Travessia do Pico do Itambé

A beleza do Pico do Itambé

O Parque Estadual do Pico do Itambé é um dos locais mais interessantes da região Centro-Norte de MG. Criado há pouco mais de 20 anos abrange terras nos municípios do Serro, Santo Antonio do Itambé e Serra Azul de Minas. 

Seu destaque é o Pico do Itambé. Elevando-se a mais de 2.000m de altitude, o Pico do Itambé foi e continua a ser a grande referência natural daquela região.

Trata-se de uma grande formação rochosa, que reúne desfiladeiros impressionantes e guarda uma das mais belas vistas do Espinhaço Mineiro.

Um dos modos mais interessantes para alcançar o Pico do Itambé é realizando a Travessia do Pico do Itambé. Essa travessia liga as bandas de Capivari, município do Serro até a cidade de Santo Antonio do Itambé; ou vice-versa.

A lindeza da banda Norte desde o Itambé
Dois Irmãos do PERP ao fundo
O eixo principal da Travessia totaliza aproximadamente 16 km. Porém pode ser ampliada em até 10 km; dependendo de quais atrativos vá incluir no trajeto. Ou mesmo ganhar mais 9 km dependendo da logística de acesso utilizada tanto para o seu início quanto para o seu final.

Mas não se engane com a curta quilometragem no seu eixo principal da Travessia. O desnível é considerável e isto torna a tarefa bastante exigente.

Independente do seu início ou do seu final, a pernada segue a risca a tríade Aclive-Cume-Declive. O desnível atinge aproximadamente 1.200m pros lados de Santo Antonio do Itambé; ou aproximadamente 800m pros lados de Capivari.

Apesar de costumeiramente percorrermos o Itambé para outras jornadas, a última vez que realizamos essa Travessia nesses moldes fora em 2015. Nada melhor que um retorno. Além de matar saudades permitiu um comparativo da evolução da rota.

Comparativo e Pontos de Passagem


Travessia Pico do Itambé
Capivari a Santo Antonio do Itambé
Parque Estadual do Pico do Itambé
Cidade Base: Serro
Ida
Estrada - Viagem Fretada
Hora
Km
Pontos de Passagem
7h25
0,0
Rodoviária Serro - MG
Início do ciclo
Estrada asfaltada
7h55
20
Trevo Capivari
Início Estrada de Terra
8h35
31,5
Arraial de Capivari
Início de vicinal em pior estado
9h00
38,3
Desembarque Ponte Poço Preto
Local isolado sem comércio ou serviços

Trilha - Trekking
Dia 1
Do Poço Preto ao 
cume do Pico do Itambé
Hora
Km
Pontos de Passagem
9h30
0,0
Início da Caminhada
Poço Preto Ponte
Abasteça
Casa à direita média distância
Seguir estradinha vicinal Norte
Pouco à frente observe sítio do outro lado do córrego
9h45
0,7
Deixar vicinal
Tomar trilha à direita
Adiante cruzar porteira
Águas de verão: Secam no inverno
9h58
1,5
Porteira
Áreas úmidas à direita
Margear morro de afloramentos pela direita
10h05
2
Porteira Capoeira
Suave declive
Sombra parcial
10h15
2,4
Riacho
Abasteça: última água segura até o topo
Descanso
10h37
2,4
Reinício caminhada
10h42
2,6
Interceptação da vicinal deixada no km 0,7
Tomar direita
10h47
2,8
Tomar esquerda
Sítio à direita
10h50
2,9
Trifurcação: Placa, Cerca, Porteira
Linda vista do Itambé ao Leste
Seguir Leste
Trilha pelo campo
Vicinal segue à direita
11h00
3,1
Cruzar Matinha
Seguir à direita Rumo Nordeste
Sair área de afloramentos
Matinha se mantém à direita
Esquerda morro com afloramentos
11h10
3,5
Bifurcação Capoeira
Esquerda Segue para região da Bica d’Água
Entrar direita
Trecho sombreado
11h20
3,8
Cruzamento
Última interceptação da vicinal desde o km 2,9
Vicinal Esquerda segue para região da Bica d’Água
Casa em construção camuflada na capoeira esquerda
Torneira H2O: Pode não funcionar
Sombra
Descanso
11h30
3,8
Reinício da caminhada
Parcialmente sombreado
Seguir rumo Sudeste em aclive
Beco Antiga vicinal
Acima tomar esquerda
11h40
3,9
Cerca Porteira antigas
Divisa Parque Estadual
Guarda Parque Sentinela
Doravante ausência de sombras
Subida íngreme
Rochas e alguns degraus
Sinalização do Parque
12h00
4,2
Tradicional Placa Parque do Itambé
Lindo lugar
Rochas em formatos curiosos
12h25
4,7
Fim de aclive acentuado
Área de campo em aclive suave
Pico do Itambé cresce aos olhos
12h30
4,9
Rocha bonita aos pés do Itambé
Impressiona o paredão do Pico
Descanso
12h50
4,9
Reinício da caminhada
Início de trecho muito íngreme
Ataque final ao Pico do Itambé
Degraus e passagens sobre e sob rochas
14h50
6,2
Cume do Pico do Itambé
Área rochosa, irregular e ampla
Incrível vegetação arbustiva
Visual 360
Antiga construção: Atual abrigo
Energia elétrica
Sanitário ainda em construção
H2O nas rochas próximo antigo Camp
H2O bastante amarelada
Pode secar no inverno
Importante:
Hora e km aproximados
Podem haver pequenas variações
Referências podem variar ao longo do tempo
Normalmente o percurso Poço Preto x Cume do Itambé
é feito entre 3h e 4h; ou até menos.
Nós porém fizemos uma caminhada muito tranquila, com várias paradas; em especial na subida final do Itambé, pois tínhamos tempo de sobra.

