho estava formado!

Para quem conhece o lugar dá pra imaginar que meu susto não foi sem razão! Como a temperatura caía rapidamente, tratamos logo de armar as barracas nas poucas áreas vazias; receosos que ficássemos sem espaço...

Mergulhei na barraca e só tive ânimo pra sair para lavar as mãos e a cabeça. Até pretendia, mas foi impossível tomar banho naquela água gelada. Alguns amigos mais animados até encararam o chuveiro gelado. Deus me livre!!!

De volta à barraca fiz um café e fiquei quieto pra me esquentar, observando a intensa movimentação no camping. Não demorou e alguém acendeu uma baita fogueira e só se ouvia francas risadas e prosa alta. Antes que alguém atire uma pedra, há no Camping um lugar para acender fogueira!

Fome batendo tive a sorte de filar uma "bóia" da Ângela, que de tão deliciosa e completa nem pensei em cozinhar algo mais. Pra esticar o corpo, dei ainda uma voltinha pelo camping, atraído pelo cheirinho das picanhas preparadas pelo Mafort...

Porém, devido ao frio intenso tratei de capotar pouco depois das 21h00. E pelo visto aquele povão todo procurou fazer o mesmo...

Relato Dia 2


Nascer do sol desde o Pico Cabeça do Dragão
Alguns de nós acordamos por volta de 4h40 da madrugada para subirmos o Cabeça de Dragão e de lá assistir ao nascer do sol.

O camping estava silencioso em meio a uma friaca danada. Lanternas na cabeça, água e algo pra mastigar, às 5h00 deixamos o camping.

Prosseguimos sem dificuldades pela sinalizada trilha que leva à Cabeça de Dragão. Pelo estado da trilha notamos que recentemente o Parque fez uma limpeza caprichada por todo o trajeto!

Apesar de se desenvolver em aclive por praticamente todo o trecho, a trilha se transformou em "Avenida Cabeça de Dragão"; situação muito diferente de quando por lá estive anos atrás.

Caminhando tranquilamente e em bom ritmo, às 5h45 chegamos ao Mirante inferior do Cabeça de Dragão; um ponto em que já é possível ter excelente visual dos arredores.

Três Picos, Capacete e Caixa de Fósforo ao amanhecer...
Do Mirante, fomos subindo sem pressa e praticamente em linha reta pelas lajes finais do Cabeça de Dragão; chegando ao topo às 6h05.

O cume do Dragão é pequeno e irregular, porém permite ampla visão em todos os quadrantes. Pela sua localização torna-se um dos pontos mais interessantes do Parque para se observar a região.

Também pela sua facilidade de acesso, com trilha ampla, regular e limpa torna-se acessível a praticamente todo visitante!

Naquela fria manhã havia poucas pessoas pelo topo. Alguns já estavam por lá quando da nossa chegada; depois apareceram mais alguns gatos pingados. Nos juntamos e passamos a curtir o alvorecer.

Em poucos minutos o sol inundou de luz aquele mar de morros, cobertos pontualmente pela neblina comum do amanhecer. A luz do sol proporcionou uma bonita coloração dos vários picos da região, em especial no conjunto Três Picos, Capacete e Fósforo. 

Fizemos uma hora pelo topo do Dragão, quando aproveitamos para assinar e folhear o Livro Cume; que como se tem tornado costume nos últimos tempos, transformou-se em um objeto de diversão de visitantes. Notamos algumas situações engraçadas narradas por ali. Aproveitamos também para fotografar, fazer uma boquinha e jogar conversa fora.

Aos poucos e em grupos fomos deixando o Pico Cabeça de Dragão. Mafort desceu primeiro, seguido pela Ângela, Alessandra e Thaís. Nós últimos, Eu, Robson e o Carioca deixamos o lugar às 7h40.

Fizemos o mesmo caminho da ida, que por não oferecer dificuldades rapidamente nos levou de volta ao camping, aonde chegamos às 8h20 daquela friorenta manhã.

Abrigo de Montanha no Vale dos Deuses.
Ao fundo o Capacete
Camping após o retorno da Cabeça do Dragão
O camping estava em polvorosa com as arrumações típicas de um lugar lotado. O comentário geral era o mesmo: a lotação atípica e a fina camada de geada que cobriu o lugar naquela noite.

Tomei meu café, desarmei a barraca, e ajeitei as tralhas à espera do reinício da caminhada.

