São João a Curimataí

Monumental Cachoeira de Santa Rita: bom volume de água

O Espinhaço é um mundo em possibilidades quando falamos de Travessias. Muitas rotas podem ser traçadas seja aproveitando de antigos caminhos, seja ligando outros através dos campos rupestres.

Um exemplo da união de antigos caminhos encravados à Nordeste de Diamantina é a Travessia São João x Curimataí Via Santa Rita. Esta é uma opção àquela via tradicional por Macacos; com a vantagem de contemplar a Cachoeira de Santa Rita, a joia rara do Parna Sempre Vivas...

Relato Dia 1


Depois de uma tranquila viagem madrugada adentro, beirava 6h30 da manhã do dia 19 de abril quando em um misto de mineiros e cariocas - além de um galã brasiliense - desembarcamos defronte a Padaria Ajocar em São João da Chapada; distrito localizado a aproximadamente 35 km à noroeste de Diamantina; região centro-norte de Minas Gerais.

Não fazia frio naquela manhã; e o tempo indicava um dia quente e ensolarado no sertão das Gerais. Sim, é comum fazer um friozinho em São João da Chapada, afinal o Distrito está a aproximadamente 1.400m de altitude, sendo uma das localidades sedes mais altas do Brasil. Enquanto alguns circularam pelo Distrito marcado pelas casinhas em estilo colonial simples; outros permaneceram nos arredores do comércio aguardando sua abertura.

Início da Travessia: Vista Norte pros lados de Macacos
Beirando às 7h00 a padaria subiu as portas e então pudemos tomar o nosso café e comprar uma ou outra coisinha de última hora. Isto nos tomou um bom tempo e somente às 7h45 reembarcamos rumo a localidade rural de Macacos.

Nos enrolamos nas estreitas saídas do distrito, mas informados por um morador tomamos a conhecida e boa estradinha no sentido Oeste. Em quinze minutos desembarcamos em definitivo no triângulo de acesso à localidade da Lapinha; ponto inicial da nossa caminhada.

Girava em torno de 8h30 quando cruzamos uma porteira e iniciamos a nossa jornada. Inicialmente alguns poucos metros de trilha; para a seguir tomarmos a conhecida estradinha que apresentava sinais de patrolagem recente. Em suave declive a estradinha mergulhou numa matinha parcialmente sombreada; um ótimo local para o início da pernada.

Bastaram poucos minutos e a matinha ficou para trás. Com a estradinha estabilizada e já em campo aberto cruzamos um ponto de água fraca e uma porteira. Em ritmo tranquilo sem demora chegamos até uma tronqueira; quando a estradinha bifurcou.

Cruzando a tronqueira tomamos o ramo da direita; pois o da esquerda segue para uma moradia próxima. Em suave declive chegamos então ao Córrego da Lapinha; um parco e preguiçoso curso d'água, onde alguns de nós nos abastecemos.

Região de campos após o Córrego da Lapinha
Minutos após cruzar o riacho também cruzamos outra porteira. Chegamos até uma casinha com um poste e luz elétrica. Diferente de nossa passagem anterior pelo lugar; agora havia por ali água de torneira.

Após a casinha a estradinha se transformou em dois sulcos pelo plano e amplo campo aberto; um lugar lindo de se ver.

Mais à frente cruzamos mais uma porteira e iniciamos suave aclive. Ignoramos uma saída para o Sul e seguimos rumo Oeste rodeados por vegetação arbustiva. O visual começou a se ampliar para o Norte, quando observamos as cumeadas Sul do Parna Sempre Vivas.

Portal e Paepalantus: o jardim da perfeição
Empolgado com o papo, deixo passar uma discreta trilha-atalho à direita. Mas isso não foi problema, pois a diferença entre o atalho e a estradinha é insignificante. Prosseguimos então pela estradinha em suave declive.

Pouco à frente observamos à nossa esquerda uma bonita formação rochosa, com um grande arco como portada e amplo espaço interior. Somado aos paepalantus aquilo era o jardim da perfeição!

Alguns cliques e prosseguimos a pernada; que imediatamente se estabilizou. Mais alguns metros e pouco depois das 10h00 chegamos ao leito do Rio Pardo Grande.

O Pardo Grande com seu tradicional leito arenoso e águas rasas
O Pardo Grande a essa altura é um rio de pouca água, espraiada pelo seu largo leito arenoso. Sua profundidade é rasa, impossibilitando banho; porém é suficiente para obrigar os caminhantes a tirar as botas para cruzá-lo.

Principal coletor da região, na sua margem direita na altura da passagem há uma residência com uma "horta". É um lugar muito bonito, que sempre rende boas imagens...

Aliás, o Pardo Grande é aquele mesmo rio que juntamente a vários afluentes formará a conhecida Cachoeira-Praia do Telésforo lá pras bandas de Conselheiro Mata. 