Trilha - Trekking
Dia 2
Do cume do Pico do Itambé
ao Posto de Controle do PESPI
Hora
Km
Pontos de Passagem
8h00
0,0
Início da Caminhada
Deixar o Cume do Itambé
Declive acentuado
Trilha discreta porém sinalizada
Lajeados
Em dias limpos amplo visual
8h30
1
Ponte Pênsil Rebentão
Declive constante, porém suave
Incrível vegetação arbustiva
Em dias limpos:
Observe ao Norte e a longa distância
Pico Dois Irmãos no Parque do Rio Preto
Sequência da Serra do Gavião
9h15
2,9
H2O panelões
Primeira fonte desde o cume
Abasteça
9h25
2,9
Reinício da caminhada
Suave declive
9h30
3,3
Lapa do Morcego
Banco
Sombra
9h40
3,3
Reinício caminhada
Trecho acentuado declive
Observe à direita interior do Parque, lá embaixo:
Cachoeira sem acesso no Córrego da Água Santa
10h20
5,2
Antiga Casa do Joaquim Moacir
Fim declive acentuado
H2O
Abasteça
Início de vicinal do PESPI
10h40
5,2
Reinício da caminhada
Início de vicinal do PESPI
Suave declive
Rego d'água
Após cruzar rego atalho à direita
Trilha em meio à capoeira
10h50
5,8
Fim do atalho
Interceptação da vicinal PESPI
Estrada ampla
10h55
6,2
Esquerda Bifurcação para Cachoeira do Rio Vermelho
11h20
7,7
Direita Bifurcação para Cachoeira do Nenén
11h20
7,7
Início ataque leve Cachoeira do Neném
Vicinal pouca alteração
11h30
8,4
Chegada Cachoeira do Neném
12h05
8,4
Início retorno à bifurcação da Cachoeira do Neném
12h15
9,1
Chegada à bifurcação da Cachoeira do Neném
Reinício da caminhada
12h30
10,1
Ponte Córrego da Água Santa
13h10
12,4
Chegada ao Posto de Controle do PE Pico do Itambé
13h25
12,4
Início ataque Cachoeira da Água Santa
Trilha sinalizada
Declive acentuado
13h40
13,4
Chegada Cachoeira da Água Santa
14h10
14,4
Retorno ao Posto de Controle do PE Pico do Itambé
Aclive acentuado
14h30
14,4
Chegada ao Posto de Controle do PE Pico do Itambé
Guarda Parques
H2O
Sanitário
Fim da caminhada
Importante:
Hora e km aproximados
Podem haver pequenas variações
Referências podem variar ao longo do tempo
Normalmente o percurso Poço Preto x Cume do Itambé é feito entre 3h e 4h; ou até menos.
Nós porém fizemos uma caminhada muito tranquila, com várias paradas; em especial na subida final do Itambé, pois tínhamos tempo de sobra.

