Circuito Sete-Altamira

Alto Serra da Lagoa Dourada
Vista para o Sul

A região próxima a BH, especialmente os arredores Sul do ParnaCipó é rica em possibilidades de trekking. A escolha da vez foram os entornos das localidades do Sete, município de Taquaraçu; e Altamira, município de Nova União; percorrendo também áreas de Jaboticatubas. Por ali estão as Serras da Contagem e Lagoa Dourada, dentre outras ramificações menores.

Voltaríamos à região para a realização de um Circuito. A marca seria a cruzada da Serra da Lagoa Dourada no sentido Oeste-Leste, um lugar peculiar e bastante significativo. Completaria o trecho as extremidades das Travessias da Serra da Contagem e Altamira-São José da Serra.

Relato - Dia 1


Pouco depois das 6h00 do dia 14 de setembro de 2019 deixamos BH rumo as bandas de Nova União, porta de entrada da nossa pernada. Éramos um grupo misto, e para parte desse seria a primeira grande pernada com pernoite natural. A viagem demorou um pouco e somente beirando 9h00 aproximávamos da localidade rural do Córrego Fundo, nas imediações de Altamira, município de Nova União.

Dada as circunstâncias, visando desembaraço nos acessos e evitar um trecho maior em vicinais, tocamos embarcados até adiante da localidade, na subida da Serra da Prata. Fomos rasgando a estradinha estreita e de pouco trânsito, com subidas e descidas nervosas. Como a estrada estava patrolada, atingido o ponto costumeiro de desembarque resolvemos subir mais um pouco embarcados. 

Bastaram uns 100 metros e demos de cara com o velho mata-burro recém reformado. A obra o deixou horizontalizado em plena subida! A solução seria difícil! Cercas em ambos lados, declividade acentuada, estrada estreita, falta de espaço! Logo estávamos num mato sem cachorro! Desembarcamos apreensivos, não conosco, mas em como aquele automóvel sairia dali. Mas graças a habilidade e experiência o motorista venceu o aparato. Ufa!

Escaldados decretamos encerrada a viagem embarcados! O dia estava lindo, com sol aberto vislumbrando um dia quente! Doravante nada poderia nos atrapalhar. Pouco depois das 9h00 seguimos vicinal acima. Percorremos curto trecho e estabilizados em um local amplo à frente já nos aguardava o fretado para nos distribuir as mochilas.

Tralhas ajeitadas às 9h35 retomamos a caminhada em definitivo. Horário já avançado para as circunstâncias, pois parte de nós estávamos na primeira grande empreitada; e isto exigiria um pouco mais de dedicação.

Rapidamente viramos a Serrinha da Prata e despencamos em declive acentuado pela vicinal. Tivemos as primeiras vistas do profundo e belo vale do Sete. Ao norte a extremidade da Serra da Lagoa Dourada representada pelo Morro do Cruzeiro, guardião e objetivo a atingir. Separando-nos uns 400m de desnível e uns 8 km de distância.

Imagem de outra ocasião: Descida do Sete
Esquerda Morro do Cruzeiro
Direita Serra da Lagoa Dourada
Separando-nos uns 400m de desnível
e uns 8 km de distância

Prosseguimos e na primeira bifurcação em frente a uma casa em construção cumprimentamos o operário e tomamos a direita. Margeamos uma casa pela esquerda, cruzamos um bueiro com uma porteira larga adjacente e entramos em um sombreado e suave aclive.

Tomamos a primeira saída à esquerda em suave declive. Seguimos pela matinha e pouco à frente observamos à esquerda o que deve ter sido um moinho d'água décadas atrás. Prosseguimos e às 10h30 chegamos até um riacho caudaloso. Paradinha para abastecimento e refresco pois o sol já castigava. Ali tive que tirar uns carrapatos agregados lá no moinho velho.

