Parque Estadual do Itacolomi: uma jóia natural nas históricas Ouro Preto e Mariana!

Paredões de afloramentos no interior do Parque visto desde o camping
O Parque Estadual do Itacolomi foi criado nos fins dos anos 60. Reúne uma compleição de atrações: história, beleza natural e oportunidade para aventura.

Localizado nos municípios de Ouro Preto e Mariana, em MG, seu ícone principal é o Pico do Itacolomi.

O acidente já no século XVII orientava os bandeirantes que circulavam pela região em buscas das minas de ouro. Ainda hoje continua a ser o principal atrativo do lugar, mantendo o seu papel de referência.

Do seu topo, a aproximadamente 1.700m de altitude é possível avistar o mar de morros nos arredores, além de pontos mais distantes, como a região do Caraça. E claro a vista privilegiada de Ouro Preto aos seus pés!

Nos dias 13 e 14 de junho de 2013 tinha um compromisso em Ouro Preto, MG. Como iria ocupar-me apenas a parte da manhã do primeiro dia; e no segundo dia apenas a parte da tarde, não pensei duas vezes. Ajeitei as tralhas para um pulo ao Parque Estadual do Itacolomi nesse intervalo. 

Havia mais de 10 anos que não ia ao local. Seria a oportunidade para subir o Pico do Itacolomi na manhã do dia 14. Agora a presença de guias para esse trecho é opcional, pois a trilha que leva ao pico foi sinalizada...

Relato Dia 1


Escritório do Parque onde se pagam as taxas
Acordei atrasado no dia 13 de junho em Belo Horizonte, modos que perdi a minha carona para Ouro Preto. O jeito foi ir para a rodoviária, onde embarquei em um ônibus da Viação Pássaro Verde às 7h00.

Esse ônibus iria para Manhumirim, passando por Ouro Preto e Mariana. O clima anunciava um belo dia de sol de inverno...

Ainda na estrada a poucos km de Ouro Preto, recebi uma ligação da empresa em que iria trabalhar informando que o serviço teria que ser adiado.

Sem demora, não desisti da viagem! Em torno de 9h00 desembarquei do ônibus na rodovia, altura do Hospital de Ouro Preto; praticamente em frente à Portaria do Parque. Cruzei a rodovia e cheguei à portaria do Parque Estadual do Itacolomi. 

Estradinha de aprox 5 km vai contornando o Morro do Cachorro
Passei pela portaria e imediatamente fui ao escritório ao lado pagar a estadia no Parque. Recepcionistas simpáticos ficaram curiosos em relação à mochila; e por eu ir subir à pé até a sede.

Pontualmente às 9h15 iniciei a caminhada pela estrada de terra que liga a portaria à administração do Parque. A estrada vai contornando o Morro do Cachorro pelo seu lado norte em uma subida suavizada.

Desde a estrada descortinam as serras ao redor da Cidade de Ouro Preto; além da BR 356 e a parte moderna da cidade lá embaixo. Pelos meandros da estrada pode-se observar as mudanças na vegetação: de uma matinha rala para trechos de mata mais densa.

O sol brilhava lindamente e pude observar vários pássaros ao longo da caminhada; além de muitas flores. Fiz algumas rápidas paradas apenas para fotos. A estrada é bem cuidada e no trecho final ornamentada por samambaias, com grama aparada.

Nenhum carro passou por mim na subida! Em torno de 10h20 cheguei à bifurcação na entrada da administração do Parque; onde há uma bica d'água com um banquinho à esquerda. Parei por ali um bom tempo descansando, pois havia subido num só pique!

Depois de uns 20 minutos, sem um mapa do local em mãos e não vendo placa alguma indicativa do camping, tomei o rumo da direita à sua procura. Havia tanto tempo não ia ao lugar que sinceramente não me lembrava mais daqueles contornos internos. 

Ao chegar em frente à casa de hóspedes tomei a estradinha da esquerda, onde perguntei para um funcionário onde era o camping. Ele me disse que era do outro lado: primeira à direita; depois à esquerda, justamente por onde vagamente me lembrava.