Travessia Pico do Itambé
Capivari a Santo Antonio do Itambé
Parque Estadual do Pico do Itambé
Cidade Base: Serro
Retorno
Estrada - Viagem Fretada
Hora
Km
Pontos de Passagem
14h40
0
Posto de Controle do PE do Pico do Itambé
Embarque resgate fretado
Início viagem de retorno
Estrada vicinal em boas condições
14h55
3
Centro cidade de Santo Antonio do Itambé
Almoço
16h15
20
Reembarque rumo ao Serro
Estrada asfaltada
16h45
44,5
Chegada ao Serro
Final do Ciclo
Início viagem rumo BH


Relato Dia 1


A tradicional Serro
Deixamos BH por volta de 1h00 da madrugada do dia 6 de julho. Pouco depois das 6h00 desembarcamos para um café na Padaria Zé Congonha no centro da cidade do Serro. Lá encontramos o Paulo e o casal Sr. e Sra. Montes que também estaria conosco.

Perto de 7h30 reembarcamos; seguindo para o arraial de Capivari, onde chegamos em torno de 8h30. Sem parada cortamos o arraial. Mais meia hora embarcado e chegamos nas proximidades do Poço Preto.

Este é um ponto isolado ao norte do arraial de Capivari; porta de entrada para a Travessia. É também até onde é possível chegar em transporte fretado. 

Ajeitamos as tralhas e às 9h30 iniciamos nossa caminhada. Seguimos pela estradinha vicinal que agora encontrava-se em bom estado. Inclusive a ponte que cruza o córrego está em boas condições. Na última visita estava em construção. O tempo estava aberto e ensolarado, indicando um dia de calor.

Aclive suave e pouco à frente deixamos a vicinal em favor de uma trilha à direita. Tomamos então o predominante sentido Nordeste. O trecho é bem marcado. Sem demora cruzamos uma porteira e algumas mirradas fontes de água. São águas temporárias.

Pouco depois das 10h00 cruzamos outra porteira decadente e adentramos em uma capoeira. A paisagem nos arredores é incrível, com afloramentos que fazem a mente divagar.

Paradinha. Ao fundo o Itambé
Logo chegamos até um córrego. Aproveitamos para nos reabastecer e fizemos um rápido descanso pelas rochas. A essa altura o Itambé nos observava à distância, acima da vegetação!

Passava das 10h30 quando reiniciamos a pernada. Cruzamos o córrego e logo a frente passamos por uma porteira que estava aberta. A trilha se ampliou. Em aclive interceptamos a estradinha vicinal que havíamos abandonado lá no início da pernada.

Passamos pelas imediações de um sítio com uma moderna pickup estacionada junto à porteira. Percorremos então curto trecho da vicinal entre a capoeira. Passamos por outra porteira na estrada que estava também aberta; para logo a frente ignorarmos um acesso à direita que desemboca em um outro sítio.

Chegamos então a um cruzamento de trilhas com a vicinal. Este é um ponto muito bonito. À Leste surge imponente o Pico do Itambé com todo o seu explendor. Há no local uma placa indicativa da trilha para o Pico, à esquerda. Para a direita a estradinha vicinal toma contorno leste. Fizemos uma indispensável parada para fotos.

Trecho afunilado na importante
bifurcação
Retomamos a caminhada e cruzamos uma porteira junto a velha cerca de arame. Em suave declive nos dirigimos até um veio de mato, que cruzamos rapidamente. Saímos em área de afloramentos, com muitas canelas de ema rasteiras. À nossa esquerda um morrote; à direita uma matinha.

A trilha em aclive vai nos afunilando, modos que por volta de 11h00 chegamos até uma bifurcação importante. Para a esquerda segue para a Bica D'Água e Parque do Rio Preto. Tomamos então a saída sinalizada à direita. Passamos a cruzar a capoeira em aclive.

Pouco antes de 11h30 interceptamos novamente a estradinha vicinal pela última vez. Trata-se de mais um cruzamento. A estradinha vem da direita e segue à esquerda sentido Bica D'Água e Rio Preto. 

Por ali topamos com uma torneira com água; além de alguns materiais de construção. Cerca de 70 metros à esquerda há uma casa em construção. Aproveitamos a sombra e fizemos uma paradinha para descanso e lanche; pois dali pra cima a coisa apertaria um pouco mais.