Aproveitei o tempo e dei um pulinho no Abrigo de Montanha do Parque. As coisas estão bem cuidadas por lá! Deu saudades da vez anterior que por ali passei...

Voltei ao camping e ainda demorou bastante até todos se ajeitarem. Somente por volta das 10h30 deixamos o camping, que àquela altura já estava praticamente vazio.

Caminhamos até a bifurcação principal e tomamos a trilha da direita. O trecho é praticamente plano e a trilha estava limpa e ampla; ora rodeada por pasto, ora por discreta capoeira.

Passamos por uma discreta saída para a base do Capacete e a seguir, pela marcada saída para o Campo do CERJ, ambos à nossa esquerda.

Adiante cruzamos um rego d'água e prosseguimos por trilha em suaves declives. Passamos por outra discreta saída à esquerda, dessa vez para a via de escalada Roberta Groba, também no Capacete; e mais adiante por outro rego d'água.

Encontramos com o Mascarim, quando trocamos algumas rápidas palavras! Prosseguindo em discreto declive adentramos em mata; para pontualmente às 10h55 chegarmos à bifurcação para a Caixa de Fósforo.

Capacete, Maior e Médio vistos desde o
Mirante Anterior
Caixa de Fósforo
Aglutinados, deixamos por ali as cargueiras e somente com água, algum mata-fome e câmeras tomamos a ampla trilha da esquerda rumo à Caixa de Fósforo. Carioca permaneceu na bifurcação, pois no dia anterior já havia visitado o lugar.

A trilha da Caixa de Fósforo segue em aclive acentuado entre mata. Na cota dos 1.730m chegamos a um lance mais inclinado, onde há instalada uma corrente para auxiliar a subida.

Vencido o trecho despontamos no Mirante Anterior, já na fina crista em direção à Caixa de Fósforo.

Mais alguns metros e chegamos às 11h30 ao Segundo Mirante, antes do Mergulho final do Pico. A lotação por ali era máxima. Estava difícil até solicitar passagem aos inúmeros visitantes!

Alguns dos amigos desceram o mergulho e ascenderam até a base da Caixa de Fósforo; um lugar apertado, mas sempre com bom visual oposto.

O último lance para chegar a esse ponto é bem exposto, com um degrau de uns 3 metros, com alguns pontos de apoio e uma corrente para auxiliar a subida. Para quem já caminha e tem noção de degraus não é nada complicado; apenas requer força, equilíbrio e tranquilidade!

Como a lotação do lugar era grande me contentei em ficar por alguns minutos no mergulho, observando alguns escaladores que atingiam o topo da Caixa; pois para mim a base não era novidade.

Com a chegada de mais pessoas ao lugar deixei o mergulho e retornei ao Primeiro Mirante, agora um pouco mais vazio. Outros amigos já estavam por ali; que é um ponto realmente magnífico, com vista privilegiada dos Três Picos, Capacete, Dragão dentre outros.

Permanecemos fotografando e jogando conversa fora aguardando o retorno daqueles que subiram à base da Caixa de Fósforo.

Por volta de 12h15 e em grupos iniciamos o retorno pelo mesmo e único caminho da ida, chegando novamente à bifurcação da Travessia às 12h30. Um pensamento não saía da cabeça: a Caixa de Fósforo é um lugar único, mas com lotação máxima por ali não vale a visita...

Ruínas da Fonte Até que Enfim
Cargueiras nas costas reiniciamos a caminhada agora no sentido do Vale do Frade às 12h40. O belo e magnífico Vale dos Deuses ficava para trás. Desse ponto em diante encontramos uma trilha suja, sinal de que o grosso dos visitantes poucos passam por ali.

Em declive e com vegetação beira trilha bastante alta e rodeada pela mata fomos perdendo altura rapidamente.

Às 12h50 passamos pelas ruínas da Fonte Até que Enfim, à nossa esquerda! Continuando a descida encontramos com três pessoas que subiam em direção ao Vale dos Deuses.

Pelas perguntas estavam exaustos e surpresos com a trilha! Melhor pra nós que, empolgados descíamos em bom ritmo...

Caixa de Fósforo vista desde a trilha em
direção ao Vale do Frade
Seguimos margeando um rego d'água e passamos por um ótimo ponto de coleta, à direita da trilha. Pouco abaixo a trilha começa a se ampliar por sinais de uma velha estradinha, rodeada por velhos eucaliptos.