Cruzado o Rio Pardo Grande, fizemos uma parada para secar os pés, descansar e beliscar algum petisco. Beirava 10h30 quando reiniciamos nossa pernada margeando a moradia pela sua direita. Cumprimentamos alguns locais que ajeitavam sempre vivas quando fomos informados que a rota para Santa Rita estaria barrenta dali pra frente. Agradecidos, despedimos dos moradores.

Ignoramos a marcada saída rumo Norte e passamos a contornar um pequeno terreno recém preparado para plantio de araticum. Essa preparação engoliu parte da antiga trilha! Mas seguimos beirando a cerca, ignoramos a continuação da estradinha de dois sulcos à Noroeste e demos uma guinada à esquerda, interceptando a velha trilha-atalho logo acima.

Impossível ficar inerte a tanta beleza...
Em suave aclive e rodeados por arbustos seguimos a jornada. O sol queimava os miolos e as sombras eram escassas. Alívio somente ao contemplar a linda paisagem no rumo sul...

Adiante interceptamos novamente a estradinha de dois sulcos que percorríamos antes do Pardo Grande e que ignoramos lá no 'terreno de araticum'.

Mas não demora e a deixamos novamente tomando outra trilha-atalho; dessa vez à direita e em declive. O trecho parecia um jardim, com muitas paepalantus, formando quadros emoldurados pelas cumeadas rochosas do Sul do Parna Sempre Vivas.

Como havia nos dito os moradores lá do Pardo Grande, a trilha discreta passou a apresentar os primeiros trechos úmidos e barrentos em meio a pequenos lajeados. Eram os resultados dos anteriores dias chuvosos na região.

Margeando afloramentos a trilha rapidamente se estabilizou, quando tomamos à esquerda numa discreta bifurcação. Em poucos minutos chegamos até uma tronqueira; ponto em que a estradinha de dois sulcos que vinha brincando de esconde-esconde conosco parece findar.

Dando uma guinada à direita e cruzada a tronqueira, a trilha seguiu discreta por um trecho de capoeira rala que guardava sinais de incêndios passados. Adiante percorremos um curto trecho de campo alto e então chegamos ao Córrego da Capivara às 11h30.

Apesar de estreito, suas barrancas mais altas novamente nos obrigou a tirar as botas para cruzá-lo; não obstante a tentativa de alguns em evitar o incômodo procedimento. Cruzado o Capivara aproveitamos a boa sombra na sua margem direita para novo descanso; seca-pés e lanche; sempre regado com comida farta e papos prá lá de engraçados dos amigos cariocas...

Margem direita do Capivara
Após uma meia hora na sombra gostosa às margens do Capivara retomamos a pernada; afinal dali pra frente teríamos o trecho "mais bruto" daquele dia. Seguimos pela margem direita e plana do Capivara, observados por um bonito morrote de afloramentos também à nossa esquerda.

À frente cruzamos um rego d'água auxiliados por um velho tronco de árvore. Saímos em campo cerrado, cuja trilha desapareceu por um curto trecho. Mantivemos a direção noroeste e logo a trilha batida reapareceu vinda do Leste, que é uma outra forma de cruzar o Capivara.

Um dos muitos jardins de Paepalantus pelo trecho
Em suave aclive temos à nossa esquerda e a uma boa distância uma cumeada de afloramentos. Imediatamente aos arredores temos amplos campos de paepalantus.

Aliás, havia muito tempo não via tantos canteiros de paepalantus reunidos. Lindos e marcantes jardins! Margeamos um bloco de afloramentos pela sua direita e cruzamos uma velha tronqueira. Passamos a percorrer um campo plano; mantendo o panorama.

Chegamos onde antigamente havia um rancho velho à direita da trilha. A paisagem bruta continuava linda; mas a trilha apresentava barrenta e com bastante água acumulada!

Em suave aclive aproximamos às 13h00 de alguns afloramentos mais altos e com algumas pequenas árvores à nossa direita e esquerda. Fizemos nova parada para descanso e aglutinação aproveitando as sombras, afinal o sol estava judiando.

Muito mais Paepalantus... Havia tempos não via tantos!!!
Uns vinte minutos depois reiniciamos a jornada. O panorama continuava o mesmo: caminhamos por veios de campos entre afloramentos. Suave aclive, trilha discreta e enlameada em alguns pontos, sempre rodeados por imensos jardins de paepalantus.

Chegamos então a uma antiga fonte de água; porém agora tornou-se impossível coleta já que o trecho se transformou em um pequeno brejo misturado à trilha.

Após o brejo o terreno tornou-se mais seco, com árvores maiores e típicas do cerrado. Os morrotes de afloramentos foram nos afunilando.

A trilha batida seguiu entre o veio de capoeira; um alívio sombreado para aquele meio do dia encalorado. Trecho com algumas rochas e resquícios de calçamento pela trilha; margeando um rego d'água em rota de secagem. A matinha raleou-se e passamos por trechos rochosos, com alguns pequenos degraus. Fizemos então uma parada para descanso e aglutinação.