Voltei o trecho percorrido e poucos metros adiante vi a placa indicativa do camping. Ao chegar na Lagoa da Curva, tomei o rumo da esquerda e fiz mais uma parada, pois não estava com pressa. Depois de uns 10 minutos voltei a caminhar e adentrei ao camping por volta de 11h00 da manhã.

Como tinha o restante da tarde à disposição, os planos agora era visitar as atrações nos arredores da Administração. Isto incluíam o Centro de Visitantes; a Casa Bandeirista; o Museu do Chá e as trilhas da Capela, Lagoa e do Forno.

Estava sozinho no lugar e o silêncio só era quebrado pelo canto dos pássaros e por uma algazarra de micos na mata acima do camping. Armei acampamento sem pressa e aproveitei para circular pelo lugar.

O camping está a aproximadamente 1 km do Centro de Visitantes. Não é gigante, mas comporta muitas barracas. É levemente inclinado, o que não deixa acumular água. Também é sombreado e possui um gramado impecável, sem pedrinhas ou toquinhos.

Ao seu redor há uma mata muito bonita. O vestiário e a área de serviços ficam ao lado, o que é prático. Tudo muito limpo e há chuveiro com água quente, já que há energia elétrica no local.


Fui ao prédio do restaurante, que aguarda licitação para funcionamento. Na sequência, ao lado do restaurante ficam as churrasqueiras. São 4 no total, com banquinhos e mesas fixas ao redor.

Bem ao centro, há um lugar específico para se acender fogueira, mediante a compra da lenha direto com o Parque. Em frente ao restaurante há um deck de madeira, de onde se vê abaixo uma área gramada, plana, boa pra bater uma bolinha.

Há também uma quadra de areia para voleibol. Ao lado, há um parquinho infantil com brinquedos lúdicos. Mais abaixo há uma casa de um funcionário do parque, que inclusive mora no local.

Ao seu nível, fica o estacionamento do camping. Mais abaixo, escondido entre as árvores está o heliponto do Parque. Estrutura show de bola!

Casa Bandeirista
Esculturas ao fundo da Casa Bandeirista
Depois de circular pelo que chamei Praça de Serviços e fazer um lanche, deixei o local por volta de 12h30 com destino às outras atrações do Parque.

Esses pontos são ligados por uma estradinha. Passei pelo Lago da Curva e tomei à esquerda, chegando ao Lago da Capela. Parada breve, logo segui para a Casa Bandeirista, que fica próximo.

A Casa Bandeirista é uma construção grandiosa, imponente e em estilo rural paulista. Construída no início do século XVIII, destinava-se à fiscalização das minas e ao recolhimento de tributos.

Após reforma, mantém apenas as paredes principais, com seus janelões e portadas.

Atualmente em seu interior, há uma parede de vidro, que permite observar diversos detalhes construtivos, como as janelas e pontos de fixação de paredes.

Há também um mezanino, além de uma área para atividades educativas, com mesas, cadeiras e palco.

Passarela entre a Casa Bandeirista e o Centro de Visitantes
Possui uma exposição permanente, intitulada "os Viajantes Naturalistas", que mostram os resultados das viagens de bandeirantes e pesquisadores pela região.

Externamente, a Casa Bandeirista é cercada por belas muradas em pedra. Aos fundos, há uma série de esculturas referentes aos viajantes naturalistas. Adorna a construção um gramado impecável!

Centro de Visitantes
Depois da Casa Bandeirista me dirigi ao Centro de Visitantes. Pela estradinha de ligação há uma série de esculturas em aço que fazem memórias aos personagens que fizeram a história da região.

O Centro de Visitantes é moderno, com inúmeras informações sobre o Parque, além de vários apetrechos interativos e tecnológicos. Uma beleza!

Ao lado, em anexo, encontra-se o Centro Administrativo, prédio da antiga Fazenda São José do Manso.

 No mesmo nível e na sequência, está o Museu do Chá, que conta a história da atividade que dominou o local no princípio do século XX.