Passamos por uma placa de Fazenda; e logo em seguida outra; para imediatamente desembocarmos na larga estrada da Fazenda Itatiba (Estrada Getúlio da Fonseca Veiga) às 13h10.

Tomamos à esquerda na estrada e às 13h20 chegamos até uma captação de água, onde há algumas construções, um córrego e uma ponte. Fizemos uma paradinha para abastecer os cantis.

Abastecidos, cruzamos a ponte e tocamos pela estradinha mais batida, ignorando eventuais saídas secundárias. Às 13h35 passamos por uma sede de Fazenda, onde marca a saída à esquerda para quem deseja visitar o Pico Branca de Neve.

O bonito Pico dos Cabritos
A estradinha continua alternando trechos planos com outros em suave declive. Cruzamos por um portão na estrada, onde há algumas residências nas imediações. Logo após ultrapassar o portão o visual se amplia pelo Vale do Frade.

Ao contrário de outras estradas, a caminhada pelo Vale do Frade é gostosa; sobretudo porque o visual tanto à esquerda-sul quanto à direita-norte é de impressionar.

A estradinha então vai se aproximando do Rio do Frade e às 14h20 observamos à nossa direita bons e convidativos poços para banho. O calor e a vontade de correr para o riacho era grande, mas a tarefa que ainda nos esperava naquele dia pedia cautela...

As paradas se resumiam a observar os conjuntos de picos à nossa direita - o grande conjunto de Pedras do Fonseca; e à nossa esquerda - Branca de Neve, Anta, Cabritos... Tudo emoldurado pelos Três Picos e Fósforo à leste... Admirável à nossa esquerda a próxima e alongada parede do Pico dos Cabritos!

Vista pro Vale das Sebastianas.
Dois Bicos à Esquerda
Seguimos a pernada, agora em suave declive. Passamos por novas construções e pelo ponto onde há uma pequena queda no Rio do Frade à nossa direita.

Escutamos muitos e alegres gritos de adolescentes se divertindo, que julgamos se tratar de um grupo de escoteiros que também estava pela rota.

Adiante, por volta de 14h40 passamos pelas ruínas de uma antiga hidrelétrica à nossa direita. Cruzamos uma ponte e pé na estrada, mesmo com o calor do sol daquela tarde.

Próximo das 15h00 passamos por algumas antigas construções na entrada do Vale das Sebastianas à nossa esquerda; com a estradinha-rota para se atingir o Pico dos Dois Bicos, que pode ser visto desde a estrada principal.

À essa altura o fantástico Picos dos Cabritos se mantém impressionante às nossas costas...  Dali, bastou percorrer um discreto aclive, uma curva para a esquerda e pronto, chegávamos à Cachoeira do Frade, pontualmente às 15h05, justamente no local e hora agendado com o nosso resgate; que já estava à nossa espera!

Àquela altura tudo que queríamos era tirar o suor do corpo, trocar de roupa e procurar algum lugar para comer alguma coisa. A beleza do Vale do Frade compensou a longa pernada pela estradinha; mas como todo caminhar por estradão, o cansaço é uma certeza.

Havia por ali alguns veículos estacionados, inclusive o serviço de resgate dos escoteiros; que nos procurou para ter notícias da turma! Após algumas conversas, corremos para a Cachoeira do Frade, porém nem todos adentraram. O lugar já estava sombreado e as águas geladas! Quem entrou até rangeu os dentes...

A queda mais volumosa da Cachoeira do Frade
A Cachoeira do Frade localiza às margens da Estrada do Vale do Frade. De fácil acesso, é dividida em duas quedas paralelas; separadas por uma mancha de mata.

A primeira é uma queda menor, com um bom poço para banho. A outra, à sua direita é uma queda volumosa, porém sem poço.

No leito do rio, tanto acima quanto abaixo da cachoeira há vários pontos propícios à diversão!

É claro, para quem está acostumado às cachoeiras do Espinhaço pode até considerar a Frade uma discreta cachoeira; mas respeitadas as diferenças de ambiente, se trata sim de um belo conjunto!

Após uma limpeza geral nas águas do Frade, fomos retornando ao nosso resgate. Em torno das 16h00 embarcamos e deixamos o lugar. Continuamos a percorrer a estrada que segue serpenteando o Vale do Frade; que abaixo da Cachoeira é quase todo rodeado por plantações de hortaliças e muitas residências.