Diante da pequena demora da chegada dos amigos fui verificar os fatos. Infelizmente as botas de uma amiga havia feito o seu trabalho perverso; 'comendo' seus pés; obrigando-a a caminhar mais lentamente. Aglutinados e uns 15 minutos depois retomamos a pernada, chegando até uma água temporária, porém cristalina. Aproveitamos para nos reabastecer e hidratar.

Já bem cansados retomamos a pernada pela trilha batida que segue pelo veio de mata rodeado por afloramentos rochosos. A água temporária percorria parte do leito da trilha, um refresco oportuno.

Em suave aclive e trilha suja chegamos até o ponto do Camping Seco do Tigre pouco depois das 14h30. Este é um lugar muito bonito na Serra do Tigre; propício à armada de barracas em casos emergenciais. Fizemos outra curta parada para aglutinação.

A dupla Tigre e Onça despontando aos nossos olhos...
Ao retomarmos seguimos cruzando a Serra do Tigre. Somos rodeados por um mar de afloramentos rochosos, com trilha em suave aclive, antiga e irregular. Galgando o ponto mais elevado da Serra entramos em declive.

Cruzamos nova água temporária quando passou a despontar mais claramente aos nossos olhos toda a beleza do conjunto das Serras do Tigre e da Onça; talvez o visual mais expressivo daquele primeiro dia de pernada.

Rivais da beleza: Tigre (E) e Onça (D)
O rendimento da nossa pernada caiu à medida que o dia se alongava. Caminhando lentamente pela trilha no sentido Oeste percorremos suave aclive em direção à encosta de um morrote. Chegados no ponto mais alto da trilha às 15h30 fizemos uma parada para fotos.

O mirador é extraordinariamente bonito, tendo a Serra do Tigre à esquerda e a Serra da Onça à direita. Semelhantes, fazem jus aos nomes: ambas serras protagonizam um verdadeiro e respeitoso duelo de beleza! Lugar incrível e impossível de não ser registrado!

Após as fotos prosseguimos a caminhada quando passamos a observar a região do povoado de Santa Rita. Iniciamos longo trecho em declive, que se tornou ainda mais extenso devido ao cansaço da jornada.

Trilha irregular, rochas, alguns degraus: cada um no seu ritmo fomos descendo. Aqueles mais ligeiros tomaram a dianteira e desapareceram trilha abaixo. Eu permaneci mais atrás, ouvindo histórias engraçadas do Alex Brasília; porém atento à nossa amiga cujos pés estavam gladiados...

Os campos já próximos do Ribeirão Paciência
Com paciência vencemos o trecho e adentramos em amplo campo da margem direita do Paciência, onde os amigos da dianteira descansavam em boas sombras.

Passo reto pela discreta trilha e seguimos nos compassos finais. Observados por um grupo de garrotes e vacas aproximamos de um curso d'água temporária com alguns bonitos poços.

Prosseguimos pela margem esquerda do rego temporário, quando à frente cruzamos uma passagem barrenta; seguido de um curto trecho de trilha arenosa. Cansados após 23 km e "pouco" de pernada chegamos ao Ribeirão Paciência em torno de 16h30, nosso local de pernoite.

O Ribeirão Paciência é um dos afluentes do Rio Preto. Suas águas então fartas descem pelo vale a leste do povoado de Santa Rita; um lugarejo com algumas poucas casas esparsas e reduzido número de moradores.

O local para armada de barracas consiste em pequenas áreas gramadas às margens do riacho e da trilha de passagem, que agora estão mais espremidas pelas novas cercas de arame. Mas eram suficientes! 

Como são áreas particulares, fui até a casa próxima avisar das nossas intenções. Tudo certo, acampamento montado; um banho e alimentação rápidas e logo a noite chegou. Aproveitamos para um pulinho no Bar da Dona Geralda, distante menos de 1 km desde o acampamento.

Por lá fomos muito bem recebidos. Rolaram umas bebidas e petiscos; regados a muitos causos. Por volta de 21h00 retornamos ao acampamento. Com a escuridão da noite rolaram uns 'perdidos' nas várias estradinhas que cruzam os arredores. Mas logo um morador nos ajudou e tudo ficou bem. Depois curtimos merecido descanso, afinal aquele havia sido um dia intenso...

Relato Dia 2


O segundo dia da nossa pernada de abril seria mais suave; a começar pelo descanso recuperador de uma noite de sono; algo ausente na noite anterior. Mas isto também era proposital, afinal visitaríamos a formidável Cachoeira de Santa Rita; e para isto precisaríamos de tempo. Aliás, o tempo seguia aberto e firme naquela manhã, prometendo mais um dia de quentura!

Sem pressa ajeitamos as tralhas e somente perto das 9h00 deixamos as margens do Ribeirão Paciência. Passamos defronte a primeira casa do povoado e cruzamos uma porteira. Saímos de imediato defronte a uma segunda casa. Ignoramos a saída oeste que vai para o Bar da Dona Geralda e tocamos pela trilha no rumo Norte.

Aproximamos de uma terceira casa. Cumprimentamos a moradora local que estava na varanda e tomamos a trilha rumo a estradinha Santa Rita. Minutos depois a moradora nos chamou perguntando se não poderíamos aguardar um pessoal que estava em Curimataí e que desejava ir conhecer a Santa Rita.