Desse ponto em diante iniciamos um longo e forte aclive sob um calor de rachar. Em grupos vamos subindo. tendo à nossa esquerda e abaixo a encosta de mata. Uns 600 metros desde o riachinho entramos à esquerda. Alguns correram e coletaram algumas mangas maduras nos arredores. O trecho que já fora uma estradinha abandonada até recentemente, agora se apresentava com mais sinais de uso.

Para o nosso alívio cruzamos uma porteira e adentramos por trecho sombreado. Em suave declive chegamos pouco antes das 11h00 a um bom ponto de água. Tempo para descanso, lanche e abastecimento, afinal dali pra cima água seria coisa rara por um longo trecho, pois estávamos em plena seca.

Por volta de 11h15 retomamos a caminhada pela estradinha agora mais batida. Uma curva e passamos defronte ao que antigamente era uma casinha em ruínas, rodeada por muito mato. Agora haviam sinais de lida e possível melhoria. Creditamos a isso o uso recente da estradinha de acesso.

Tocamos pra cima e a subida é longa. Sorte que as árvores traziam alívio e a vicinal batida ficara para trás. Fizemos algumas pequenas paradas e beirava meio dia quando vencemos a longa e cansativa subida. Despontamos então em área de campos, trecho de influência da Serra do Morro Vermelho. Região muito bonita, com visual parcial também para o Oeste.

O Morro do Cruzeiro: Sapecado

Tomamos um ramo de trilha a direita e logo desembocamos na mestra. O triste foi constatar que toda a área no entorno estava recém sapecada pelo fogo. Seguimos pela trilha em suave declive, para de imediato subirmos o trecho da Cascalheira; trecho de trilha repleto de cascalho.

Vencida a Cascalheira pouco depois do meio dia fizemos nova parada para descanso. Por ali não havia sombra, nem num raio de alguns quilômetros. Então em locais assim não se tem muita escolha... Mas devido à posição do lugar sempre passa uma boa brisa por ali, refresco providencial...

Esse ponto é muito bonito. Em dias limpos, no mirante elevado ao lado esquerdo da trilha pode-se observar com nitidez a Serra da Piedade, Serra de Cocais e o Caraça; além de um mundão de morros para a banda Sul. Para o Leste o Morro do Cruzeiro agora já estava pertinho e praticamente à nossa altura! Lá embaixo o Vale do Sete, emoldurado pelas Serras do Prata e do Morro Vermelho.

Em dias limpos se vê até o Caraça no sentido Sul

Em torno de meio dia e meia retomamos nossa pernada sob uma "lua" respeitável. Ignoramos a trilha que segue rumo Serra da Contagem e tomamos um arremedo de trilha de vaca à direita, sentido Nordeste. Em suave aclive vamos prosseguindo e galgamos um morrote. Cruzamos uma cerca velha e percorremos curto declive.

Quebrando para o Leste seguimos guiados apenas pela direção, sem trilha definida pelo campo também queimado; embora este trecho já apresentasse adiantada brotação. A grande área que estaria com capim amarelado e brilhante ao sol estava mais esverdeado que o costume. Já a vastidão do lugar impõe respeito.

A pequenez do homem nesse mundão do Espiinhaço

Interceptamos então a trilha da Travessia da Serra da Lagoa Dourada que vem do Norte e segue para o topo do Morro do Cruzeiro. Àquela altura o desgaste de parte do nosso grupo era grande e visível. Optamos então por não ir ao Mirador. Nos aglutinamos e pouco depois das 13h00 tomamos rumo Nordeste. Pelo trecho apenas trilhas de vaca, mas mantivemos o rumo.

Imagem de outra ocasião:
Este é o Cruzeiro que não visitamos dessa vez

Cruzamos uma outra cerca de arame e prosseguimos pelo baixadão de campo sapecado e com as primeiras brotações. Discretamente vamos descendo rumo Nordeste, mirando a base de uma grande formação da Serra repleta por rochas. Os passos vão ficando pesados e o grupo espaçado. Perto de 13h40 aproximamos da bonita formação. Fizemos outra parada para descanso e renovar de energias...