Museu do Chá
A produção de chá preto dominava a economia de Ouro Preto no início do século XX. Por lá está todo o conjunto de maquinaria alemã que era utilizada para produzir o chá preto. Uma viagem de informações!!!

Depois desse mergulho pela história do lugar, em torno de 14h00 deixei o local. Queria caminhar e então fui percorrer as trilhas curtas disponíveis nesta parte do Parque.

Comecei pela Trilha da Capela, que tem início ao lado do Centro de Visitantes; entrando à direita da fachada construção. A Trilha da Capela é marcada, limpa, sinalizada. Portanto sem possibilidade de erro.

Segue subindo pela matinha. Logo acima alcança a Capela São José. Trata-se de uma singela e pequena construção do século XX. Foi erguida, segundo dizem, para espantar almas penadas do local.

Capela de São José construída para espantar almas penadas...
No aspecto natural, O interessante é poder observar a vegetação, que vai se regenerando do desmatamento e incêndios ocorridos no passado.

Também fica evidente a mudança no tipo de vegetação conforme a variação do tipo de solo.

A trilha faz um U invertido: sobe suavemente para depois descer. Como é feita toda entre matas, não há possibilidade de visual. Fiz o trecho lentamente em meia hora, terminando ao lado da Lagoa da Capela.

Trilha do Lago
Lagoa da Capela
A Lagoa da Capela permite natação, possui uma espécie de deck, além de uma tirolesa, que não estava funcionando (junho 2013).

Há uma pequena trilha ao seu redor, a Trilha do Lago, que fiz em poucos minutos, pois possui apenas 400 metros.

É interessante porque permite observar o zelo do Parque para com as trilhas, além de permitir visual da Lagoa desde o início da tirolesa.

Aliás, fiquei um bom tempo nesse local observando a beleza da região. Como estava muito cedo, fiquei na dúvida do que fazer aquela hora. 

Era 15h00 e pensei em ir ao Morro do Cachorro. Mas como era caminho para o Pico do Itacolomi, deixei para o outro dia. Faltava fazer a Trilha do Forno, mas como ela era pros lados do camping, deixaria para o final.

Casa de Hóspedes
Fundos da Casa do Pesquisador... Inspirador!!!
Fui então novamente em direção à Casa Bandeirista, onde fiquei de bobeira conversando com funcionários que cortavam a grama do local.

Depois fui pros lados dos alojamentos, que ficam na direção da saída para Lavras Novas.

O interessante foi caminhar por aquelas alamedas bem cuidadas e se esbaldar na grama verdinha da Casa do Pesquisador. Ê beleza!

Depois de ficar um bom tempo curtindo os arredores, retornei em direção à região do Lago da Capela e Lago da Curva.

Fui então fazer a Trilha do Forno por volta de 16h00. A Trilha do Forno também é curta, sinalizada e muito bem cuidada.

Segue margeando o Lago da Curva, indo de um solo mais seco para um mais úmido, o que permite observar a variação da vegetação. Em certos pontos formam uma espécie de discreto túnel sobre a trilha. Muito bonito e agradável!

Pelo mapa da placa, me parece haver uma quedinha d'água em um ponto desviando da trilha, mas não fui lá.

Já na parte final há as ruínas de uma antiga olaria, com um forno, tudo em pedras, o que nomeia a trilha. Especula-se que desse forno saíram tijolos e telhas para as primeiras construções de Ouro Preto. História pura.

Mais alguns metros adiante, a trilha finda-se no heliponto do parque, já nos fundos da Praça de Serviços. Por lá cheguei por volta de 16h45, fruto das inúmeras paradas que fiz por essa trilha de apenas 1,2 km aproximadamente.

Tanto a Trilha da Capela, Trilha do Lago e Trilha do Forno são muito bem sinalizadas, limpas e podem ser feitas por praticamente qualquer pessoa, inclusive crianças. Não há nenhuma dificuldade nas três pequenas trilhas!