Como eles estavam de carro sugeri que os avisasse para subir a serra o mais rápido possível. Nós seguiríamos a rota à pé. Estando eles de carro fatalmente nos alcançaria adiante. Com isso nós não atrasaríamos na pernada; o que pra nós era fundamental!

Esta foto é de 2017 e mostra a Serra do Galho
vista desde as proximidades da Capelinha de Santa Rita
Assunto combinado retomamos a pernada. Pouco acima interceptamos a estradinha de Santa Rita; que nos levaria até a divisa e porção inicial do Parna Sempre Vivas.

Tomamos à direita e próximo à Capela de Santa Rita novamente à direita. Estradinha estabilizada cada um foi tocando no seu ritmo.

De campos a vegetação migrou para cerrado, com vegetação arbustiva e rústica. Bem distante ao Norte observamos as cumeadas da Serra do Galho no Parque Sempre Vivas; um visual inconfundível!

Chegamos até uma bifurcação quando tomamos a direita; cruzando imediatamente uma porteira. Passamos a percorrer suave declive quando observamos à nossa esquerda uma moradora colhendo sempre vivas. Mais à frente cruzamos nova porteira e um curso d'água.

Após uma paradinha para aglutinação ignoramos duas saídas à esquerda que levam à moradias locais. Chegamos então às 10h00 a uma porteira, que segundo nos informa trata-se da divisa sul do Parque Nacional das Sempre Vivas.

O visual ao Norte enche os olhos, tendo com destaque as serras da porção Sudoeste do Sempre Vivas. Em declive percorremos um trecho da estradinha erodida e com muito cascalho. Tomamos um pequeno atalho à esquerda em desfavor da continuação da estradinha à direita.

Margeamos uma mancha de capoeira e logo abaixo interceptamos novamente a estradinha. Ainda em declive, na próxima bifurcação tomamos a direita, pois a esquerda segue para um sítio local. Ali fizemos uma outra paradinha para aglutinação.

Retomados, a estradinha rasgou uma curta capoeirinha e chegamos até a bifurcação de desemboque do Circuito Sudoeste do Parna Sempre Vivas. Ali tomamos à esquerda e chegamos até a antiga casa do Ricardo. Fui até um pé de goiabeira e encontrei algumas poucas.

Retornei à trilha e logo à frente cruzamos um ponto de brejo e água barrenta. Estabilizados e adentrando numa matinha ciliar logo cruzamos outro ponto de água, cuja marca foi o Negreiros trasladando a amiga dos pés feridos nas costas; enquanto nós outros tivemos que tirar as botas...

Pintura rupestre ao lado da trilha - Foto: 2018
Na saída da água uma desatenção e íamos tomando o caminho equivocado. Mas logo nos recompomos e passamos a percorrer a trilha batida, um misto de areia, cascalho e rochas. Como teríamos dois outros cursos d'água a cruzar eu segui descalço, apesar da areia quente da trilha.

Cruzamos uma porteira e novamente chegamos ao Ribeirão Paciência. Ali, a Josye tomou o lugar do Negreiros e tratou de trasladar a amiga dos pés feridos, poupando-a de danificar ainda mais seus pés!

Observamos então lá do outro lado um veículo se dirigindo a um sítio próximo. Seriam aqueles que desejavam conhecer a Santa Rita? Infelizmente não sabemos...

Rio Preto - Foto: Tatiane Braga
Seguimos a pernada e passamos à direita de um bloco rochoso com pinturas rupestres. Sem alterações no panorama pouco depois das 11h30 chegamos ao bonito Rio Preto.

A passagem do Rio Preto quase nunca acontece sem que não tenha que tirar as botas. Eu já estava descalço então logo fui passando; seguido por outros.  Já o Roscoe tentou outras passagens rio acima, mas pelo que eu saiba e vi teve mesmo que molhar os pezinhos. Mas não tirou as botas!

Cruzado o Rio Preto estávamos todos juntos na sua imediata margem direita. Definimos que armaríamos acampamento ali nas imediações do Rio Preto e não lá pras bandas da Cachoeira, afinal por lá não há áreas limpas.

Assim, uns 20 metros após cruzar o Rio Preto tomamos à direita numa discreta trilha e subimos por cerca de 60 metros na margem direita do Rio Preto. Com um ponto de fácil acesso à água, seria por ali a nossa casa naquela tarde e noite.

Enquanto armávamos acampamento dei falta de um casal de amigos. A princípio parecia que havíamos visto a ambos. Mas o tempo foi passando, fiz um giro à procura e nada. Incrível, pois eles estavam conosco minutos atrás, ali na margem do Rio Preto!

Segui então até a bifurcação junto ao Rio Preto e lá observei os rastros duplos pela trilha normal sentido Curimataí. Rapidamente segui os rastros e os encontrei pouco mais de 1 km adiante. Desconfiados de eventual erro já estavam retornando ao nosso encontro junto ao Rio Preto. Caso solucionado, retornamos até o acampamento e por lá finalizamos a armada das barracas.