Ah como aquele lugar é bonito. Para a Norte despenca o vale que divide as Serras da Lagoa Dourada e Contagem. Ali desce uma trilha e também estão as nascentes Sul da Cachoeira da Grota (ou Tabuleiro, ou Cristais). Sob nossas cabeças, ao Leste o gigantesco morro recoberto por milhares de rochas abauladas. É um dos mais impressionantes que já vi. É muita pedra! Sombra não havia nenhuma, mas com tanta beleza quem se importaria...

Passava das 14h00 quando retomamos a pernada. Nosso rendimento havia caído bastante e para complicar agora que começaria de fato a subida para a cruzada da Serra da Lagoa Dourada. Mas fomos tocando com calma! 

Tomamos desgastada trilha que em aclive foi margeando o morrão de rochas abauladas pelo norte. Cruzamos uma tronqueira e seguimos atentos, afinal a trilha era velha e apagada. Vamos ganhando altura quando beiramos uma cerca velha com pontos úmidos; mas sem água corrente. 

Tomamos o rumo Sudeste no contorno final do Morro. Surgiu vegetação arbustiva entre os milhões de afloramentos. Fato raro no trecho, topamos com dois caminhantes que descansavam e faziam uma boquinha. Eram do entorno do Sete. Tocamos adiante e seguimos atentos para não tomar saídas erradas naqueles veios de afloramentos. Avançamos morro acima; porém desgastados aproveitamos umas sombras para um novo descanso.

Um Cruzeiro diferente.
Esta é uma rota marcada pelos Cruzeiros

Uns dez minutos depois retomamos a pernada, seguindo pela velha trilha em suave aclive entre os afloramentos. Observamos um Cruzeiro estranho à nossa direita - feito com gancho - e a velha trilha nos levou a uma guinada para o Leste, fazendo-nos despontar naquele que é um dos campos interiores mais bonitos de toda aquela região.

Região da larga cumeada da Lagoa Dourada
Lugar muito bonito, impossível captar em imagem

Estávamos no topo da Serra da Lagoa Dourada, no campo da prima nascente da Cachoeira do Sete. Uma vasta área plana, emoldurada por pequenos morrotes. Um lugar admirável, isolado, pouco visitado. Àquela hora o sol da tarde deixava tudo ainda mais bonito. Espetacular.

Após contemplação e cliques pouco após 15h00 seguimos a marcha cruzando aquele vasto campo. Mirávamos a trilha que galga a serra a leste, onde havia uma tronqueira. Em quinze minutos chegamos a esse ponto que marca a virada Oeste-Leste da Serra da Lagoa Dourada. Uns metros pela passagem e despontamos a Leste sobre o Vale de Altamira de Cima. Outro lindo lugar, capaz de sugar horas de ócio de caminhantes...

Virando para Altamira de Cima

Ponto culminante da nossa pernada (1.530m) observávamos lá embaixo um alongado platô Norte-Sul por onde corre a trilha da Travessia Altamira x São José da Serra. Defronte e ao nosso nível a vertente principal do Espinhaço, limites Sul do ParnaCipó, região onde está o Pico Montes Claros. Visual impactante!

Dado ao adiantado da hora não fizemos parada, apenas fizemos uma descida lenta. Estávamos cansados e parte de nós diria, em frangalhos! E a descida acentuada da Serra da Lagoa Dourada exigia ainda mais esforço! Mas era preciso, afinal teríamos que chegar até uma boa fonte de água para armada de acampamento.

Beirava 16h00 quando vencemos a descida da encosta leste da Serra da Lagoa Dourada. Interceptamos a rota da Travessia Altamira x São José da Serra; quando tomamos à esquerda sentido Lagoa Dourada. Nosso objetivo era a parte alta da Cachoeira Alta, pois lá teríamos melhor área para um pernoite decente.