Fizemos uma paradinha em um boteco à beira da estrada onde alguns trataram logo de repor o combustível da alegria. Sem delongas, prosseguimos a viagem; e às 16h25 desembocamos na rodovia RJ 130, dando por encerrado o trecho correspondente ao Vale do Frade.

Na estrada asfaltada acabei adormecendo; e nem vi passar Teresópolis. Somente acordei na BR 116, altura do bairro do Pião; onde fizemos uma parada em um posto de beira de estrada para jantar. Depois, continuamos a viagem por vias secundárias, fato que tornou o nosso retorno muito mais demorado e cansativo.

Já em território mineiro fizemos nova parada em Juiz de Fora para esticar as pernas. Sem delongas, reembarcamos e partimos non stop para BH; aonde chegamos por volta de meia noite.

Foi uma viagem bastante cansativa devido ao trajeto rodoviário alternativo que fizemos. Mesmo assim não ficaram dúvidas que valeu a pena, pois o Parque Estadual dos Três Picos é um lugar absurdamente belo, um prêmio ao esforço dos mais persistentes!

Serviço


O Parque Estadual dos Três Picos localiza-se na porção central do Estado do Rio de Janeiro, abrangendo áreas dos municípios de Cachoeiras de Macacu, Guapimirim, Silva Jardim, Nova Friburgo e Teresópolis; totalizando mais de 65 mil hectares de áreas protegidas.

Criado em 2002, é a maior unidade de conservação estadual do RJ; sendo também aquela de maior diversidade em todo o Estado.

Abriga nascentes que abastecem grande população no entorno, aumentando ainda mais a sua importância. A principal característica visual do Parque são as formações rochosas graníticas, com grandes escarpas e profundos abismos entre si; recobertas por densa vegetação em encostas. A sede da Unidade encontra-se em Cachoeiras de Macacu.

Capacete, Pico Maior e Médio vistos
desde o Vale do Frade
O grande destaque da Unidade é o conjunto dos Três Picos, localizado na divisa dos municípios de Nova Friburgo e Teresópolis.

Formado pelo Pico Menor (2.314m - segundo meu GPS), Pico Médio (2.361m) e Pico Maior (2.366m) é o conjunto símbolo do Parque; formado por rochas graníticas de grandes proporções.

Completa o magnífico conjunto a Pedra do Capacete (2.200m ), um gigantesco bloco rochoso com paredes impressionantes.

O Pico Maior é o ponto culminante de toda a Serra do Mar; já os Picos Médio e Menor são considerados uma única montanha com dois cumes.

Aos pés dos Três Picos e Capacete localiza o Vale dos Deuses, cujo nome se justifica pela sua grande beleza! Nos arredores dos Três Picos destacam-se outros dois grandes Picos, o Cabeça de Dragão (2.018m) e a equilibrista Caixa de Fósforo (1.750m).

À leste dos Três Picos há o Vale dos Três Picos, uma área de amortecimento do Parque, onde se destaca o Morro do Gato (1.540m). À oeste dos Três Picos encontra-se o Vale do Frade, também outra da área de amortecimento.

Margeando o Vale do Frade destacam-se o Pico Maior do Frade (2.040m), o Sanhaço do Frade (1.980m), a Branca de Neve (2.040m), o Filhote de Anta (1.900m), a Pedra das Antas (1.971m), o Morro dos Cabritos (1.796m).

Ao norte, o Conjunto das Pedras do Fonseca, com a Duas Serpentes (2000m), Quarteto (1.850m) e Mirante do Frade (1.680m).

Em outros pontos da Unidade há outros grandes picos, como as Torres do Bonsucesso, Torres do Vieira, Ronca Pedra, Caledônia... enfim, há uma grande quantidade deles. Toda essa riqueza geográfica possibilitou o desenvolvimento da escalada na região, bem como intensa prática de trekking.

Atualmente o Parque vem implementando e regulando o uso da área, realizando a recuperação, manutenção e sinalização de trilhas; bem como a instalação de uma nova sede.

► A exceção do Pico Maior (2.366m), cuja medição foi recentemente oficializada, todas as outras altitudes aqui lançadas são estimadas ou obtidas através de fontes extraoficiais.