Nossa amiguinha camuflada em meio à luz, sombra e vegetação
Passava das 13h15 quando de modo leve e somente com lanche e água rumamos para a Cachoeira de Santa Rita. Retornamos até a trilha normal e tomamos a direita, prosseguindo por ela por menos de 1 km. Entramos então à esquerda pela vegetação, sem trilha definida. Seguimos abrindo os capins e desviando de rochas; reencontrando algum pisoteio de ocasião anterior.

Já aproximando do leito do Rio Preto tivemos uma grata surpresa quando praticamente passamos por cima de uma serpente jiboia.

Camuflada em meio ao capim e às folhas secas, só foi percebida quando a Josye deu o alerta ao vê-la se movimentar! De aspecto jovem devido ao porte, a jiboia era lindona! E a deixamos por lá, quietinha e curtindo a sua beleza! Curiosamente a serpente veio nos manter a regra: sempre que passamos pelo Sempre Vivas somos privilegiados com encontros com animais pouco comuns!

Santa Rita vista desde o topo
Descemos mais alguns metros e chegamos ao leito do Rio Preto próximo das 14h00. Dali até a queda da Santa Rita seguimos pelo leito rochoso, escolhendo as melhores passagens que variam conforme o nível de água.

Emocionante chegar mais uma vez no topo da queda de uma das mais bonitas cachoeiras de Minas. O bom volume de água fazia da queda uma cortina espessa, explodindo nas rochas a aproximadamente 40 metros abaixo. Simplesmente incrível e mágico lugar!

Parte dos amigos se contentaram em permanecer no topo; enquanto nós outros tratamos de cruzar o Rio Preto e descer até a parte inferior da Santa Rita. Em poucos minutos já estávamos lá embaixo, podendo vivenciar novamente toda aquela beleza... A Santa Rita definitivamente é um lugar especial do Sempre Vivas, que não deve economizar esforços em preservá-la!

Santa Rita vista desde a parte inferior
Depois de cada um a seu modo curtir o lugar, iniciamos nosso retorno para o acampamento pouco depois de 16h30. Sem pressa seguimos pelo mesmo trajeto da ida.

Antes de 17h30 já estávamos pelo acampamento nos dedicando aos afazeres normais; tendo como privilégio as deliciosas águas do Rio Preto. Quando a noite caiu, enquanto alguns ficaram até mais tarde jogando conversa fora, eu acabei dormindo um pouco mais cedo... Foi uma noite recuperadora.

Relato Dia 3


Como nos outros dias o terceiro e último dia da nossa pernada amanheceu claro, indicando mais um dia de calor. Beirava 8h00 daquele domingo de Páscoa e Tiradentes quando deixamos as margens do Rio Preto e partimos rumo a Curimataí.

A trilha daquele terceiro e último dia era ampla e batida; com previsão de pouco mais de 4h30 de atividade em ritmo tranquilo e com descansos. A intenção era não encerrar a pernada muito tarde, afinal alguns dos nossos amigos estavam a 700 km das suas casas e final de feriadão as estradas normalmente tornam-se complicadas.

Chegados à trilha normal na transposição do Rio Preto tomamos à direita; seguindo o mesmo sentido da Santa Rita. Permaneço entre os intermediários, aproveitando para me consultar com a Dra. Bárbara eheheh... Próximo das 9h00 passamos pelo ponto de água e pela porteira acima do cânion lateral da Santa Rita.

Imediatamente após a porteira iniciamos o trecho de subida mais íngreme do dia. Trilha com muito cascalho e alta insolação; tendo ao sul as bandas de Santa Rita onde havíamos caminhado no dia anterior. Linda vista! Ao final da subida fizemos uma parada para descanso.

As águas da Santa Rita explodindo nas rochas
Isto cria um microclima resultando em exuberante vegetação no entorno
Beirando 9h20 já estávamos de volta a caminhar. Passamos por um pequeno atalho e cada um tocou no seu ritmo. A trilha batida entre afloramentos favorece o andamento, mesmo se apresentando constantemente em suave aclive. O que pesa é a ausência de sombras, apesar do tempo ter migrado para parcialmente nublado.

Mas por outro lado o visual aberto é encantador; em especial pelo lado Sul! Vencido o trecho de afloramentos chegamos por volta de 10h00 até o ponto de água que o separa da área de campos. Esta é uma água temporária, mas na ocasião corria em bom volume.

Cruzado o rego d'água seguimos subindo pelos campos. Negreiros segue me contando sobre a saga do instagram e seu jogo nem sempre limpo de seguidores e likes. Em quinze minutos passamos através de uma tronqueira ao lado de uma nova construção-curral que ocupou o curso da antiga trilha. Para nosso alívio pouco à frente entramos em uma área de cerrado, com algumas sombras esparsas; apesar da trilha arenosa.