Sob clamor de alguns amigos de marcha tocamos pela trilha batida rumo Norte. Alguns esticaram o passo, pois conheciam o trecho. Nós outros fomos prosseguindo lentamente. Cruzamos o Marimbondo e seguimos pela trilha usual da Travessia.

Detalhe da parte alta da Cachoeira Alta

Passava das 16h40 quando fomos os últimos a chegar junto ao leito do Rio Preto, na parte superior da Cachoeira Alta. Ali passaríamos a noite! Alguns de nós estávamos de fato moídos após 17 km sob aquele sol de rachar! 

Topo Cachoeira Alta
Vale do Rio Preto

O topo da Cachoeira Alta é um bom lugar porque além do sossego, oferece bom terreno e sombra farta; e mesmo em época de seca sempre há uma reserva de água, com poço suficiente para banho. Além disso a vista desde os arredores é muito bonita; impactante pelo desnível da ribanceira! É um lugarzão!

Instalados nos arredores, dedicamos o restante do dia aos afazeres normais de acampamento, com direito a muito papo e prosa animadora. Tempo também para um bom refresco daquele dia quente! Enfim, aquela rotina gostosa que por mais sofrida que possa ser sempre nos atrai... Noite perfeita e recuperadora!

Relato - Dia 2


Aquela manhã de 15 de setembro amanheceu parcialmente nublada, porém abafado e quente. Desmontamos acampamento e ainda demos um giro pelos arredores, afinal aquele seria um dia de curta jornada. Passava das 9h15 quando juntamos as tralhas e iniciamos a caminhada.

Ficamos pequenos frente as dimensões naturais...

Tomamos a trilha da Travessia Altamira x São José no sentido Sul; ou seja, percorrendo o mesmo trecho que fizemos na tarde anterior. Meia hora depois cruzamos o Córrego do Marimbondo e aproveitamos para nos reabastecer. O Marimbondo sempre apresenta boa água!

Trilha batida e sem dificuldades, rapidamente atingimos o ponto da descida da Serra da Lagoa Dourada feita na véspera. Favorecido pela baixa variação prosseguimos em bom ritmo. Cruzamos dois mirrados pontos de água. Próximo das 11h00 cruzamos um terceiro ponto de água; e logo à frente uma porteira.

Trilha boa e tranquila, sem demora cruzamos uma pequena área úmida e ignoramos a antiga saída/acesso da Travessia Altamira x São José então à nossa esquerda. Tocamos pelo platô para logo adiante em torno de 11h20 aproveitarmos as sombras das árvores para o primeiro descanso do dia.

Uns 15 minutos depois retomamos a caminhada. Cruzamos um mirrado ponto de água para logo à frente atingirmos o Maria Nazária, um ponto de água encorpado e ótima fonte para abastecimento e refresco. 

Após o Nazária seguimos pelo platô esturricado pelo tempo seco. Até a vegetação arbustiva parecia implorar por um pouco de água. Iniciamos um suave declive e cruzamos mais um minguado ponto de água. Poucos metros adiante chegamos às 12h15 até uma porteira de metal. O costumeiro ponto de água existente por ali estava seco.

Cruzada a porteira combinamos visitar o Cruzeiro de Altamira de modo leve. A vista de lá é muito bonita, então seria um pecado passar por ali e não seguir até lá. Mas quem não quisesse poderia permanecer por ali, na sombra junto ao veio da matinha ciliar próxima a trilha.

Cruzeiro de Altamira

Altamira e o Bicudo

Rapidamente tomamos a trilha na diagonal em suave aclive pelo campo sujo. Em dez minutos chegamos ao velho Cruzeiro de Altamira. A vista é linda, com o arraial lá embaixo e o Rio Preto rasgando o fundo do vale. Em frente, à Leste o imponente Morro do Bicudo como guardião de todo aquele lugar. Permanecemos cerca de meia hora no Morro do Cruzeiro, retornando pela mesma trilha da vinda até nossas mochilas junto à porteira de ferro.