Placa na última interceptação da vicinal
A parada foi curta! Em dez minutos retomamos a pernada por um beco de cerca de arame parcialmente sombreado. Inicialmente amplo, à medida que avançamos a aclividade aumenta e o caminho se transformou em trilha. Surgem cascalhos e as sombras vão ficando para trás.

Rapidamente chegamos à divisa do Parque Estadual. Por lá já nos aguardava um guarda parque. Fizemos os trâmites burocráticos e tocamos pra cima. Sim, a aclividade aumenta consideravelmente! Agravada pelo calor do meio dia nossa caminhada seguiu lenta e cada qual no seu ritmo.

Sob a luz do meio dia passamos pela tradicional placa do Parque "Leve o seu lixo". O trecho é muito bonito e a trilha sinalizada e bem cuidada. Seguimos serpenteando entre os afloramentos, galgando alguns degraus. Rapidamente despontamos na área de campo aos pés do Itambé.

Albert e o Itambé
A subida é por ali mesmo,
praticamente em linha reta
A aclividade diminui e a trilha suavizou. Às 12h30 aproximamos de bonita rocha bem aos pés do Itambé. Aproveitando as sombras escassas da rocha fizemos uma boa parada para descanso e lanche, afinal tínhamos tempo de sobra.

Beirava 13h00 quando reiniciamos a pernada. Fizemos em grupos, com cada um seguindo o seu curso. Logo entramos no trecho final e bastante inclinado da subida do Pico do Itambé. Por ali há cascalho, muitos degraus e passagens sob e sobre rochas. É um trecho exigente.

Sigo mais na rabeira enquanto os mais ágeis desaparecem em meio às rochas. Vou conversando e dando boas risadas junto ao Thiago. Topamos com um casal que descia rumo a Capivari. Com eles seguia um cachorro. Nos informou que outro cão estava a vagar pelo Pico...

Pouco acima o Thiago seguiu e eu me mantive aguardando aqueles que estavam mais atrás. Uma de nossas amigas sofria com indisposição estomacal; mas aos poucos vamos ganhando altura.

Trecho percorrido: observe a trilha lá embaixo
Fizemos várias paradas para auxílio mútuo nas passagens em rocha e degraus. Modos que beirava 15 horas quando vencemos a forte inclinação e chegamos ao topo do Itambé.

Fomos recebidos pelo guarda parque do topo que nos passou algumas orientações. Em seguida despediu-se de nós e rumou para Santo Antonio do Itambé.

Sem demora nos instalamos pelo abrigo; que estava limpinho. Sem demora também apareceu o outro cachorro que vagava pelo Itambé. Magrinho e assustado de dar dó! Um pouco mais tarde reapareceu o seu companheiro que topamos mais cedo lá subida do Itambé...

Topo do Itambé: abrigo e incrível vegetação
Restante da tarde dedicada ao descanso e observações do lugar. O topo do Itambé é um lugar significativo. Observar todos os quadrantes daquela região é um privilégio. O cume guarda uma beleza incrível. Fez também um bonito por do sol. Seguiu uma queda na temperatura; mas não fez aquela friaca costumeira. 

Logo ao início do anoitecer fui lá próximo ao antigo camping coletar água. No retorno jantamos. Oferecemos uns petiscos para os cães, afinal estavam famintos; e àquela altura não tínhamos opções. Próximo à hora da dormida ainda observamos ao Sul os fogos na cidade do Serro, que estava em festa naqueles dias... Depois o descanso recuperador...

Considerações do Trecho Poço Preto x Cume do Itambé


Estradinha vicinal: diferente de 3,5 anos atrás, agora está em melhores condições. Nota-se um maior circular de veículos na região.

Trilhas: praticamente se mantém do mesmo modo. Novidade é a maior presença de placas indicativas, inclusive fora do Parque.

Topo-pernoite: aqui está a maior novidade. Na nossa última travessia ainda fizemos uso do camping no topo do Pico do Itambé. Essa área encontra-se desativada. A atual casa abrigo na ocasião não passava de um casebre caindo aos pedaços, com muito mofo. Agora encontra-se bem cuidada. Há inclusive um ponto de energia elétrica. Constatamos também os esforços iniciais para a construção de um sanitário seco; bem como a demolição de uma outra pequena construção que havia no topo.