Em torno de 10h30 chegamos até à porteira que marca o final da trilha que seguíamos desde o Rio Preto. Desaguamos então na Rota Curimataí x Inhaí. Visual amplo para o baixio Oeste, tendo a Serra do Cabral bem distante. Curimataí é visto à Norte, lá embaixo e também ainda distante...

Enquanto beliscamos biscoitos sofisticados da Zoé e descansamos na rala sombra de uma árvore passa pela velha estradinha além da porteira um barulhento trator; que toma rumo da Vargem Grande...

Parada curta logo iniciamos a descida final rumo a Curimataí. Depois de um trecho íngreme e repleto de cascalho tomamos um atalho à direita que desce beirando a matinha. Parcialmente sombreado, o trecho é um alívio. Mas começa a descer sem clemência!

Pouco depois de 11h10 chegamos até o ponto de água que desce pelo interior da matinha. Aproveitamos o lugar para um descanso digno e beliscar das últimas guloseimas.

Curral de Pedras. Ao fundo nuvens carregadas. Fez muito calor naquele dia
Uns vinte minutos e retomamos a pernada. A descida íngreme judiava e forçava bastante os joelhos. É um caminho amplo; porém erodido, com muitas rochas e pequenos degraus em sequência.

Tudo ficava ainda mais cansativo por estarmos na volta do meio dia; horário em que o calor aperta sem dó no Espinhaço. Naquela 'lua' e com nuvens carregadas se formando no rumo Sudeste passamos direto pelo Curral de Pedras, um lugar significativo naquela região. 

Córrego formador da Cachoeira do Simão (Foto: 2018)
Do Curral de Pedras até Curimataí a rota se amplia ainda mais, tornando-se uma estradinha empoeirada! Por isso não é um trecho muito agradável de se percorrer. Mas são os ossos da pernada.

Pouco antes das 12h30 vencemos o trecho de descida e chegamos até o riachinho do Simão, que segundo consta seria a divisa do Parna Sempre Vivas. Aproveitamos a água e sombra fartas para uma parada estratégica e de aglutinação!

Estávamos a apenas 2 km de Curimataí. Assim que os últimos amigos chegaram junto a nós optaram por não fazer parada para descanso; mas seguir direto para Curimataí. Recomendei o trajeto e a Cachoeira em Curimataí, um bom lugar para se refrescar e botar fim à travessia.

Nós outros ainda permanecemos um tempo descansando naquela boa sombra. Pouco antes das 13h00 retomamos a pernada, percorrendo o último trecho de estradinha sob abafado e forte calor. Pontualmente às 13h20 chegamos na Praça do Rego de Curimataí, colocando fim à nossa pernada.

Cachoeira de Curimataí (ou das Lavadeiras) - Foto: 2018
Por lá não encontramos os amigos da dianteira. Certamente teriam ido para a Cachoeira, pensamos! Deixamos as mochilas embaixo do pé de manga junto a alguns amigos que optaram em permanecer por ali.

Parte de nós seguimos até a Cachoeira de Curimataí para um refresco final. Lá chegando não encontramos os amigos da dianteira. Então certamente teriam ido para o bar restaurante; pensamos! Tranquilos, após rápido refresco na Cachoeira retornamos até a Praça.

Juntamos nossas tralhas e seguimos para o bar-restaurante! Para nossa surpresa os amigos da dianteira também não estavam por lá!

Entre os vários picolés iniciamos as tentativas em localizá-los, quando nossa amiga Zoé conseguiu falar com um dos sumidos! Estavam nos Pocinhos; outro atrativo natural no Ribeirão Quilombo; um pouco acima da Praça de Curimataí. Logo depois chegaram até nós; e juntos almoçamos a comidinha simples do lugar e celebramos o sucesso da pernada!

Que povo estiloso...
Pouco depois das 16h00 embarcamos em nosso resgate e iniciamos nosso retorno para BH. Sacolejamos na estradinha de terra até às 17h30 quando desembocamos na rodovia asfaltada de acesso à Santa Bárbara. Dali tranquila viagem até BH, aonde chegamos pouco depois das 22h00.

Para nossos animados amigos cariocas seriam ainda pelo menos mais 6 horas de viagem até o Rio; um exemplo de genuína animação... Agradeço imensamente aos velhos e novos amigos pela alegria da companhia e confiança em mais essa bela rota pelo Espinhaço Mineiro. Nos vemos nas trilhas. Inté!

► Confira também o bonito relato dessa pernada na visão de Bruno Negreiros do Clube Outdoor no Aventure Box

Serviço


Com início nas proximidades do Distrito de São João da Chapada, município de Diamantina; e término no Distrito de Curimataí, município de Buenópolis, a rota São João x Curimataí é uma  junção de trechos das Travessias do Algodão, desviando ao Norte para Curimataí. Em sua parte final percorre áreas do Parque Nacional das Sempre Vivas. Totaliza aproximadamente 50 km, mantendo uma predominância em declive e no sentido Oeste-Norte.

Capela do Bonfim em São João da Chapada - Foto: Tatiane Braga
Apresenta baixa variação altimétrica, partindo de aproximadamente 1340m de altitude e finalizando a 620m em Curimataí. A vegetação nos arredores é aquela típica do Espinhaço, com campos rupestres e matas de galerias, contando ainda com algumas manchas de cerrado.