Detalhe de Altamira

Chegados às mochilas os amigos que não foram ao Cruzeiro não estavam por ali. Carga nas costas tomamos a trilha batida em suave aclive no rumo sudoeste que leva ao arraial. Ao se aproximar do trecho de mata da descida alcançamos os amigos que estavam à nossa espera. Dali foi só despencar pela ampla trilha, porém forte descida. 

Passava pouco das 13h15 quando despontamos numa plantação de banana. Continuamos descendo e atingimos a estrada-rua pouco abaixo. Tomamos a esquerda. Fiz uma parada para aglutinação. Retomados, pouco adiante entramos num atalho também à esquerda.

Igreja de Altamira

Rapidamente o atalho nos fez despontar acima do arraial. Dali foram mais alguns metros e poucas quebradas de rua para desembocarmos pontualmente às 13h45 no único comércio aberto no arraial naquela calorenta tarde de Altamira. Aliás, forma pouco mais de 11 km de calor, o que até surprendeu alguns se comparado com o dia anterior!

Morro do Cruzeiro e a Igreja


A partir dali ajeitar de tralhas e descansar; regado por uns refrescos pras gargantas e uns lanches pras panças. Sem demora nosso resgate chegou. Próximo das 15h00 deixamos Altamira. Viagem tranquila de retorno, senão pelo costumeiro atraso devido ao trânsito pesado na rodovia BR 381. Mas antes das 19h00 já estávamos sãos e salvos em BH.

Foi uma pernadinha proveitosa por um trecho muito bonito, cujo percurso nesses moldes é raramente realizado. Torna-se interessante porque mostra opções para realizações sem logísticas complicadas, sendo possível realizá-la até via transporte público. Os mirantes, os campos interiores, os vales, tudo são descobertas numa região que a olhos comuns parece exaurida. Tenho dito! Um grande obrigado aos amigos da volta, espero que o cansaço não seja maior que a tentação do retorno... Bons ventos!

Serviço


Circuito de aproximadamente 35 km ligando Altamira-Sete-Altamira, porção localizada nos municípios de Nova União, Taquaraçu de Minas e Jaboticatubas, região central de Minas Gerais. Trata-se de uma opção raramente realizada; porém excelente para um treino com nuances isoladas.

Tomando a Noroeste, o trajeto cruzará a localidade de Córrego Fundo, galgando a Serra da Prata. Após irá despontar no Sete, quando após atingir o fundo do Vale subirá a encosta da Serra do Morro Vermelho. Até então trata-se do mesmo trajeto da Travessia da Serra da Contagem; ou da Serra da Lagoa Dourada; cujos trechos iniciais são os mesmas.

No encontro da Serra do Morro Vermelho e Contagem o trajeto tenderá a Nordeste em curto trecho da Travessia da Serra da Lagoa Dourada. Porém, rapidamente dará uma guinada a Leste, cruzando propriamente a Serra da Lagoa Dourada num ponto bem mais ao Sul. Despontará para o Vale do Rio Preto, já nas bandas de Altamira de Cima. Dali, utilizará parcialmente da Travessia Altamira x São José e desembocará no Arraial de Altamira, passando antes pelo seu Cruzeiro.

Conforme a logística escolhida, esse trajeto pode ser encurtado em aproximadamente 7 km; ou em até mais 4 km, totalizando 11 km. Esses trechos de possível encurtamento se referem à estradinhas vicinais entre Altamira e o Sete e somente serão possíveis se utilizar logística própria; e para o total exigirá um veículo 4 x 4.

É um Circuito possível também de ser feito via transporte público. Porém dependerá de horários escassos; além de exigir que o caminhante faça todo o trajeto à pé. É até possível adequar alguns trechos, porém se sujeitaria a autorizações de acesso e passagem.