Muitas vezes, focados em conquistas maiores, sobretudo à caça de níveis superiores de dificuldades, nós não valorizamos essas pequenas trilhas. 

Mas incrivelmente essas pequenas trilhas nos ensinam e nos educam.

Fazem-nos observar os detalhes, como a variação do solo; a regeneração ou a mudança repentina da vegetação, a ação da umidade, os insetos, as aves, as flores e suas inter-relações.

Todo esse conjunto é uma excelente oportunidade para educação e conhecimento prático do meio natural; em especial a nós, que somos leigos em relação à esses aspectos.

Por isso, recomendamos que sempre que for possível, seja no Itacolomi ou em qualquer outro parque, levem as crianças para percorrerem esse tipo de trilha.

São nesses pequenos trajetos que desenvolvemos observações e descobertas que futuramente nos levará a valorizar o meio natural. Portanto, não desmereça estas oportunidades...

Restos do antigo forno do século XVIII
Finalizando a caminhada no camping, o restante daquele dia foi dedicado ao ócio: circulação pelos arredores da Praça de Serviços e ao jantar!

O camping estava vazio, somente eu estava por lá. Nessas condições, tudo parece ser muito mais amplo do que realmente é... Era possível escutar com perfeição o som da natureza!

Foi uma típica tarde e noite de inverno estrelada; com o friozinho apertado! Aliás, o friozinho não me deixou ficar até mais tarde no sereno!

Por volta de 21h00 horas já dormia o sono dos justos e somente acordava para mudar de posição. Enfim, foi um dia e noite perfeitos!

Relato Dia 2


Bifurcação: Reto segue para o Morro do Cachorro. À direita, Itacolomi
Acordei às 6h00 da manhã seguinte e pulei fora da barraca. Queria subir logo para o Pico do Itacolomi, mas a neblina tomava conta de tudo.

Isto me fez erroneamente somente deixar o camping por volta das 7h00 da manhã.

Caminhei então até a Lagoa da Capela. De lá, tomei o rumo da esquerda, seguindo por uma estrada que segue para o Morro do Cachorro, onde há várias antenas de comunicação.

Segui subindo por aquela estrada por cerca de 2 km, onde há uma bifurcação. Tomei a da direita, onde se inicia a trilha propriamente dita para o Pico do Itacolomi.

Paredão rochoso visto do início da trilha
Morro do Cachorro ao fundo
Inicialmente por entre uma matinha, a trilha segue limpa, ampla e bem cuidada. Alguns metros adiante torna-se íngreme, se aproximando de um paredão de rochas muito bonito, cuja foto ilustra a capa desta postagem.

Nenhuma grande dificuldade no trecho, ao contrário, muito fácil.

Em poucos minutos percorri o trecho mais íngreme e cheguei ao platô no nível acima do paredão rochoso.

A vista era impressionante, com aquela mistura de morros, matas e neblinas. Para o lado leste, acima do platô, se iniciava uma vasta área de campos de altitude.

Depois dos paredões, campos de altitude. À direita, o Pico do Itacolomi já se desponta
Vencido o trecho mais íngreme próximo ao paredão rochoso, a trilha seguiu quase plana por esse terreno de campos rupestres.

Tomou rumo em direção ao ponto mais alto de um morro adiante. Atrás desse morro já era possível ver a pontinha do Pico do Itacolomi.

Logo passei por uma pequena lagoa à minha esquerda. Adiante, um trecho de trepa pedras, mas que não apresenta dificuldades. Também não há possibilidade de erros, pois não existem bifurcações ao longo da trilha!

Não demorou muito e me aproximei daquele morro com rochas escarpadas indicadas para o norte.

Percorria agora o trecho final da trilha, que após uma pequena subida íngreme direciona-se à leste, de modo quase plano, cortando em diagonal a base do conjunto onde localiza o Pico.

E com uma curta e leve subida no final, cheguei às 8h40 ao Pico do Itacolomi. Havia caminhado os 7 km que o separa da área da Administração do Parque.