O relevo é irregular, formado basicamente por afloramentos rochosos. O principal curso d'água da Travessia é o Rio Preto e seu afluente Córrego da Paciência, localizados na sua porção final. Destaque ainda para o Pardo Grande, importante por sua característica de coletor.

Matriz de Santo Antonio em São João da Chapada
O principal atrativo natural da Travessia é a Cachoeira de Santa Rita. Localizada no Rio Preto trata-se de uma queda de aproximadamente 40 metros inserida em um ambiente ainda original, não apresentando trilhas definidas para o acesso. Além da queda principal, o leito do Rio Preto apresenta diversas outras quedas nas proximidades, além de grandes poções e remansos.

Destacam-se ainda a Cachoeira de Curimataí e o Poção Paciência. Merecem também destaque as Serras do Tigre e da Onça, duas formações semelhantes e muito bonitas nas proximidades do lugarejo de Santa Rita.

Igreja da Conceição em Curimataí
Além dos atrativos naturais, as localidades de São João da Chapada e Curimataí ainda guardam as modas e modos típicos do interior de Minas. São locais históricos naquela região; pontos estratégicos na antiga rota de comércio entre o Norte de Minas e Diamantina.

Um exemplo da importância desses lugares é o sítio histórico do Curral de Pedras, uma construção do século XVIII localizado nas proximidades de Curimataí.

O Parque Nacional das Sempre Vivas

O Parque Nacional das Sempre Vivas foi criado em dezembro de 2002 e compreende terras nos municípios de Olhos d’Água, Bocaiúva, Buenópolis e Diamantina, na região centro-norte do Estado de Minas Gerais. Seu nome deriva da presença abundante das sempre vivas pelos campos da Unidade.

Expoente do Espinhaço Mineiro, apresenta relevo irregular com pitorescas formações, destacando a Serra do Galho. A vegetação constitui-se de cerrado, campos de altitude e predominantemente campos rupestres.

Hidrograficamente separa as bacias do Jequitinhonha e São Francisco; sendo importante manancial de nascentes que abastecem esses dois grandes rios. É habitat de muitas espécies animais e vegetais; sendo algumas endêmicas.

Nesses mais de 15 anos desde a sua criação ainda não foram implantados uma sede própria, centro de visitantes ou portais de acesso-controle dentro da Unidade de Conservação. O escritório do Parque Nacional das Sempre Vivas funciona na cidade de Diamantina.

Também é via Diamantina-São João da Chapada-Macacos o acesso por estrada de terra até o alojamento; antiga construção de fazenda; localizado na porção sul do Parque. É basicamente destinado a dar suporte a brigadistas.

Como uma área extensa e que antigamente era utilizada para criação de gado, assim como garimpagem em alguns pontos, é natural que existam trilhas e caminhos por vários pontos do Parque Nacional das Sempre Vivas.

A principal rota da Unidade é entre Curimataí e Inhaí. Mas há várias outras rotas pelo Parque. Para Sudoeste há aquelas que ligam Curimataí-Sede-Catraia; um Circuito Sudoeste pelo Parque; e a Sede-Santa Rita Via Ranchão. Para o Norte a principal vertente é aquela que deságua em Pé de Serra à Oeste; ou então pras bandas do Inhacica, à Leste. Para o Sul há a outra saída para Macacos.

Distâncias aproximadas

Cidade referência: Belo Horizonte

Belo Horizonte a São João da Chapada: 315 km sendo 25 km em estrada de terra
Belo Horizonte a Diamantina: 300 km
Belo Horizonte ao Distrito de Guinda: 290 km
Distrito de Guinda a São João da Chapada: 25 km em estrada de terra
Diamantina a São João da Chapada: 35 km, sendo 25 em estrada de terra
Belo Horizonte a Curimataí: 300 km; sendo 38 km em estrada de terra
Curimataí a Santa Bárbara: 24 km estrada de terra
Santa Bárbara à rodovia BR 135: 12 km
Curimataí a Buenópolis: 40 km, sendo 38 km em estrada de terra
Santa Bárbara a Buenópolis: 27 km
Santa Bárbara a Belo Horizonte: 280 km
Belo Horizonte a Olhos D'Água: 420 km
Belo Horizonte a Bocaiúva: 380 km

Como chegar e voltar - de ônibus

Cidade referência: Belo Horizonte

Ida: Pássaro Verde até Diamantina → Empresa Transparente (38 3531-5117) até São João da Chapada
Volta: ônibus rural de Curimataí até Buenópolis → Viação Transnorte até Belo Horizonte

► Faça consultas virtuais ou telefônicas às empresas de ônibus confirmando horários e frequências. ► Os ônibus rurais que ligam os distritos às sedes tem horários e frequências limitadas.