Aproximadamente 24 km do Circuito são trilhas antigas, sujas e quase apagadas em alguns pontos. Apresenta boa variação altimétrica no total, atingindo 1.530m de altitude na virada da Serra da Lagoa Dourada, ponto culminante do Circuito.

A atração do Circuito é paisagística, com grandes visuais para vales próximos e serras distantes. Não há grandes cachoeiras pelo trajeto. A principal queda d'água presente é a Cachoeira Alta, localizada junto a trilha da tradicional Travessia Altamira x São José da Serra. Porém só é atingida opcionalmente; e somente em sua parte superior; que é de fato um bonito recanto, com bom poço para banho e linda vista do Vale do Rio Preto.

Distâncias aproximadas


Belo Horizonte a Nova União: aprox 60 km, via BR 381 norte
Nova União ao acesso do Córrego Fundo: aprox 15 km, estrada de terra em bom estado
Altamira a Nova União: aprox 18 km, estrada de terra em bom estado

Como chegar e voltar - de ônibus

Cidade referência: Belo Horizonte

Ida: Coletivo 4882 Estação São Gabriel em BH até Nova União → À pé; ou táxi; ou Coletivo Rural Nova União x Altamira até acesso ao bairro rural do Córrego Fundo.
Retorno: Coletivo Rural da Linha Altamira x Nova União → Coletivo 4882 Nova União x Estação São Gabriel em BH

►O coletivo rural que liga Nova União até o acesso para o Córrego Fundo (Transtatão) é o mesmo que liga Nova União ao bairro de Altamira. Há duas frequências diárias para cada sentido. O embarque de ida pode ser feito na altura do Posto São Cristóvão, em Nova União.
► Consulte no site do DER-MG frequências e valores dos Coletivos Metropolitanos de BH. Confira frequências e horários Transtatão na Prefeitura de Nova União.

Como chegar e voltar - de carro

Cidade referência: Belo Horizonte

Ida: BR 381 até Nova União → Estrada rural Nova União x Altamira → Estrada rural para Córrego Fundo
Retorno: Estrada Rural Altamira x Nova União → BR 381 até BH

► Atente-se que, dependendo da escolha e possibilidade, início e final do Circuito podem se dar em locais distintos e relativamente distantes; pois se encurtaria pernadas. Nesses casos é necessário programar resgate e resultaria em uma Ferradura. Em caso de chuvas intensas as estradinhas rurais podem estar danificadas. Veículos 4 x 4 são os mais indicados para percorrer em especial do Córrego Fundo para o Sete.

Considerações finais


► Áreas particulares: Não há cobrança de ingresso, acesso, pernoite ou uso de trilhas pelo trajeto. Manter discrição em todas as ações; com postura responsável, ordeira e respeitosa. Sempre que possível buscar autorizações antecipadas para passagens. Na impossibilidade, aproximando de sítios, fazendas e similares informar sempre sobre suas intenções. Manter fechadas todas as porteiras e tronqueiras. Jamais romper cercas. Nunca provocar ou assustar animais e criações. Não abrir áreas para acampamento. Jamais realizar fogueiras. Manter consigo todo e qualquer lixo gerado.  

► Trilhas e Trajeto: Trata-se de um Circuito; ou pelo menos uma ferradura. Trecho de aprox 11 km em vicinais, concentrada no eixo entre os bairros rurais de Altamira e Sete . Restante do trajeto por áreas de serras apresentando trilhas antigas, sujas e desgastadas. Há trechos sem trilha batida. Não há nenhuma sinalização. Há pontos com trilhas se cruzando e muitas bifurcações, requerendo atenção na navegação. Há aclives e declives, alguns íngremes e alongados. Há pequenos regos a cruzar; mas que podem se tornar volumosos sob chuva.

► Experiência em Trekking: Não vá solo realizar essa trilha, em especial se apresentar pouca experiência em Trekking. O trajeto a partir do alto do Sete e até cruzar a Serra da Lagoa Dourada requer conhecimentos e dedicação.