O impacto de estar ali, frente a frente com aquele grande bloco de rocha foi extraordinário! A novidade era que o tempo estava mudando rapidamente. Uma espessa camada de neblina se direcionava para o Pico. Passou a varrer toda a área, inclusive o Mirante Principal, que fica a poucos metros do Pico.

O Pico do Itacolomi sendo envolvido por espessa neblina...
Só aí comecei a cair na real que havia cometido um grande erro: eu deveria ter saído bem mais cedo do camping!

Se tivesse subido mais cedo teria chegado antes da dispersão da neblina. Receei então que, se quisesse ter visual mais nítido desde o Itacolomi teria que permanecer muito tempo por ali à espera da dispersão da neblina!

Naquele momento não era possível ver nada para os lados norte, sul e leste. Apenas para o oeste via-se alguma coisa, pois o vento soprava leste-oeste.

Sentei em uma rocha de frente para o Itacolomi. Um pássaro veio me fazer companhia e se aproximou a menos de 1 metro...

Tive então a certeza que pela densidade a neblina não se dispersaria tão cedo. Para piorar começou a ventar forte! Fiquei observando aquela brincadeira de esconde-esconde do Pico do Itacolomi.

O Pico do Itacolomi é uma rocha imensa, interiça, cujo topo somente é alcançado mediante escalada. Como não sou escalador, me contento em ficar ali observando. É algo impressionante!

Porém, com o aumento do vento fui em direção ao mirante principal. O lugar está em um ponto mais alto e a poucos metros a sudoeste do Pico do Itacolomi. Fui buscar um lugar abrigado.

Ao chegar no mirante principal o visual era zero. Olhei para o lado sudeste e vi mais abaixo, abrigado atrás de uma rocha sinais de acampamento. Corri para o lugar, sentei em uma pedra e por lá fiquei abrigado do vento e esperando a neblina se dissipar.

Aliás, esse local é mesmo ideal para acampamento! Porém, sabe-se que acampar por lá é proibido... De tempos em tempos me levantava e dava uma espiada no tempo. E nada da neblina sumir de vez!

Já era quase meio dia e já estava desanimado de tanto esperar para ver alguma coisa desde o Pico. Resolvi dar uma volta de despedida quando percebi que os fundos dos vales à leste/abaixo do Pico estavam livres da neblina. Isto me animou...

Deixei então o local abrigado e fui explorar os arredores. Há rochas por todos os lados, de todos os tamanhos e de todos os formatos. Caminhar por lá exige atenção, pois o capim costuma esconder buracos e pequenas fendas. Voltei até a base do Pico, circulei bastante por ali.

Sentido sudoeste desde o mirante superior
Lavras Novas vista desde o mirante superior
Curiosa forma à sudeste do Pico: uma galinha???
Ouro Preto. Mesmo com neblina, ao fundo os contornos do Caraça
A ladeira no sentido norte do Pico é repleto de grandes rochas, como se tivessem despencadas da rocha maior. O lado leste imediato não dá para se ver, pois fica atrás do Pico.

De todo modo, do Mirante Principal tem-se visão 360 de toda a região: ao norte a cidade de Ouro Preto e ao longe a região do Caraça.

À leste a cidade de Mariana e várias serras da região. Igualmente para o Sul. À oeste uma pirambeira e um vale profundo imediatamente após mirante, além dos lados de Lavras Novas.

É claro, desse lugar é possível ver quase toda a área do Parque Estadual do Itacolomi. Apesar do tempo não ter ficado completamente limpo valeu a pena esperar 3 horas e enfrentar a neblina e o vento...

Permaneci durante uma hora explorando a região. Por volta de 13h15 deixei o Pico do Itacolomi de volta ao camping do parque, pois não estavam nos planos ficar mais uma noite por lá.

Observei algumas pessoas lá embaixo, sentido norte sentados em uma trilha. É a mesma trilha alternativa que liga Ouro Preto-Pico do Itacolomi sem passar pela portaria do Parque.