Infraestrutura e Tarifas


O PE dos Três Picos oferece estrutura básica aos visitantes no Núcleo dos Três Picos. A principal delas é um Camping, com área gramada e de tamanho mediano localizado no Vale dos Deuses. No local há banheiros muito simples com água fria, uma casinha com varanda, com cômodo e fogão à lenha; pias para limpeza de vasilhame e um tanque. Há também um Abrigo de Montanha nas proximidades que poderá ser utilizado mediante autorização do Parque. Não há sinal de telefonia móvel no lugar. 

Toda essa infraestrutura é gratuita, pelo menos até essa data (set 2016). Também não há cobrança de ingresso; uso de camping ou uso de trilhas na Unidade.

Contato do Parque Estadual dos Três Picos - Sede  → 21 2649-6847
Saiba mais sobre o Parque Estadual dos Três Picos

A Travessia Vale dos Deuses x Vale do Frade


Travessia com início na área do Estacionamento do Parque no Vale dos Três Picos em Nova Friburgo; e término na rodovia RJ 130, no Vale do Frade em Teresópolis, totalizando aproximadamente 19 km em sua vertente principal.

É um misto de trilhas e estradinha vicinal, passando pelo Vale do Toledo e chegando ao Abrigo de Montanha e Camping do Parque; ambos localizados no magnífico Vale dos Deuses; que são os pontos de pernoite pela rota.

Na continuação, segue no sentido leste percorrendo o Vale do Frade, que é rodeado por montanhas de rara beleza!

Na vertente principal o trecho de trilhas compreende apenas o percurso entre o Abrigo de Montanha e a Estrada da Fazenda Itatiba; um trecho de apenas 4 km aproximadamente. O restante, ou seja, cerca de 15 km consiste em estradinhas.

Mas não pense que isto é ruim; na verdade são estradinhas que proporcionam muito prazer ao serem percorridas, tamanha é a beleza cinematográfica dos arredores. O primeiro trecho vislumbra a aproximação aos Três Picos, uma imagem marcante! No segundo trecho a presença constante do Rio do Frade com alguns poços convidativos ao longo do trajeto; além da bela Cachoeira do Frade e visual norte e sul dos variados picos são mais que suficientes para amenizar a caminhada!

Do Estacionamento no início da Travessia até as proximidades do Camping é uma subida com trechos acentuados. O trecho entre o Camping e a bifurcação para a Caixa de Fósforo é em suave declive. Da bifurcação da Caixa de Fósforo até a Estrada da Itatiba apresenta médio declive. Já a estrada da Fazenda Itatiba no Vale do Frade e até a rodovia RJ 130 é predominantemente em declive, alternando trechos planos.

O mais usual é realizar a Travessia de Leste para Oeste; ou seja, do Vale dos Três Picos para o Vale do Frade; mas nada impede que também seja realizada no sentido contrário.

Às margens da vertente principal da Travessia estão os atrativos mais espetaculares do PE dos Três Picos. Portanto, apesar da visita a esses atrativos ser opcional, é altamente recomendável incluir os Picos Menor, Médio, Cabeça de Dragão e Caixa de Fósforo na realização da Travessia.

Isto eleva a distância da Travessia Vale dos Deuses x Vale do Frade para aproximadamente 31 km; além de proporcionar maior experiência visual e cênica ao caminhante.
► Para os casos que incluir visita aos Picos Menor e Médio, acrescentar mais 6 km de trilhas.
► Para os casos que incluir visita à Cabeça de Dragão, acrescentar mais 4,2 km de trilhas.
► Para os casos que incluir visita à Caixa de Fósforo, acrescentar mais 1 km de trilhas.

A Trilha para os Picos Menor e Médio


Com início no Vale do Toledo e com aproximadamente 6 km ida e volta, é uma trilha bem marcada, porém bastante exigente. É sem dúvidas a mais emocionante e bela em todo o núcleo dos Três Picos.

Do topo dos Picos permite-se visualizar grandes e importantes picos da região, bem como a vizinha Serra dos Órgãos; além da grandiosidade do Pico Maior e do Capacete, ambos possíveis de serem cumeados apenas mediante escalada.

É importante salientar que os Picos Menor e Médio são assim nomeados por tradição; pois estudiosos consideram que ambos formam uma única montanha; o que faz todo sentido; uma vez que não há verticalidade significativa entre ambos os cumes.