► Logística de Acesso: Início nas bandas do Córrego Fundo e final em Altamira. Também é possível a realização ao inverso. É possível chegar ao local de automóvel ou de ônibus; nesse caso complementando à pé. Acessos mistos, com asfalto ou chão batido.

► Camping: modo natural.

► Água: Há pontos de água pela rota, porém em época de seca muitos deles desaparecem. A partir da Serra do Morro Vermelho (último ponto) e até cruzar a Serra da Lagoa Dourada e chegar na rota Altamira x São José é um trecho crítico. Se prepare! Iniciar sempre abastecido; ou o faça sempre que encontrar uma fonte. Use purificador!

► Exposição ao Sol: Intensa. Use protetor solar.

► Época de realização: O melhor período para realização é de abril a setembro; que é a época mais seca na região. No verão também é possível, mas esteja atento: Sob chuvas simples regos d'água ou mesmo naturais valas de drenagem podem se transformar em ribeirões volumosos pelo Espinhaço. 

► Segurança - Escape: Até iniciar a subida da Serra da Lagoa Dourada retornar ao ponto inicial pelos lados do Sete. A partir da Serra da Lagoa Dourada seguir sentido Altamira de Cima; ou mesmo para Altamira. Tenha em mente que em circunstâncias adversas os deslocamentos podem ser longos. Não há estrutura de busca e resgate na região. Não há sinal de telefonia celular pela rota; nem obviamente terminais telefônicos.

►Segurança - Vestuário: Ao praticar Trekking prefira utilizar calças compridas e camisetas com mangas longas. Isto oferece maior proteção frente à vegetação e eventuais insetos; além de minorar a ação do sol.

► Atenção: Ambientes naturais abrigam insetos e animais selvagens ou peçonhentos. Isto é natural; é normal. Portanto, seja ao caminhar ou ao assentar esteja sempre atento. Ao manusear vestuário e equipamentos verifique com atenção se não há presença desses animais ou insetos. Também esteja atento quanto a presença de animais selvagens de grande porte; evitando assustá-los.

► Cash: em pequenas localidades aceita-se apenas dinheiro. Em Altamira e Altamira de Cima há bar e restaurante. Há também pousada. Em Córrego Fundo e Sete não há comércio.

► Carta Topográfica: Jaboticatubas


► Pratique a atividade aplicando os Princípios de Mínimo Impacto

Bons ventos!

3 Comentários

  1. ''Tomamos desgastada trilha que em aclive foi margeando o morrão de rochas abauladas pelo norte''. Estive por duas vezes entre Novembro/2021 a Janeiro/2022 nestas cercanias. O planalto da Serra da Lagoa Dourada realmente é uma das visões mais encantadoras! Sobre a frase entre aspas, do alto dessa serra eu tentei ''ganhar'' o outro lado, sentido Sete, para alcançar a Grota,contudo o afloramento rochoso e o morrote visto lá de cima me desanimaram a ''emendar'' as trilhas, que agora lendo o seu relato eu vi que seria possível, descendo por Sudoeste. Então, para sairmos na Grota, demos uma volta incrível, atravessando todo aquele platô e saindo numa bifurcação da Serra da Contagem com o Vale da Lagoa Dourada, uns pouco km acima daquelas rochas, de onde se tem excelente visão de BH. Belo relato! Me senti no local.

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  2. Ahhh...ouvi dizer que os moradores chamam aquele imenso planalto de ''Serra da Caixa D'água''. Para mim faz sentido, pois é onde se acumula e capta toda água da chuva, gerando as nascentes daquela região. Ouviu dizer algo a respeito? Abraço!

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    1. Faz todo sentido Polar, mas não ouvi a esse respeito do nome. Infelizmente as Cartas não registram esses nomes, o que é uma pena. Também é compreensível, na escala das velhas cartas seria impossível. Logo, essa riqueza oral é que faz diferença. Aliás, te agradeço por isso. Um abraço

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