Na verdade, me esqueci de me informar a respeito dessa trilha com a administração do Parque, inclusive saber se é um acesso legal. 

Iniciei a descida do Itacolomi e apertei o passo pela mesma trilha da ida. Em aproximadamente meia hora de caminhada já estava no platô próximo ao paredão de rochas.

Parei uns minutos para algumas fotos e retomei a caminhada, chegando novamente na estrada que agora dava acesso à direita para o Morro do Cachorro e à esquerda para a administração do parque, no km 2.

Nem cogitei ir ao Morro do Cachorro, pois esse Morro só faz sentido se feito antes do Itacolomi; uma vez que tem altitude inferior.

Rapidamente tomei o rumo do camping, onde cheguei por volta de 14h15.

Ainda fiz hora pelo camping, desarmei o acampamento com calma, tomei banho e somente às 16 horas deixei o local.

Me preparando para deixar o lugar chegou um casal, que se ajeitavam para praticar slackline, a febre do momento. Logo depois chegou outro casal que iria pernoitar; além de dois ciclistas, pai e filho, que estavam em um passeio de fim de tarde. Um pouco de conversa e despedi do pessoal, partindo rumo à portaria.

Desci non stop! No trajeto encontrei com alguns ciclistas que subiam rumo à administração e atrativos do entorno para um passeio de fim de tarde.

Pontualmente às 17 horas cheguei à portaria do Parque, colocando fim à minha visita. Um gole de água e atravessei a rodovia BR 356 me dirigindo ao ponto de ônibus quase em frente, onde me embarcaria para Belo Horizonte.

Antes de passar qualquer ônibus, por volta de 17h30 um veículo parou no ponto e o motorista me ofereceu a tal "carona paga". Sem refutar entrei no veículo. Seguimos direto para BH, desembarcando na Praça Sete pouco depois das 19 horas. Tá certo, a carona paga pode não ter sido o mais adequado, mas me fez chegar mais cedo em BH!

No centro de BH embarquei em um coletivo e cheguei na Pampulha às 20 horas. Estava um pouco cansado, porém feliz e impressionado com o Itacolomi! Claro, ficaram alguns pontos importantes do Parque que não visitei na ocasião. E isso é um bom pretexto para um retorno dentro em breve...

Mirante e Itacolomi

Curiosidade:
Minha memória não é muito boa para guardar datas; porém ao escrever este relato tomei conhecimento que o Parque Estadual do Itacolomi foi criado no dia 14 de junho de 1967. Curiosamente, no dia 14 de junho estava visitando o Pico do Itacolomi. Vida longa ao aniversariante... 

Serviço

A sede do Parque lá embaixo vista desde o platô das rochas
Localizado a aproximadamente 100 km de Belo Horizonte, o Parque Estadual do Itacolomi foi criado em 14 de junho de 1967. A vegetação do parque constitui de matas nas regiões mais baixas e campos de altitude nos pontos mais altos. Em seus domínios há a presença de muitos animais, como lobo-guará, antas e até onças pardas; além de várias espécies de aves.

O relevo é acidentado, com muitos afloramentos rochosos, destacando o Pico do Itacolomi, com 1.772 m de altitude. É um sítio histórico, pois foi caminho dos bandeirantes e de muitos outros pesquisadores em Minas Gerais. Sua área estende-se pelos municípios de Ouro Preto e Mariana, cidades históricas da região central do Estado de Minas Gerais. sede do Parque vista desde o platô das rochas

As atrações do parque podem ser divididas em históricas e naturais.

As atrações históricas constituem a Casa Bandeirista, o Museu do Chá, ruínas da Olaria do século XVII e as construções da Fazenda São José do Manso (sede administrativa e Museu do Chá); além da Capela de São José.

As atrações naturais são o Pico do Itacolomi; trilhas demarcadas e curtas ao redor da área da administração; diversos mirantes e lagos; além da riqueza da fauna e flora. Outras atrações também estão nos domínios do Parque, como a Cachoeira dos Prazeres, grutas e outros lagos, localizados em sua maioria na região chamada Serrinha, localizada a aproximadamente 20 km da sede e que ainda não são abertas ao público.