Relato Dia 2


Sombra do Itambé ao nascer do dia
Aquele domingo amanheceu claro. Logo cedo chegou por lá um pequeno grupo de visitantes em bate e volta. Fez um bonito nascer do sol, acompanhado daquele friozinho tradicional dos picos. Mas logo o topo foi ficando rodeado pela neblina. Em momentos nada mais foi possível ver; em especial para o lado leste.

Tratamos de ajeitar as tralhas e pouco antes das 8h00 iniciamos nossa caminhada rumo a Santo Antonio do Itambé - Portaria do Parque. Iniciamos a descida juntamente com os visitantes em bate e volta. A trilha segue pelos lajeados, o que provoca confusões. Mas há sinalização e pisoteio.

Seguimos em ritmo lento e logo os visitantes nos ultrapassaram. Por sorte seguiam conosco aqueles cães. Isto era um bom sinal, afinal área protegida não é lugar para cachorros. A neblina ora se adensava; ora dispersava.

Montes Belos e Motinho no Rebentão
Próximo de 8h30 chegamos à Ponte Pênsil no Rebentão. Estava vencido o primeiro trecho mais íngreme e confuso da nossa decida rumo a Santo Antonio. Muitas fotos, mesmo com as brumas!

Prosseguimos na pernada agora com trilha menos íngreme. Mas sempre em declive! Nesse trecho não foi possível ter vista aberta, o que foi uma pena. É uma descida muito bonita.

A pernada rendeu e em torno de 9h00 chegamos no ponto de água dos Panelões. Fizemos breve parada. A neblina estava se dissipando.

Ao dissipar revelou um tempo nublado e carrancudo; bem diferente daquele dia claro e aberto ao amanhecer. Ou seja, estava daquele tipo: ótimo pra caminhar e péssimo para registros!

Recorte da Lapa do Morcego
Logo retomamos a pernada e em poucos minutos de descida chegamos à Lapa do Morcego. Lugar bonito, agradável. Agora há até um banquinho de madeira para descanso no lugar. Novamente parada curta.

Prosseguimos a descida por trilha irregular, com rochas, alguns cascalhos e forte declive em alguns pontos. A certa altura da descida observamos uma cachoeira 'inatingível' no córrego da Água Santa no interior do Parque. Linda, mesmo ao longe!

Sem delongas passava um pouco das 10h00 quando chegamos à antiga casa do Sr. Joaquim Moacir. Estava vencido o trecho mais íngreme da descida do Itambé. Dali para baixo haveria a vicinal do PESPI; algo que particularmente acho cansativo.

Fizemos uma parada para descanso e reabastecimento. A antiga casa está em ruínas; bem pior que 3,5 anos atrás. Nos arredores sinais de gado e cavalos; bem como muitos morangos silvestres, que corro para saboreá-los. Aproveitamos para oferecer mais petiscos aos cães...

Pouco após 10h30 retomamos a pernada. Percorremos curto trecho da vicinal e após cruzar um rego d'água entramos à direita numa trilha atalho. Isto nos poupou um trecho da estradinha de terra. Topamos com muito gado no trecho.

Em grupos seguimos e logo abaixo interceptamos novamente a vicinal. E levamos um susto, afinal os amigos estavam em polvorosa com o gado que ameaçou uma correria. Na verdade era gado manso que pensou sermos tratadores...

Prosseguimos naquela estradinha já sob calor abafado. Trecho sem erro cada qual imprimiu seu ritmo. Em curto tempo ignoramos à saída à esquerda que leva à Cachoeira do Rio Vermelho: Ficaria para outra ocasião.

Cachoeira do Neném (Foto Zé Mendes)
Tocamos para baixo na vicinal e pouco antes de 11h30 chegamos à bifurcação da Cachoeira do Neném. Deixamos a mochila ali no acesso juntamente ao casal Sr. e Sra. Dinízio Paulista.

Rota boa em dois sulcos, tocamos rumo à cachoeira, onde chegamos em 10 minutos.

Por lá alguns poucos adentraram na água. O tempo estava daquele jeito: nubladão, abafado para caminhar; mas frio para banhos.

Permanecemos fazendo hora nos arredores, em especial na parte superior da cachoeira. É um lugar muito agradável pra descanso e contar papo fiado...