Jogando a corda na laje entre o
Menor e o Médio (Foto: R. Oliveira)
Há no trecho duas rochas em que se sobe por aderência (pode necessitar corda se o tempo estiver úmido); um degrau que necessita apoio na vegetação arbustiva; um lance em que a vegetação cedeu e que atualmente foi instalada uma via ferrata (setembro de 2016); uma escalaminhada mais exposta de um último lance para alcançar o cume do Pico Menor; uma grande laje inclinada entre o Pico Menor e Médio em que necessita o uso de cordas mesmo sob tempo seco; além de inúmeros outros degraus menores.

Portanto, é imprescindível levar corda com aproximadamente 30 metros ao visitar os Picos Menor e Médio. Sem o uso de cordas há elevado risco de acidentes!

Há também uma fonte de água pouco antes do trecho mais íngreme da trilha (cerca de 1 km desde a bifurcação no Vale do Toledo) em que se deve abastecer, pois é a última fonte de água dessa rota. Ida e volta são realizados pela mesma trilha, ou seja, o Vale do Toledo é o ponto de início e retorno da visita aos Picos Menor e Médio.

A Trilha para o Cabeça de Dragão


Com início e término no Camping dos Três Picos, é a trilha mais fácil do núcleo, com aclividade mediana e pouco mais de 4 km de distância ida e volta. O trecho de aclive mais acentuado concentra-se apenas nos metros finais rumo ao cume.

Este é um ponto que permite visual espetacular dos Três Picos, Capacete, Vale dos Deuses e Caixa de Fósforo; além do Caledônia, Ronca Pedra, Veiras, Bonsucesso, face oriental dos Fonseca, Branca de Neve etc. Também é um lugar excelente para curtir o nascer do sol.

A Trilha para a Caixa de Fósforo


Ataque mais curto da Travessia, com aproximadamente 1 km ida e volta. É uma trilha íngreme, com 3 pontos em que merecem atenção.

O primeiro é um degrau levemente inclinado em que há uma corrente para auxiliar na subida. O segundo ponto é o Mergulho antes da base, uma área com terreno instável e que requer atenção na descida para se evitar escorregões. O terceiro ponto é um degrau de aproximadamente 3 metros com apoios naturais e uma corrente para auxiliar na transposição e chegar à base da Caixa de Fósforo.

A Caixa de Fósforo é uma rocha 'equilibrista' e bastante curiosa no seu formato. Por isso, julgamos mais bonita visualizá-la de longe que estando aos seus pés. Porém é um ponto que vale a visita, principalmente se o lugar não estiver com muitos visitantes, pois os espaços por ali são apertados.

Distâncias - Cidade referência: Belo Horizonte


Belo Horizonte a Nova Friburgo: aprox 465 km
Belo Horizonte a Teresópolis: aprox 390 km
Teresópolis a Nova Friburgo: aprox 77 km
Nova Friburgo ao Estacionamento do PE dos Três Picos: aprox 40 km
RJ 130 a Teresópolis: aprox 28 km

Como chegar/voltar

Cidade referência: Belo Horizonte
► Para outras localidades tenha como referência as cidades de Petrópolis, Teresópolis ou Nova Friburgo

De ônibus

Ida:
Viação Útil até Petrópolis → Viação Teresópolis até Teresópolis → Viação Teresópolis até Nova Friburgo (ou pelo menos até o Ceasa de Friburgo) → Empresa Faol (Linha Circular Urbana 505 - São Lourenço - Fazenda Campestre) até bairro rural de Santa Cruz.

► O embarque no ônibus coletivo da Linha 505, cuja frequência é de uma em uma hora aproximadamente, poderá se dar em dois pontos:
  • Em Nova Friburgo, no Terminal de Integração no centro da cidade; 
  • Ou no Ceasa (Mercado do Produtor Rural) localizado às margens da RJ 130, no acesso à Estrada de São Lourenço. O coletivo da linha 505 passa por este local. Para esse caso, verifique as condicionantes antes de embarcar no ônibus Teresópolis para Friburgo.
► O desembarque do coletivo da linha 505 se dará no bairro rural de Santa Cruz, nas proximidades da Escola Ibelga. Se informe com o motorista o ponto mais próximo ao acesso ao Vale dos Três Picos. Após desembarque, seguir à pé em direção ao Parque. 

Volta:
Viação Teresópolis até Teresópolis → Viação Teresópolis até Petrópolis → Viação Útil até Belo Horizonte
O embarque para Petrópolis se dará na rodovia RJ 130.