O Parque disponibiliza boa infraestrutura para o visitante, composta por alojamentos, casa de hóspedes, camping, vestiários com água quente, energia elétrica, churrasqueiras, parque infantil e heliponto.

► Horário de funcionamento da portaria: terça a domingo, das 8h00 às 17h
► Telefone: 55 31 3551-6193 

Distâncias principais

Belo Horizonte a Ouro Preto: 100 km (asfalto)
Portaria à Sede do Parque: 5 km (estrada de chão)
Sede do Parque ao Pico do Itacolomi: 7 km (trilha)

Como chegar e voltar - De ônibus
Cidade referência: Belo Horizonte


Viação Pássaro Verde até Saramenha - Ouro Preto → Desembarcar na Portaria do Parque → Seguir à pé ou táxi até a Sede Administrativa.

► Ao comprar passagem confirme se o ônibus passa pela localidade de Saramenha, pois esses ônibus param na rodovia BR 356, em frente à portaria do Parque. A portaria fica em frente à Santa Casa de Ouro Preto. Da portaria à Sede Administrativa seguir à pé; são 5 km de suave subida.
► Confira horários e frequências na empresa de ônibus

Como chegar e voltar - De ônibus
Cidade referência: Belo Horizonte


BR 040 até o trevo de Ouro Preto, na região do Alphaville → BR 356 até Ouro Preto próximo à Santa Casa → Entrar à direita pela Portaria do Parque → Seguir até Sede Administrativa da Unidade.

Considerações finais

► Não há mais a obrigatoriedade de subir o Pico do Itacolomi com guia. Isto é opcional, pois a trilha foi toda demarcada e sinalizada recentemente.

► Para aqueles que irão acampar no Parque e não irão cozinhar, como o restaurante não está funcionando, pode-se conversar e negociar com a administração do Parque a autorização para se descer até a cidade de Ouro Preto para jantar. Mas há limite de horário para isto e cada caso é um caso e somente é factível se estiver de carro!

► Há energia elétrica no camping. Além de chuveiros com água quente, é possível recarregar baterias! Há sinal de telefonia móvel (no meu caso, TIM) em várias áreas do Parque. 

► Em finais de semana e feriados prolongados recomenda-se ligar no Parque e efetuar reserva do camping, se for o caso. 

► Alguns funcionários residem dentro do Parque. Interessante! 

► O zelo pelo parque é impressionante. A grama é tão bem cuidada para um Parque que ao vê-la dá até vontade de pastar... 

► Senti falta da distribuição de um mapa do Parque. Fui informado de que é para se evitar lixo. Faz sentido, mas poderia-se haver exceções, não é mesmo? Ou então disponibilizar um Mapa Oficial em algum site para que possa ser baixado. 

► Antes de visitar o Parque, mantenha contato com a Administração e confirme todas as informações, como valores de entrada, camping e outros. São sempre muito educados e gentis!

► Lembre-se que o local onde está o Pico do Itacolomi merece toda atenção e cuidado, pois há muitas rochas irregulares, fendas, paredões e abismos. Todo cuidado é pouco para se evitar acidentes. Se não se sentir seguro para ir só, o Parque disponibiliza a visita guiada, com custo acessível, que sai todos os dias pela manhã da sede; obviamente havendo procura e se o tempo estiver firme!

► Cartas topográficas da região: Ouro Preto e Mariana


► Pratique a atividade aplicando os Princípios de Mínimo Impacto

Bons ventos!
Última Atualização: Nov 2017

12 Comentários

  1. I always look forward to your stories. What magnificent views and great trekking.

    Steve C

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    1. Hello Steve,
      The Itacolomi Park is a beautiful place and worth a visit!
      Thanks for visiting the blog, thanks!