Pouco depois do meio dia deixamos o lugar e rapidamente já estávamos de volta à bifurcação de acesso. Ajeitamos as tralhas e reiniciamos a descida pela vicinal. Em 15 minutos chegamos ao córrego da Água Santa.

Água Santa
Cruzamos a ponte da Água Santa. Imediatamente percorremos suave aclive. Sem delongas iniciamos suave declive e já avistamos arredores da cidade de Santo Antonio.

Margeamos uma antena de telefonia e pouco abaixo passamos pela bifurcação à esquerda que leva à Cachoeira da Água Santa.

Como iríamos visitá-la sugeri caminharmos mais uns metros e deixarmos as mochilas na "portaria" do Parque. Pouco após 13h00 desembocamos no Posto de Controle do PESPI. Estava finalizada a nossa pernada no seu eixo principal. 

Por ali permaneceram alguns amigos que preferiram não ir à cachoeira; bem como tomaram seus rumos os cães que até então nos acompanhavam.

Dentro de uns 15 minutos retornamos por alguns metros pela vicinal e logo acima entramos à direita na trilha de acesso à Cachoeira da Água Santa. E tome descida. É praticamente 1 km de descida por trilha manejada.

A primeira queda da Água Santa
Logo no início da descida observamos conhecidas cargueiras abandonadas. E logo topamos com os amigos adiantados que já retornavam da Água Santa. Povo bão de perna!

Seguindo tranquilamente beirava 13h40 quando chegamos à Cachoeira da Água Santa. Linda como sempre.

Demos um pulinho na parte alta. A primeira queda é ainda mais bonita.  Mas o tempo nublado, fim de pernada, ninguém se animou a adentrar nos poços...

Pouco depois de 14h00 iniciamos nosso retorno pelo mesmo caminho da ida. Beirava 14h30 quando recolocamos os pés no Posto de Controle do PESPI. Agora sim, estava finalizada a nossa pernada!

Matriz de Santo Antonio
Rapidamente ajeitamos as tralhas, despedimos do guarda parque e partimos para a cidade de Santo Antonio do Itambé. Chegamos em minutos, nem deu tempo pra esquentar o assento!

Lá fomos almoçar deliciosamente no Restaurante da Sônia. A comida como sempre estava divina!

Ainda sobrou um tempinho para um giro na praça com o Zé Mendes; bem como para outros tomar banho e voltar limpinho pra casa!

Pouco após 16h00 deixamos Santo Antonio. Em meia hora estávamos novamente no Serro, onde deixamos nossos amigos Paulo e Sr. e Sra. Montes.

"Nóis"
Do Serro partimos para Belo Horizonte, aonde chegamos beirando após 21h00! Foi uma pernadinha agradável; sem contratempos e ótima energia; corada por grande beleza natural.

Outra vez obrigado aos novos e velhos amigos por mais essa alegria do reencontro!

Considerações do Trecho Itambé x Posto portaria PESPI


Topo do Itambé: a novidade é a adequação de uma das antigas construções para abrigo. Apesar da beleza de se pernoitar numa barraca no topo do Itambé; a área de camping era inadequada, com terreno irregular e com muitas rochas. Outra interessante iniciativa é a instalação do sanitário a seco. Mas fica a dúvida em relação aos resíduos gerados

Trilhas: permanecem em igual estado e em boas condições; inclusive com algumas intervenções anti erosão. A sinalização é suficiente.

Antiga casa do Sr. Joaquim Moacir: o estado precarizou ainda mais. Está em vias de queda.

Posto de Controle do PESPI; continua o mesmo. Necessário melhorar as instalações.

Serviço

Posto de Controle Portaria PESPI
Santo Antonio do Itambé
Foto Zé Mendes
Criado em 1998, o Parque Estadual do Pico do Itambé abrange áreas dos municípios do Serro, Santo Antonio do Itambé (sede) e Serra Azul de Minas. Está a aproximadamente 250 km ao norte de Belo Horizonte, região do Alto Jequitinhonha.

Possui acesso tanto pela cidade de Santo Antonio do Itambé quanto pelo Arraial de Capivari, município do Serro. Sua sede encontra-se na Fazenda São João, localizada cerca de 2 km da cidade de Santo Antonio do Itambé.