► Confira no site das empresas frequências e horários

De carro

Ida:
BR 040 até Itaipava → BR 495 até Teresópolis → RJ 130/BR 492 até o Ceasa de Nova Friburgo.
No Ceasa (Mercado do Produtor Rural), que localiza às margens da rodovia RJ 130, altura do km 46, bem antes de Nova Friburgo, entrar à direita sentido Colégio Ibelga. Na altura do Ibelga seguir em direção à Pousada dos Paula (aprox 3 km) e estará subindo o Vale dos Três Picos. Após a pousada se mantenha na principal sentido Camping da Sandra. O Estacionamento do Parque está poucos metros acima do acesso ao Sítio e Camping da Sandra. Esses estabelecimentos citados são muito conhecidos na região! Mas atenção: Trecho final em estrada de terra, podendo apresentar mau estado em época de chuva intensa.

Volta:
RJ 130 até Teresópolis → BR 495 até Itaipava → BR 040 até Belo Horizonte
O resgate ao final se dará na rodovia RJ 130.

► Início e final se dão em pontos distintos. Necessário planejar o resgate.

Hospitalidade nos Arredores do Parque - Vale dos Três Picos


Pousada dos Paula → 22 2543-3717 e 22 99937-5076
Refúgio Canto da Pedra → 21 99261-8407
Refúgio das Águas e Refúgio Ronca Pedra → 22 99857-9790
Recanto dos Ventos → 22 2543-3677
Rancho Três Picos → 21 99230-7907
República Três Picos → 21 2221-1671
Refúgio Kinderdorf → 22 2543-3571
Refúgio Três Picos → 22 99836-7555 

Considerações Finais


► Reservas e Tarifas: Por enquanto não é necessário efetuar reserva para visitar o Parque Estadual dos Três Picos. Entretanto, sugerimos que avise a Unidade quando da sua visita, informando os seus objetivos, data de entrada e saída; bem como os nomes daqueles que estarão contigo, se for o caso.
Não há cobrança de ingresso, pernoite, camping ou uso de trilhas na Unidade (set 2016).

► Trilhas: Para aqueles que desejam visitar os Picos Menor e Médio tenham ciência de que se trata de uma trilha exigente; além de apresentar pontos perigosos em alguns trechos. Esteja atento a precipícios e leve pelo menos 30 metros de corda para transposição em alguns pontos; sobretudo na laje para o Pico Médio; pois aquelas cordas velhas que normalmente ficavam fixas nesses pontos não existem mais!
A Caixa de Fósforo é outro ponto que merece atenção e cautela nas aproximações devido aos precipícios e despenhadeiros nas suas imediações. As trilhas no Vale dos Deuses e acesso à Cabeça de Dragão e Caixa de Fósforo estão limpas e amplas (Jun 2016). Já a vertente principal da Travessia é simples e não apresenta dificuldades ao caminhante; predominando estradinhas vicinais.

► Camping: gramado e de tamanho mediano, com banho simples e água fria. Há uma pequena construção, com dois cômodos e uma varanda com fogão a lenha, pia e tanque.

► Água: há água pela vertente principal da Travessia Vale dos Deuses x Vale do Frade, não sendo necessário transportar grande quantidade de água.

► Tempo de realização: para a Travessia Vale dos Deuses x Vale do Frade, mais ataque aos Picos Menor e Médio, Cabeça de Dragão e Caixa de Fósforo são necessários dois dias.

► Segurança: Não há rota de escape pela vertente principal da Travessia. Tenha em mente que há diversos pontos, em especial nos Picos que requer atenção no ascenso, descenso e circulação.

► Exposição ao Sol: No Vale do Frade há pouca sombra pela rota; no Vale dos Deuses há vários pontos sombreados.

► Comunicação: não há sinal de telefonia móvel em grande parte da rota.

► Atenção: trague de volta o seu lixo, sempre!

► Curiosidade: diferente dos parques muito visitados de Minas Gerais, não observei a presença de nenhum guarda parque no período em que estivemos visitando a Unidade dos Três Picos; mesmo sendo um período de inverno e com intensa visitação. Por outro lado, comparando com minha visita anterior ao lugar, nota-se um bom trabalho desenvolvido pela Administração do Parque. Parte das trilhas estão limpas, bem cuidadas e amplas!


► Pratique a atividade aplicando os Princípios de Mínimo Impacto

Bons ventos!

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