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  2. Como sempre você continua encontrando lugares maravilhosos, mesmo perto de nossa castigada Belo Horizonte! Muito legal o parque e que beleza extraordinária do local. Realmente desta vez eu fiquei triste por não ter ido com você. Abraço meu velho! E fico feliz de saber que o seu diário está agradando inclusive no âmbito internacional!
    See you, friend!

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    1. Oi André,
      Como vês, não há desculpas para ficar em casa, não é mesmo?
      Ir ao Itacolomi é muito fácil e o lugar é belíssimo, verdadeira vitamina para o ânimo... E foge do circuito tradicional da cidade...
      E quando quiser e puder é só me falar: iremos juntos!
      Que tal?
      Obrigado pela visita e comentário: isto nos anima mais!

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  3. muito bom Chicão!!!! o unico problema é o camping que estava lotado, não é mesmo?!! kkkkkkkkkkkk
    vou lá tbem qualquer dia desses!!!!!

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    1. James, meu caro,

      Pois então, realmente a superlotação do camping foi um problema eheh... Brincadeiras de lado, na verdade eu preferia ver aquele espaço mais frequentado. O lugar é belíssimo e é uma pena que a grande maioria dos visitantes de Ouro Preto e Mariana nem imaginam que exista o PE do Itacolomi!
      E vá mesmo visitá-lo, não irá se arrepender!
      Abração James, obrigado pela visita e pelo comentário.

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  4. Que legal! Estou viajando ao redor Minas Gerais por uns semanas, e eu vou visitar este parque semana que vem, porque eu li seu blog ;) Obrigado!

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    1. Olá Ivar,

      Fiquei muito, muito feliz pela sua visita; e mais ainda por motivá-lo a conhecer o Parque Estadual do Itacolomi. Isto vai de encontro com o objetivo desse simples Blog, que é divulgar lugares interessantes e despertar nos leitores o desejo em visitá-los também!

      E te faço um pedido: não se esqueça de dar notícias sobre as suas impressões pós visita, ok?
      Ademais, eu sim, te agradeço pela visita e pelo comentário: Muito obrigado! E não poderia deixar de dizer que espero um dia conhecer a Noruega: tenho enorme curiosidade por dias sem escuridão rsrs!!!

      Grande abraço e boa viagem pela simples, porém acolhedora Minas Gerais!

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  5. Parabéns pela riqueza de detalhes no seu relato.
    Ajuda muito na programação da viagem.
    Obrigado.
    Abraço.

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    1. Olá Flávio,

      Muito obrigado pela visita e pelo comentário.
      A intenção é esta mesmo: mostrar um outro lado das históricas Ouro Preto e Mariana e despertar o interesse em descobri-lo.

      Grande abraço, volte sempre!

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  6. Parabéns Francisco, vc contribuiu de forma muito positiva, com suas dicas.
    Já estive lá no Pico do Itacolomi, duas vezes, com uma turma de colegas do CEFET/BH. Nas duas vezes, ainda não tinha a estrutura que tem hj, onde fizemos acampamento selvagem, no meio de uma clareira próximo a uma cachoeira. Na primeira vez, subirmos até a rocha do pico por volta das 17hs(loucura) e chegamos lá já sem luz solar, tudo escuro, e com ajuda das lanternas. A vista do céu foi surreal, pois nunca em minha vida tinha visto tantas estrelas e constelações. La em cima a noite a temperatura muito baixa, fazia um frio congelante. Arriscarmos muito em subir naquele horário, pois passamos perto de precipícios e fendas, mas graças a Deus, fomos e voltamos. Já na segunda ida, com outra turma, acampamos no mesmo lugar, mas não subimos no escuro. Foram momentos maravilhosos, onde contemplamos a natureza em todo seu significado. Pretendo voltar, depois de muitos anos e suas dicas nesse blog foram e serão muito úteis.
    Um abraço e boa sorte.

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    1. Ei Antonio, que bacana ler o seu relato. Agora, quando retornar possivelmente vá se surpreender com a estrutura e cuidado dispensado pelo Parque. Retorne, porque o Itacolomi é um lugar especial. Muito grato pelo comentário, bons ventos e abraços!

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