Tem em sua vizinhança outros Parques, como o Parque Estadual do Rio Preto e Parque Estadual do Biri Biri, que juntos formam um cinturão de proteção nesta área do Espinhaço.

Além de plantas endêmicas, o Parque abriga algumas espécies animais em extinção, como a onça parda e o lobo guará. 

O ícone principal do Parque é o Pico do Itambé. Desde a época dos bandeirantes este acidente geográfico é referência para o chamado Sertão Mineiro. Chegou a ser considerado o ponto culminante nos primórdios do Estado, recebendo o nome carinhoso de "Teto do Sertão Mineiro", graças aos seus 2.052m de altitude.

Hoje sabe-se que é um dos pontos mais elevados de toda a Cordilheira do Espinhaço, atrás apenas dos Picos do Sol (2.072m) e Inficcionado (2.068m), ambos no Caraça.

Além do Pico do Itambé, há outros atrativos pelo Parque, com destaque para as Cachoeiras do Rio Vermelho, Neném e Água Santa, todas na rota da Travessia do Pico do Itambé.

Além da travessia do Pico do Itambé, há outra travessia conhecida como a Trilha dos Tropeiros. Também liga Santo Antonio a Capivari, porém segue pela parte baixa do Pico do Itambé. Nessa rota o grande atrativo é a Cachoeira da Fumaça.

Ainda em estruturação, o Parque Estadual do Pico do Itambé não oferece centro de visitantes ou outras estruturas para visitação. Mesmo assim, é exemplo no que diz respeito ao visitante. 

A Travessia do Pico do Itambé


Esta Travessia possui aproximadamente 25 km de extensão, sem contar os ataques aos atrativos das cachoeiras.

Tem início nas proximidades do arraial de Capivari, município do Serro; e seu final em Santo Antonio do Itambé (ou vice-versa).

Entretanto, esse percurso pode ser diminuído em até 13 km através do uso de automóvel.

Iniciando por Capivari, pode-se ir de automóvel até o Poço Preto (7 km após Capivari) e ao final, da casa do Sr. Joaquim Moacir à portaria do Parque através de veículos 4 x 4 (6 km). O mesmo se aplica para realização em sentido inverso.

As distâncias ida e volta para ataque aos atrativos cachoeiras são 5,6 km para a Cachoeira do Rio Vermelho; 2 km para a Cachoeira do Neném e 1,5 km para a Cachoeira da Água Santa. Da portaria do Parque à cidade de Santo Antonio do Itambé são 2,7 km em estrada de terra em bom estado.

Contatos


► Sede do Parque em Santo Antonio do Itambé: 33 3428-1372
► E-mail: peitambe@meioambiente.mg.gov.br

Importante


► Antes de visitar o Parque para fazer a Travessia ou mesmo bate e volta no Pico do Itambé (isto vale também para a Trilha dos Tropeiros) é necessário agendar a visita através de e-mail.

►Nem sonhe em visitar as áreas do Parque às escondidas. Há monitoramento constante e diário em pontos estratégicos do Parque. Além disso, desde o topo do Pico do Itambé é possível monitorar todo o parque e nem "moscas" passam despercebidas. Se teimar, saiba que terá aborrecimentos!

Como chegar e voltar - de ônibus

Cidade referência: Belo Horizonte

Serro é a cidade porta de entrada para o Parque Estadual do Pico do Itambé. É a maior e mais estruturada cidade do entorno do Parque.

Viação Serro de BH até o Serro

► Chegando no Serro, o visitante poderá optar por acessar o Parque via Arraial de Capivari (Distrito do Serro) ou Santo Antonio do Itambé.
► Se for iniciar a Travessia por Santo Antonio, utilize Viação Serro até Santo Antonio do Itambé.
► Se for iniciar a Travessia por Capivari utilize Ônibus Rural para Capivari (circula somente de segunda a sexta, de Capivari-Serro às 5h45; Serro-Capivari às 12h30)
► Saiba que os horários para as localidades menores são escassos. Além disso, prepare suas pernas, pois a rota da travessia poderá ser mais longa; ou terá que percorrer trechos de vicinais à pé.
► Confira horários e frequências na empresa de ônibus ou na rodoviária do Serro.

Como chegar e voltar - de carro

Cidade referência: Belo Horizonte

Serro é a cidade porta de entrada para o Parque Estadual do Pico do Itambé. É a maior e mais estruturada cidade do entorno do Parque.