Como chegar e voltar - de carro

Cidade referência: Belo Horizonte

Ida: BR 040 até o Trevão → BR 135 até Curvelo → BR 259 até após Gouveia → BR 367 até altura do Distrito de Guinda → Estrada terra para São João da Chapada
Volta: Estrada de terra até Santa Bárbara → Ligação Santa Bárbara à BR 135 → BR 135 até o Trevão → BR 040 até Belo Horizonte

► Atente-se que início e fim da Travessia se dão em locais distintos e distantes. Necessário programar resgate.

Considerações Finais


► Unidade de Conservação - Parque Nacional: Essa Travessia corta o Parque Nacional das Sempre Vivas em sua porção final. O Parna sempre Vivas não possui sistema de reservas, cobrança de ingresso, pernoite ou uso de trilhas; pois não há estrutura e a Unidade não é oficialmente aberta à visitação. Para visitar a Unidade é necessário contatar a Administração e solicitar autorização no Escritório em Diamantina (38-3531.3266).

► A Unidade exige o preenchimento de formulários, termo de responsabilidade e lista de caminhantes para eventualmente e segundo critérios próprios emitir autorização. É importante que a Unidade tenha ciência de quem está caminhando pelas terras do Parque, pois isto poderá ser orientado; além de gerar estatísticas, estudos e melhorias. Os funcionários são muito gentis, dedicados e solícitos. Então, façam o favor: não visite o Parque Nacional das Sempre Vivas sem obter autorização!

► Trilhas e Trajeto: Predomina o sentido Oeste-Norte. Sombreamento em aproximadamente 5% do trajeto. Há subidas e descidas; mas a variação altimétrica é baixa. O declive mais acentuado éno trecho final para Curimataí. Há trechos com estradinhas vicinais no início, meio e final da Travessia; muito embora se possa utilizar desvios em alguns pontos. Restante do trecho com trilhas antigas, ora bem marcadas, ora pouco marcadas. Há pontos com trilhas se cruzando e algumas bifurcações importantes; requerendo atenção na navegação.

► Logística de Acesso: Como em toda Travessia, a logística de acesso-regresso costuma ser a parte mais complicada para o caminhante; pois quase sempre se tratam de pequenas localidades em que transporte público é escasso ou simplesmente não existe. Dependendo do dia e horário, essa situação pode exigir a contratação de serviços de táxi ou então combinado com amigos; ou então restando a alternativa de se fazer longos trechos à pé por estradinhas vicinais. Portanto, avalie bem antes de realizar a travessia para não correr riscos de ter que ficar mais um dia no mato sem ter se programado! No caso dessa travessia há certa facilidade pois os pontos de início e final são ligados por linhas rurais de ônibus; embora escassos. As estradinhas de terra para o início e final encontram-se em bom estado. 

► Camping: Não há estrutura de camping no Parque Nacional das Sempre Vivas ou na rota da Travessia. Na localidade de Santa Rita é possível acampar na casa da Dona Geralda ou às margens do Paciência. Eventuais outros acampamentos serão no estilo natural. Não faça fogueiras e traga todo o seu lixo de volta!

► Água: Há pontos de água pela rota, não sendo necessário transportar grandes quantidades enquanto se caminha. Mas no tempo da seca a maioria das fontes desaparecem; requerendo abastecimento sempre em carga máxima. Fique atento e use sempre purificador!

► Exposição ao Sol: Intensa. Use protetor solar.

► Época de realização: O melhor período para realização dessa travessia é de abril a setembro; que é a época mais seca na região. Porém é quando as águas das cachoeiras estão mais geladas e em menor volume e as fontes de água escasseiam. Mas é mais seguro, uma vez que sob chuva forte a rota pode se inviabilizar, pois há córregos e rios importantes a serem cruzados.

► Tempo e Sentido para realização: Em 3 dias seria o formato ideal; suficientes para se caminhar com calma e curtir os atrativos sem pressa. Mas é possível realização em 2 dias de caminhada mais apressada; com pernoite em Santa Rita. Quanto ao sentido da Travessia, nossa opinião é que São João x Curimataí é o sentido mais proveitoso.

► Segurança: É uma travessia que permite duas principais rotas de escape. Na parte inicial é possível retornar à São João. Na região de Santa Rita é possível sair sentido estrada de Curimataí e BR 135. Porém, tenha em mente que em qualquer uma dessas opções as rotas são longas, mesmo que em estrada de terra. Não há estrutura de busca e resgate nem no Parna Sempre Vivas ou nos arredores.
Não há sinal de telefonia celular pela rota; nem obviamente terminais telefônicos.

► Atenção: Ambientes naturais abrigam insetos e animais selvagens ou peçonhentos. Isto é natural e normal. Portanto ao manusear suas roupas e equipamentos verifique com atenção e rigor se não há presença desses animais ou insetos; evitando acidentes. Também fique atento quanto a presença de animais selvagens de grande porte; e evite assustá-los.

► Cash: leve dinheiro trocado e em espécie. Pequenas localidades não aceitam cartões ou cheques.

► Carta Topográfica: Curimataí, Diamantina


► Pratique a atividade aplicando os Princípios de Mínimo Impacto

Bons Ventos!

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