Opção 1:
Rodovia MG 10, passando pela Serra do Cipó, Conceição do Mato Dentro e Serro.

► Apesar de mais curta, o inconveniente desta rota é o trecho de aproximadamente 20 km em estrada de terra entre Conceição do Mato Dentro e Serro. É um trecho em obras que nunca fica pronto.

Opção 2:
BR's 040, 135 e 259, passando por Curvelo, Gouveia, Datas, Serro.

► Apesar de mais longa, a vantagem é seguir por estrada asfaltada e só enfrentar estrada de terra nos quilômetros finais; caso optar por acessar o Parque via Capivari.

► Chegando no Serro, o visitante poderá optar por acessar o Parque via Arraial de Capivari (Distrito do Serro) ou Santo Antonio do Itambé.
► Se optar por Capivari, tomará no trevo do Serro a rodovia asfaltada para Milho Verde. Cerca de 2 km antes de Milho Verde, entrar à direita. Percorrer cerca de 12 km de estrada de terra até Capivari.
► Se optar por Santo Antonio do Itambé, basta se manter na rodovia asfaltada MG 10 por mais 21 km desde Serro.
► Início e final se dão em locais distintos e distantes. Necessário programar logística.

Hospedagem e Alimentação

Capivari
► Turismo Solidário, clique AQUI 
► Casa do Sr. Gonçalo: 38 98821-6892
No arraial de Capivari há o conhecido Turismo Solidário, em que moradores locais abrem as portas das suas casas para os visitantes. Oferecem pernoites, café da manhã, almoço e jantar, mediante demanda e a preços acessíveis. Mas fique atento que são comuns modificações nestes serviços; com novos entrantes e saídas de outros.

Santo Antonio do Itambé

► Pousada Pé de Serra (33 3428-1226), localizada no centro da cidade.
► Camping e Pousada da Terezinha (33 98819-0712), localizado nas proximidades da Cachoeira da Fumaça, cerca de 2 km da cidade.
► Restaurante e Camping Rancho do Vale, nas proximidades do Lajeado, início da Trilha dos Tropeiros. 
► Restaurante da Sônia (33 98740-3568), localizado na Rua da Matriz, no Centro. 

Considerações finais


► Aviso: nem cogitar realizar esta Travessia (ou a Trilha dos Tropeiros); ou mesmo fazer bate e volta no Pico do Itambé sem agendamento no Parque. O monitoramento é constante e estratégico. Respeite as regras do Parque!

► Em dias de chuvas fortes normalmente o Parque não autoriza a realização dessa Travessia; nem pernoite ou ataque ao Pico do Itambé.

► Há limitação de visitantes para realização desta Travessia (15 pessoas, incluso eventuais guias e carregadores).

► Há limitação de visitantes para pernoite no topo do Pico do Itambé (15 pessoas, incluso eventuais guias e carregadores).

► Há limitação de visitantes para bate e volta no Pico do Itambé. Confira no Parque a carga atualizada.

► O Parque não funciona às terças feiras.

► Pernoite no topo do Itambé: Abrigo Cume. Pernoite estilo bivaque. O Parque reformou uma das construções do topo e destinou ao abrigo. Consiste numa casa com uma sala grande e outros 3 cômodos menores. É proibida a armada de barracas no exterior da casa. Há energia elétrica, com um ponto de luz e tomada.

► Há água no topo do Pico do Itambé, localizada em uma espécie de gruta em meio às rochas à direita da antiga área de acampamento. Mas em época de estiagem pode secar. Os funcionários do Parque gentilmente costumam disponibilizar um galão de água para os visitantes que irão pernoitar no topo do Pico do Itambé.

► Há sinal de telefonia no topo do Pico do Itambé. Costuma também estar ativo sinal wi-fi.

► As passagens sob rocha na subida final do Pico pelo lado de Capivari são tranquilas e não exigem equipamentos técnicos para transpô-las.

► A rota Capivari - Pico do Itambé - Santo Antonio do Itambé está sinalizada; em especial nos seus pontos mais críticos.

► Há na portaria de Santo Antonio do Itambé uma ducha de água fria em um cercado de bambu, que é suficiente para um bom banho/refresco ao final da caminhada. Há sanitário no local.


► Pratique a atividade aplicando os Princípios de Mínimo Impacto

Bons Ventos!

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